Porque 2020 será melhor que 2019
"Espero um 2020 melhor. Jair cometeu muitos desatinos, desgastou-se, não está mais com essa bola toda. Nem houve lua de mel com o eleitorado, mas se tivesse havido ano que vem não haverá mais", escreve o jornalista Alex Solnik. "O ano de 2020 será melhor porque para a oposição 2019 também foi um ano de aprendizado, acrescenta
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia - O ano que está terminando começou com Bolsonaro a todo vapor. Acabara de ser eleito com larga vantagem. A economia parecia que ia bombar sob a batuta do Posto Ipiranga.
Jair se achava o dono da cocada preta. Seus filhos, então, eram os príncipes herdeiros dos contos de fada.
Nem tudo eram flores no seu passado, mas nada que o desabonasse em meio ao mandato presidencial.
À medida em que os dias transcorriam ele foi ficando nu. Os desatinos que apenas verbalizara na campanha começaram a tomar forma. Os indícios de crimes de seu filho Flávio se robusteceram até metade do ano, e só pararam porque o presidente do STF, Dias Toffoli, mandou parar.
Os podres da campanha presidencial teimavam em aparecer. Estourou o escândalo das laranjas. A fraude dos disparos ilegais de WahtsApp. A sua intolerância e tendência a abusar do poder subiram a níveis nunca verificados.
Reações agressivas a outros países e seus mandatários provocaram enorme desgaste na imagem do país, o que deixou de cabelo em pé os que acompanham a política brasileira. Isso não tinha acontecido nunca antes. E, é claro, somente deu prejuízo, sob todos os pontos de vista.
A crise da Amazônia o colocou no trono de vilão do mundo. Destruidor não do Brasil apenas, mas do planeta. Ataques à imprensa e aos meios de comunicação, em escala jamais vista não deixaram dúvidas de sua inclinação pela censura, pelo pensamento único e pela destruição de quem não pensa como ele.
Jamais se viu tantas características de futuro ditador num presidente da República eleito pelos brasileiros.
Embora sua diarreia verbal não pudesse ser contida, seus arroubos autoritários, seus decretos imorais puderam ser anulados ou remendados pelas instituições habilitadas para tal, o Congresso Nacional e o STF. Não se pode dizer o mesmo da Procuradoria Geral da República, cujo titular, Augusto Aras, deu inúmeras demonstrações de alinhamento e até submissão ao Poder Executivo.
Tanto se sentia o dono do mundo que resolveu abrir duas frentes em sua guerra contra a imprensa; foi para cima, ao mesmo tempo, com a mesma contundência, da maior emissora de comunicação, a Globo e do maior jornal do país, a Folha de S. Paulo.
Evidente que se lhe trouxe alguns dividendos entre seus fanáticos seguidores, as pessoas que ainda têm juízo e amor à democracia ficaram perplexas com essa cruzada atentatória ao artigo 5º. da constituição federal.
A situação de Jair azedou de vez com as revelações do porteiro e com o recrudescimento das acusações a seu filho, Flávio, que vão de chefe de organização criminosa a ladrão de dinheiro público e lavagem de dinheiro, um caso em que o próprio Jair está atolado até o pescoço, que foi quem indicou Queiróz ao filho e de quem sua atual mulher recebeu um cheque de R$24 mil de origem duvidosa.
O primeiro ano também serviu para Jair se dar conta de que não pode tudo. Insistiu muito para colocar seu filho, Eduardo, na embaixada mais importante da diplomacia brasileira, mas teve de recuar porque ficou muito na cara que as suas únicas credenciais eram saber fritar hamburger.
E o Senado não daria aval a essa maluquice.
Por isso acho (e espero) um 2020 melhor. Jair cometeu muitos desatinos, desgastou-se, não está mais com essa bola toda. Nem houve lua de mel com o eleitorado, mas se tivesse havido ano que vem não haverá mais.
Jair vai ter que ficar na defensiva porque as investigações sobre seu filho atualmente mais problemático só tendem a piorar a sua imagem de honesto e inimigo da corrupção.
A espada do impeachment, tal qual a de Dâmocles, estará apontada para sua cabeça em todas as suas decisões.
O ano de 2020 será melhor porque para a oposição 2019 também foi um ano de aprendizado. Nossos políticos não estavam acostumados a conviver com a extrema-direita religiosa que chegou ao poder. Depois das férias deverão voltar mais preparados para o grande desafio do próximo ano.
Sempre defendi a tese de que Jair não tinha condições morais nem políticas sequer para ser candidato a presidente. Mas o TSE comeu mosca, o eleitorado comeu mais mosca ainda e o homem está aí. Ganhou nas urnas – embora alavancado por incontáveis golpes sujos – e deve ser derrotado nas urnas.
O primeiro plebiscito sobre o governo Jair serão as eleições de 2020, municipais na forma, mas nacionais no conteúdo. O recado tem que partir das maiores capitais que deverão dar um rotundo não àquele que está nos levando cada vez mais para trás em todos os sentidos, na contramão do mundo que caminha para frente.
Cabe às oposições organizarem uma verdadeira frente ampla, tão ampla quanto possível, na qual caibam todos os que repudiam os rumos que Jair quer impingir ao nosso belo país, o que será o primeiro passo para acordarmos do pesadelo que teima em não ter fim.
A boa notícia deste final de ano é que os três príncipes herdeiros perderam poder. Carluxo teve que aposentar sua metralhadora giratória pessoal. Eduardo não fechou o STF com um soldado e um cabo nem ganhou a embaixada em Washington.
E Flávio... bem, isso aí é com a Justiça.
Porque 2020 será melhor que 2019
O ano que está terminando começou com Bolsonaro a todo vapor. Acabara de ser eleito com larga vantagem. A economia parecia que ia bombar sob a batuta do Posto Ipiranga.
Jair se achava o dono da cocada preta. Seus filhos, então, eram os príncipes herdeiros dos contos de fada.
Nem tudo eram flores no seu passado, mas nada que o desabonasse em meio ao mandato presidencial.
À medida em que os dias transcorriam ele foi ficando nu. Os desatinos que apenas verbalizara na campanha começaram a tomar forma. Os indícios de crimes de seu filho Flávio se robusteceram até metade do ano, e só pararam porque o presidente do STF, Dias Toffoli, mandou parar.
Os podres da campanha presidencial teimavam em aparecer. Estourou o escândalo das laranjas. A fraude dos disparos ilegais de WahtsApp. A sua intolerância e tendência a abusar do poder subiram a níveis nunca verificados.
Reações agressivas a outros países e seus mandatários provocaram enorme desgaste na imagem do país, o que deixou de cabelo em pé os que acompanham a política brasileira. Isso não tinha acontecido nunca antes. E, é claro, somente deu prejuízo, sob todos os pontos de vista.
A crise da Amazônia o colocou no trono de vilão do mundo. Destruidor não do Brasil apenas, mas do planeta. Ataques à imprensa e aos meios de comunicação, em escala jamais vista não deixaram dúvidas de sua inclinação pela censura, pelo pensamento único e pela destruição de quem não pensa como ele.
Jamais se viu tantas características de futuro ditador num presidente da República eleito pelos brasileiros.
Embora sua diarreia verbal não pudesse ser contida, seus arroubos autoritários, seus decretos imorais puderam ser anulados ou remendados pelas instituições habilitadas para tal, o Congresso Nacional e o STF. Não se pode dizer o mesmo da Procuradoria Geral da República, cujo titular, Augusto Aras, deu inúmeras demonstrações de alinhamento e até submissão ao Poder Executivo.
Tanto se sentia o dono do mundo que resolveu abrir duas frentes em sua guerra contra a imprensa; foi para cima, ao mesmo tempo, com a mesma contundência, da maior emissora de comunicação, a Globo e do maior jornal do país, a Folha de S. Paulo.
Evidente que se lhe trouxe alguns dividendos entre seus fanáticos seguidores, as pessoas que ainda têm juízo e amor à democracia ficaram perplexas com essa cruzada atentatória ao artigo 5º. da constituição federal.
A situação de Jair azedou de vez com as revelações do porteiro e com o recrudescimento das acusações a seu filho, Flávio, que vão de chefe de organização criminosa a ladrão de dinheiro público e lavagem de dinheiro, um caso em que o próprio Jair está atolado até o pescoço, que foi quem indicou Queiróz ao filho e de quem sua atual mulher recebeu um cheque de R$24 mil de origem duvidosa.
O primeiro ano também serviu para Jair se dar conta de que não pode tudo. Insistiu muito para colocar seu filho, Eduardo, na embaixada mais importante da diplomacia brasileira, mas teve de recuar porque ficou muito na cara que as suas únicas credenciais eram saber fritar hamburger.
E o Senado não daria aval a essa maluquice.
Por isso acho (e espero) um 2020 melhor. Jair cometeu muitos desatinos, desgastou-se, não está mais com essa bola toda. Nem houve lua de mel com o eleitorado, mas se tivesse havido ano que vem não haverá mais.
Jair vai ter que ficar na defensiva porque as investigações sobre seu filho atualmente mais problemático só tendem a piorar a sua imagem de honesto e inimigo da corrupção.
A espada do impeachment, tal qual a de Dâmocles, estará apontada para sua cabeça em todas as suas decisões.
O ano de 2020 será melhor porque para a oposição 2019 também foi um ano de aprendizado. Nossos políticos não estavam acostumados a conviver com a extrema-direita religiosa que chegou ao poder. Depois das férias deverão voltar mais preparados para o grande desafio do próximo ano.
Sempre defendi a tese de que Jair não tinha condições morais nem políticas sequer para ser candidato a presidente. Mas o TSE comeu mosca, o eleitorado comeu mais mosca ainda e o homem está aí. Ganhou nas urnas – embora alavancado por incontáveis golpes sujos – e deve ser derrotado nas urnas.
O primeiro plebiscito sobre o governo Jair serão as eleições de 2020, municipais na forma, mas nacionais no conteúdo. O recado tem que partir das maiores capitais que deverão dar um rotundo não àquele que está nos levando cada vez mais para trás em todos os sentidos, na contramão do mundo que caminha para frente.
Cabe às oposições organizarem uma verdadeira frente ampla, tão ampla quanto possível, na qual caibam todos os que repudiam os rumos que Jair quer impingir ao nosso belo país, o que será o primeiro passo para acordarmos do pesadelo que teima em não ter fim.
A boa notícia deste final de ano é que os três príncipes herdeiros perderam poder.
Carluxo teve que aposentar sua metralhadora giratória pessoal.
Eduardo não fechou o STF com um soldado e um cabo nem ganhou a embaixada em Washington.
E Flávio, tido e havido como o mais civilizado dos três vai se defrontar com a "dura lex.. sed lex".
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