Por que o documentário fakeada incomoda tanta gente?
“Entendam, de forma cabal, como foi forjada a eleição do Bolsonaro. E como o que o país sofre, desde então, é resultado também da farsa da fakeada”, escreve o sociólogo Emir Sader
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
O documentário de Joaquim Carvalho presta um serviço excepcional ao Brasil, ao revelar tantas coisas de que desconfiávamos muito. Muita coisa é simplesmente fundamentar com provas concretas o que imaginávamos e que agora deixam de ser desconfianças, para ser conhecimento real da realidade.
Outras são coisas que são revelações realmente novas, que tornam o caso ainda mais escandaloso.
Mas uma das perguntas que já nos colocávamos e que se tornaram ainda mais agudas é: por que a mídia deixou passar batida aquela facada? Por que ninguém da mídia tradicional se debruçou sobre aquilo?
Porque era funcional à vitória do seu candidato. E ninguém se atreveu a romper aquele silêncio criminoso. Como não é possível que não tivessem se colocado interrogações sobre um episodio tao esquisito e tao funcional à vitória de um candidato, evitaram investigar, porque era útil para a eleição do candidato que tinham escolhido.
Como aceitaram que o candidato não participasse dos debates? Só porque deixaram passar batida a balela da facada, sem sequer se dedicarem a investigá-la.
Agora várias pessoas, para minha surpresa, se incomodam muito com o documentário. Não tem argumentos para discutir a veracidade do documentário.
Mas acusam a culpabilidade de não ter abordado o tema da facada, se sentem envergonhados por terem deixado passar um caso que qualquer jornalista com um mínimo de sensibilidade, teria se dedicado a investigar. Pelo menos, a se perguntar se tinha sido realmente um atentado ou uma farsa.
Para encobrir essa vergonha, se dedicam a atacar a Joaquim Carvalho, um dos melhores e mais competentes jornalistas brasileiros. Ataques para os que pretendem desviar a atenção tanto da quantidade de argumentos do documentário, que fazem dele uma peça fundamental para desvendar tudo o que passa no Brasil de hoje, quanto da responsabilidade da mídia e dos jornalistas, que se calaram sobre aquela farsa.
É muito incômodo para quem diz que a eleição do Bolsonaro foi legítima e que vivemos numa democracia, ver e aceitar as provas incontestáveis do documentário. Se a facada tivesse sido desmascarada naquele momento, ainda antes do primeiro turno, o que teria acontecido com a candidatura do Bolsonaro?
Os que deixaram passar batido aquela farsa, tem que se incomodar muito com o documentário. Porque ali se mostra que tudo foi uma farsa. Que a facada foi forjada. Essas provas, somadas às declarações do Bolsonaro a dois dos seus comparsas de então de que a partir da facada, ele não perderia mais as eleições e outras afins, conformam o quadro da farsa que foi a eleição do Bolsonaro.
Já não bastassem o golpe inconstitucional contra Dilma Rousseff e a prisão e impedimento do Lula de ser eleito no primeiro turno em 2018, o documentário complementa o cenário de absoluta ilegitimidade da eleição de Bolsonaro. Tudo sob o olhar passivo e complacente do Judiciário e da mídia.
Vejam, se ainda não viram, o documento de Joaquim Carvalho sobre a fakeada e entendam, de forma cabal, como foi forjada a eleição do Bolsonaro. E como o que o país sofre, desde então, é resultado também da farsa da fakeada.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247