Por que estão com raiva do discurso de Putin no estádio Luzhniki?

Os russos fizeram uma manifestação de unidade nacional e força, diz o jornalista José Reinaldo

Putin discursa em Moscou
Putin discursa em Moscou (Foto: Reprodução)


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José Reinaldo Carvalho, 247 - Fazendo eco aos estados maiores do Pentágono, da Otan e outros centros do poder imperialista tais como a Casa Branca, o Departamento de Estado, a União Europeia, os meios de comunicação monopolizados por esses mesmos centros de poder dedicaram-se nas últimas 24 horas a uma orquestração uníssona para falsificar e mentir sobre o pronunciamento do presidente russo, Vladimir Putin, nesta sexta-feira (18) no estádio Luzhniki, o mesmo que sediou a última Copa do Mundo, perante uma plateia vibrante de mais de 100 mil pessoas. Não faltaram esforços para desqualificar a simbologia nacionalista manifesta no mar de bandeiras tricolores. Ignorantes, metafísicos e trapalhões, jornalistas que se jactam de viver no "mundo livre" separaram conteúdo e forma, revelando também incapacidade para compreender o contexto histórico e a essência da mensagem.  

O evento foi em comemoração ao 8º aniversário da reunificação da Crimeia com a Rússia, que os desinformadores insistem em chamar de "anexação". Curioso que não condenaram nos mesmos termos a anexação da antiga República Democrática da Alemanha (socialista) à República Federal da Alemanha (imperialista), após a queda do muro de Berlim. O mesmo uso desproporcional entre pesos e medidas revelam ao apreciar a criação da nova República de Kosovo, separada da Sérvia após os bombardeios promovidos pela Otan durante 78 dias sobre Belgrado e manipulando os legítimos anseios nacionais da etnia albanesa na antiga república iugoslava. 

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As verdades ditas por Putin no discurso deste sábado incomodaram os centros imperialistas e seus estipendiários na mídia corporativa. Ao discursar no evento em homenagem à reunificação da Crimeia com a Rússia, o chefe do Kremlin ressaltou que a Rússia fez muito para desenvolver a Crimeia e Sebastopol, e a reunificação resultou em sua redenção do estado lamentável em que viviam quando faziam parte da Ucrânia. Para além de exaltar a força da população da Crimeia que construíram "uma forte barreira no caminho dos neonazistas". Acrescentou tiradas patrióticas destacando que o povo da península da Crimeia queria viver em sua terra, em sua pátria histórica, a Rússia, razão pela qual votou maciçamente pelo retorno ao lar histórico no referendo de 18 de março de 2014. "Queriam viver um destino mútuo com sua pátria histórica, com a Rússia, tinham todo o direito e alcançaram seu objetivo", declarou Putin.

Putin também causou irritação nos círculos imperialistas e seus porta-vozes na mídia quando defendeu as razões que o levaram a deflagrar em 24 de fevereiro a operação militar especial na Ucrânia. Não poupou palavras ao se referir à trágica situação que viveu o povo da região do Donbass durante os últimos oito anos desde o golpe de 2014. "O povo do Donbass sofreu genocídio", disse Putin diante da mutidão. 

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Os inimigos da Rússia foram levados ao transe quando Vladimir Putin pediu glórias eternas aos soldados russos, ressaltando a generosidade e o heroísmo dos jovens patriotas. 

Os mesmos centros do poder imperialista e sua mídia ficaram desapontados também porque o presidente russo proclamou alto e bom som os direitos de seu país a ter garantias de segurança. Referindo-se às ações anti-Rússia adotadas nas últimas semanas, Putin declarou alto e bom som, arrancando aplausos e ovações do estádio: "Toda essa parafernália extremista é 'justificada' pelo fato de uma nação exercer o direito elementar que todo país, sociedade ou ser humano tem de se defender, de se proteger tomando a iniciativa contra uma agressão disfarçada de baixa intensidade, pertinaz e contínua, que coloca e irá colocá-los ao longo do tempo em sério risco para a sua integridade territorial e para a segurança e a vida dos seus habitantes. Não preciso explicar muito, todos que me ouvem sabem muito bem, mesmo que se recusem a entender, do que estou falando". E diante dos vaticínios de “isolamento”, “divisão” e “derrota inevitável” da Rússia, Putin fez uma demonstração de unidade e poder nacional, ao afirmar que a Rússia e seu povo nunca tiveram tanta força. 

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Incapazes de refutar a mensagem nacionalista e popular, voltaram suas críticas para a simbologia do evento e das citações bíblicas, forçando analogias com o fascismo, método covarde de caluniar diante da evidente falta de condições para enfrentar a Rússia na operação de desmilitarização e desnazificação da Ucrânia. 

O que mais encolerizou os centros de poder imperialista e os funcionários da mídia monopolista foram as ideias de fundo sobre o sentido geopolítico do conflito em curso no Leste Europeu, que olíder do Kremlin explicitou dois dias antes em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV: "O que deve ficar claro para todos é a evidência de que esses últimos acontecimentos puseram fim ao domínio global dos países ocidentais na política e na economia mundial. Além disso, o modelo econômico que durante décadas foi imposto ao mundo em geral, a obsessão patológica dos EUA e seus aliados por sanções, foi deixado em dúvida, não compartilhado pelos países onde vivem mais da metade da população mundial. Esses países representam a parte mais promissora do futuro, são as economias que mais crescem. A Rússia está entre esses países, estamos juntos, é assim porque a Rússia tem todos os recursos naturais, materiais e humanos de que essas nações emergentes precisam, o Ocidente não tem mais nada a dar, nada a oferecer além do roubo (...), eles só têm a ganância e a necessidade de cortar o crescimento dessas nações emergentes, razão pela qual, inevitavelmente, já é o início próspero do novo sistema econômico comercial que emerge, um sistema onde o mundo terá a garantia de que suas riquezas não serão arbitrariamente saqueadas, e onde o comércio e a troca possam ser realizados de forma florescente, natural e segura. A Rússia sempre deu grandes contribuições para a evolução da civilização humana ao longo da história, desta vez não foi nem vai ser diferente, a Rússia sempre fez e sempre fará parte da história."

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Esta é a razão da raiva dos centros de poder imperialista e sua mídia. O líder russo anunciou o fim da ordem unipolar.   

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