Popularização das águas subterrâneas*

"Aqui, nessa proposta de popularização das águas subterrâneas, estariam contempladas áreas sujeitas a contaminação das águas subterrâneas e custos envolvidos"

(Foto: ODAIR LEAL)


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As questões ecológicas e ambientais que atualmente vêm ganhando mais importância na vida das pessoas do planeta levam os profissionais e pesquisadores que atuam em várias áreas da ciência a uma mudança no seu perfil de atividades. Em vários países, as instituições dessa área de atuação estão realizando reformulações estruturais para atuarem nas diferentes relações existentes no meio ambiente[1].

Dessa maneira, considera-se que as Ciências da Terra incluem tudo o que se diz respeito ao conhecimento e ao manejo tecnológico dos aspectos inerentes ao nosso planeta, seus processos naturais e sua dinâmica, especialmente a que se manifesta em sua superfície. Incluem os campos de atuação da Geologia, da Geofísica, da Meteorologia, da Oceanografia, da Ecologia, bem como muitos aspectos técnicos inerentes às engenharias e também muitos que tangenciam as Ciências Humanas, através de sua estreita relação com a Geografia. Enquanto que o Meio Ambiente contempla a indissociável relação entre os componentes naturais e a ação do homem, estabelecendo uma dinâmica própria de transformação.

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Por causa do aumento diário dos problemas ambientais decorrentes da ação do homem, um projeto público que se baseia no tripé Ciências da Terra e Meio Ambiente-Educação-Comunicação pode, através de recursos da mídia, divulgar a problemática do uso inadequado do meio físico, as consequências danosas ao ambiente e propor medidas preventivas e corretivas mediante ações concretas junto à comunidade.

Neste contexto, um primeiro passo seria organizar um site na internet de acesso gratuito, onde as informações já existentes sobre meio ambiente se tornarão de domínio público, a partir momento de seu lançamento na rede. Nele seriam identificadas as situações reais, de campo, relacionadas às Ciências da Terra e Meio Ambiente, que afetam a comunidade, com ênfase às águas subterrâneas.

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Aqui, nessa proposta de popularização das águas subterrâneas, estariam contempladas áreas sujeitas a contaminação das águas subterrâneas e custos envolvidos[2], as possíveis restaurações dos aquíferos nos respectivos ecossistemas[3], além dos direitos das pessoas[4] nesses setores degradados, possibilitando a elaboração de um acervo de informações que funcionará como ferramenta auxiliar na construção de espaços de diálogo inter, multi e transdisciplinar, com a articulação entre pesquisadores de diferentes instituições.

Um segundo passo seria a elaboração de artigos para jornais, cartilhas, glossário técnico, livros de bolso, e-books[5], vídeos, chats e informações de rádio. O público-alvo é a comunidade envolvida em riscos ambientais, muitas vezes em locais com águas contaminadas, sejam eles tecnológicos, naturais ou sociais, onde se incluiriam as escolas de primeiro e segundo graus, para implementação nas grades curriculares dos seus cursos de temas relacionados as Ciências da Terra[6] e Meio Ambiente e com ênfase às águas subterrâneas.

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Assim, sob essa ótica, entende-se que a finalidade da educação é a constituição de uma consciência crítica e, com a popularização de conceitos científicos, a desconcentração na produção de conhecimentos permitirá uma maior apropriação pública das informações restritas muitas vezes à comunidade técnica e acadêmica, fortalecendo a participação cidadã.

“Haverá ainda, no mundo, coisas tão simples e tão puras como a água bebida na concha das mãos?” (Mario Quintana).

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Notas 

[1] texto base publicado no jornal a “Gazeta de Ribeirão” em 22/04/2007 e republicado no blog do “Cacá Medeiros Filho” em 13/07/2019, com o título “Popularização das ciências”, adaptado para essa proposta de popularização das águas subterrâneas: http://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2019/07/popularizacaodas-ciencias-de-heraldo.html?view=magazine

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[2] artigo “Quanto custa um aquífero contaminado?”:

https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/616776-quanto-custa-um-aquifero-contaminado

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[3] artigo “Restauração de ecossistemas”:

https://aterraeredonda.com.br/restauracao-de-ecossistemas/

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[4] artigo “Água e Direitos Humanos”:

https://www.justicapaz.org/portal/agua-e-direitos-humanos-artigo-de-heraldo-campos/

[5] o autor publicou entre os anos de 2019 e 2021 dois e-books, para acesso gratuito ao público e que podem ser visualizados pelo artigo “Por onde a água passa”:

https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/613715-por-onde-a-agua-passa-2

[6] artigo “Ciências da Terra: para que estudar isso?”

https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/614220-ciencias-da-terra-para-que-estudar-isso

*Heraldo Campos é Graduado em geologia (1976) pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista – UNESP, Mestre em Geologia Geral e de Aplicação (1987) e Doutor em Ciências (1993) pelo Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo - USP. Pós-doutor (2000) pelo Departamento de Ingeniería del Terreno y Cartográfica, Universidad Politécnica de Cataluña - UPC e pós-doutorado (2010) pelo Departamento de Hidráulica e Saneamento, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo - USP.

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