Por que foge o casal que insultou José de Abreu e levou cuspida?
"José de Abreu e sua esposa foram agredidos verbalmente, caluniados e difamados. Se forem processar os agressores ou se por eles forem processados, o juiz provavelmente irá determinar que cada um fique com o seu prejuízo porque um agrediu e o outro retorquiu", diz Eduardo Guimarães; segundo ele, a parte feminina do casal seria um ex-modelo chamada Anna Claudia del Mar; o par dela estaria no meio de uma traição à esposa, que não pode saber que que ele jantava com outra mulher no dia em que ambos decidiram dar vazão ao próprio fascismo
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É uma daquelas situações incompreensíveis a forma como algumas pessoas estão tratando o episódio envolvendo o ator global José de Abreu e um (aparentemente) jovem casal na semana passada.
O caso é extremamente simples. Qualquer pessoa com olhos e ouvidos em funcionamento é capaz de entender exatamente o que ocorreu entre as pessoas supracitadas. Porém, entre o fato e a versão há sempre uma zona nebulosa que permite aos espertalhões distorcerem a verdade.
Para entender o que aconteceu não é muito difícil. Basta rever o episódio, gravado em vídeo e reproduzido à exaustão na internet. Porém, o vídeo que você verá a seguir é diferente dos outros. Teve áudio e definição aumentados.
Está tudo muito claro. Um casal (José de Abreu e sua mulher, Priscila Petit) está jantando calmamente em um restaurante. A parte masculina do casal é um ator consagrado. Não exerce cargo público, vive de seu trabalho como ator na maior emissora de televisão do país.
Abreu é simpatizante do Partido dos Trabalhadores e não esconde a sua opinião política de ninguém. Apaixonado por política, trava debates homéricos na internet. Mas não tem qualquer relação formal com administrações petistas.
Outro personagem dessa história é a lei Rouanet. Trata-se de uma lei federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313 de 23 de dezembro de 1991), sancionada pelo então Presidente Fernando Collor de Mello.
A lei Rouanet, portanto, tem um quarto de século de existência. Não foi criada pelos governos do PT e permite que empresas abatam do imposto de renda valores (até um limite) que investirem em produções culturais.
Ao contrário do que pensam os fascistas que acusam e agridem qualquer um que divirja deles politicamente, a lei Rouanet não dá dinheiro público para ninguém e quem recebe seus recursos não é um ator, mas o produtor de um filme ou peça de teatro.
Muito bem. Abreu jantava com a esposa quando começou a ser insultado por um casal na mesa contígua à sua em um restaurante de São Paulo. Foi chamado de “safado”, de “ladrão da lei Rouanet” e sua esposa foi chamada de “vagabunda” pelos agressores.
O que motivou a agressão desse casal foi a opinião política do ator. Ou seja: o casal agressor viu o homem jantando com a esposa e se julgou no direito de insultá-lo dessa maneira, fazendo acusações desse calibre, provavelmente sem nem saber o que é a lei Rouanet.
A reação previsível de um homem que é tratado dessa forma e vê esposa, mãe, filha ou irmã sendo tratada de forma ainda pior dificilmente seria a de não dar bola ou contemporizar. Parcela expressiva de pessoas do sexo masculino, aliás, teria reação violenta.
Abreu, tomado pela indignação, cuspiu no agressor.
Eis que surge um movimento dos grupos antipetistas que atuam na internet querendo anular, fazer sumir a causa de Abreu ter cuspido no casal que o agrediu e à sua esposa.
Uma jornalista petefóbica espertinha que escreve no portal IG decidiu perguntar a advogados se cuspida é crime. Submeteu a eles a pergunta sem expor a situação completa. Apenas perguntou se cuspir em alguém é crime.
Os advogados em questão opinaram que cuspir em alguém é crime. Porém, não levaram em conta que a cuspida hipotética que lhes foi apresentada não é a que ocorreu com Abreu.
O ator não saiu pelo restaurante buscando alguém em quem cuspir gratuitamente nem cuspiu apenas por uma divergência de opinião. Cuspiu por ter sido chamado de “safado” e “ladrão” e por sua mulher ter sido chamada de “vagabunda”.
Mas como os fascistas querem colocar a situação nesses termos – de que José de Abreu cuspiu no casal só por uma mera divergência de opinião -, tomemos em conta – vá lá – essa mentira hedionda.
Então, se Abreu cometeu um crime, uma violência inominável contra esse pobre casal, se está tão claro assim que essa cuspida constitui crime, onde é, diabo, que estão os agredidos? Por que não estão dando entrevistas à imprensa, relatando a “agressão” que sofreram, dando a própria versão dos fatos?
Alguém acredita que lhes faltaria espaço? Alguém acha que a mídia tucana não teria o maior prazer em dar todo espaço do mundo aos agressores de Abreu a fim de pintar o ator “petista” como um agressor sujo que cospe em quem discorda dele?
Alguns dirão que os fatos verdadeiros explicam por que esse casal simplesmente sumiu da face da Terra. Afinal, esse homem e essa mulher agrediram Abreu e sua esposa e a cuspida que os agressores levaram do ator constitui o que a lei chama de “retorsão imediata à injúria”.
Explico: muitos juristas divergem dos dois advogados que disseram à jornalista antipetista supracitada que consideram que o simples ato de cuspir crime. Há corrente jurídica que acha que cuspir em alguém não constitui crime de agressão física, mas injúria, um dos crimes contra a honra previsto no artigo 140 do Código Penal.
Ocorre que Abreu também foi vítima de crimes contra a honra. Além de injúria, foi vítima de calúnia e difamação objetivas contra a sua honra – há calúnias e difamações subjetivas, que se fazem por meio de insinuações e também são puníveis (alô, trolls do Blog).
Segundo o jurista Pedro Serrano, professor de Direito Constitucional da PUC-SP, o que houve foi o que a lei chama de retorsão imediata à injúria. Serrano também opina que cusparada não é crime de agressão física porque não causa lesão ao alvo. Cusparada é uma agressão moral, uma injúria.
Trocando em miúdos: Abreu e sua esposa foram agredidos verbalmente, caluniados e difamados. Se forem processar os agressores ou se por eles forem processados, o juiz provavelmente irá determinar que cada um fique com o seu prejuízo porque um agrediu e o outro retorquiu.
Ainda assim, os agressores de José de Abreu poderiam bater na tecla de que foram vítimas de violência física por parte dele – tentariam equiparar a cusparada a um soco no nariz, por exemplo. Do jeito que a Justiça anda antipetista, vai que cola…
Mas nada, o casalzinho fascista não dá as caras.
Houve quem identificasse a parte feminina desse casal. Segundo o famoso antipetista Roger Rocha Moreira, vocalista do grupo musical Ultraje a Rigor, a mulher do casal que agrediu Abreu é uma ex-modelo (?) chamada Anna Claudia del Mar.
No sábado, o Blog chegou a acessar a página dela no Facebook. Porém, nesta segunda-feira o perfil da “ex-modelo” naquela rede social foi apagado. Em uma busca na internet, descobre-se que ela tem um perfil na rede social Linkedin. Ou melhor, tinha. Porque também foi apagado.
Fonte do Blog que atua em um grande jornal paulista explica a perda de ímpeto militante desse casal fascista após o ímpeto agressor inicial. O tal “advogado” que agrediu José de Abreu estava no meio de uma traição à esposa, que não pode saber que que ele jantava com outra mulher no dia em que ambos decidiram dar vazão ao próprio fascismo.
Não é hilariante?
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