Por que Ibope e Datafolha não pesquisaram segundo turno entre Aécio e Marina?

Enquanto Marina não for questionada com severidade estará consolidando a posição de segunda colocada no primeiro turno e estará acumulando forças para o segundo turno



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Desde o dia 18 último que uma pergunta ficou rondando a mente do blogueiro. Para não sentir-se obcecado, porém, este que vos escreve não deu muita atenção ao fato. Agora, porém, com a repetição do fenômeno a dúvida ganhou significação.

O que aconteceu no dia 18 de agosto passado? Saiu uma pesquisa Datafolha que, tal qual a de terça-feira, do Ibope, inexplicavelmente não pesquisou o embate em segundo turno entre Marina Silva e Aécio Neves.

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E daí? Este seu servo, leitor, é que pergunta: por que, diabos, os dois maiores institutos de pesquisa do país não pesquisaram a possibilidade de, por exemplo, Aécio ultrapassar Dilma Rousseff e disputar o segundo turno com Marina?

Impossibilidade estatística? Alguma lei da natureza ou dos homens impede que tal confronto possa ocorrer?

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Na noite de terça, logo após noticiar a sondagem do Ibope, o Jornal Nacional deu a informação, porém sem qualquer explicação: assim como o Datafolha, o Ibope não pesquisou esse cenário.

Logo vem à mente uma dúvida: a lei permite que uma mesma pesquisa eleitoral não submeta um ou mais candidatos a escrutínios aos quais submete outros?

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É só para saber…

Mesmo que a lei permita, ainda seria de bom alvitre que os que encomendaram a pesquisa Ibope – bem como o próprio instituto – explicassem por que não foi pesquisado um cenário que pode até ter pouca chance de ocorrer, mas que de maneira alguma é impossível que ocorra.

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Hoje, é pouco provável que Aécio passe para o segundo turno com Dilma, mas isso não impediu que o Ibope pesquisasse um eventual segundo turno entre os dois. Por que não Marina e Aécio?

Se houver uma explicação, ela deveria ser dada. Fica parecendo que não é do interesse de quem encomendou as pesquisas Ibope e Datafolha que seja exposta a possibilidade maior de que Aécio fosse massacrado em um confronto direto com Marina.

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Ah, mas Aécio poderia vencer, dirão. Tudo pode acontecer, mas se ele perde de Dilma por boa margem no segundo turno o mais lógico é supor que sua derrota para Marina seria acachapante em um eventual segundo turno.

Esse parece ser o problema de quem encomendou as pesquisas Ibope e Datafolha: não querer expor mais de um péssimo resultado de Aécio numa mesma pesquisa. Queriam um mau resultado para ele (cair para terceiro lugar) e outro para Dilma (perder de Marina no segundo turno).

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Pergunta: quanto mais de manipulação têm essas pesquisas?

Mas é claro que se o dileto leitor tiver uma teoria melhor para explicar esse troço tão esquisito, que fique à vontade para expor.

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Debate na Band

O debate na Band começou tarde (22 horas) e terminou já no rastro da segunda hora da madrugada desta quarta.

De certa forma, foi surpreendente ver Dilma sendo alvo de todos os adversários, inclusive de Aécio e  Marina. A lógica era a de que Marina fosse a mais atacada, mas nem o principal interessado em desgastá-la – Aécio – fez dela seu alvo principal, preferindo focar em Dilma.

Menos surpreendente foi Marina ir para o ataque contra Dilma e Aécio, repisando, vez após outra, o papo da “polarização” entre PT e PSDB.

Dilma se defendeu como pôde. Particularmente, o Blog julga que passou bem pelo corredor polonês dos adversários. Manteve postura digna, apesar do nervosismo que não a abandona nunca.

Marina foi, de longe, a mais serena. Parece muito segura de seu bom momento. Contudo, enrolou o tempo todo. Fugiu dos problemas que seus correligionários banqueiros e mega empresários têm com o fisco, fugiu de quase todos os temas polêmicos.

Aécio fala bem, mas abusa do caradurismo. Continua fazendo acusações éticas ao PT e ao governo Dilma apesar da montanha de problemas que ele mesmo e seu partido têm nessa seara. E acha que ninguém questiona tal contradição. Por isso está tão mal nas pesquisas.

Mas o mais interessante é que Aécio só podendo crescer, a esta altura, se tirar votos de Marina, preferiu atacar Dilma. Pode-se especular que ele acredita que pode estar no segundo turno com a petista, mas há hipótese mais provável.

Será que Aécio não tentou simular que acredita que pode voltar o segundo lugar na disputa? Parece mais provável.

Seja como for, esse debate não deverá ter maiores desdobramentos por si mesmo. Só quem viu foram os convertidos de cada lado. O povo não viu. O que for dito na mídia, portanto, é que terá influência. E, aí, todo mundo sabe o que acontecerá.

Não existe, porém, nenhum naufrágio disponível. Mesmo Dilma, alvo de todos os adversários, manteve-se firme, digna. E à versão antipetista da mídia é óbvio que blogs e redes sociais farão o contraponto.

De uma coisa, porém, pode-se ter certeza: enquanto Marina não for questionada com severidade estará consolidando a posição de segunda colocada no primeiro turno e estará acumulando forças para o segundo turno.

Nesse aspecto, parece que Aécio já está jogando a toalha. Intimidou-se diante da concorrente ao segundo lugar no primeiro turno. É óbvio que pretende apoiá-la com quando ela passar ao segundo turno – e Marina não passar ao segundo turno é uma possibilidade cada vez mais distante.

As escolhas de Aécio, porém, não escondem outro fato que este Blog vaticina e que ainda está por confirmar-se: se o PSDB apoiar Marina oficialmente no segundo turno, com direito a Aécio aparecer em seu programa de tevê e tudo, irá fazê-la perder muito apoio à esquerda.

Era isso.

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