Popularidade de Bolsonaro em queda livre

A jornalista Helena Chagas, do Jornalistas pela Democracia, analisa os efeitos da expressiva queda da aprovação do governo de Jair Bolsonaro, que caiu de 49% para 34% entre janeiro e março; "A consequência imediata da queda da popularidade presidencial torna Bolsonaro mais dependente do Congresso, mais vulnerável a suas demandas e, sobretudo, diminui seu poder de fogo para aprovar a reforma da Previdência no formato enviado ao Congresso", diz

Popularidade de Bolsonaro em queda livre
Popularidade de Bolsonaro em queda livre (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)


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Por Helena Chagas, para o Jornalistas pela Democracia - O presidente Jair Bolsonaro continua queimando de forma acelerada seu patrimônio de popularidade. De janeiro para cá, segundo pesquisa do IBOPE divulgada hoje, o índice dos que acham o governo bom ou ótimo despencou 15 p.p, passando de 49% para 34%. O percentual dos que consideram o governo ruim ou péssimo subiu de 11%, em janeiro, para 24%.

Com esses números, Bolsonaro é o presidente eleito de primeiro mandato com menos popularidade no terceiro mês de governo. Fernando Henrique tinha 41% de bom e ótimo em março de 1995; Lula tinha 51% em março de 2003 e Dilma Rousseff tinha 56% nesse mesmo mês em 2011. No segundo mandato, FHC e Dilma tinham menos do que Bolsonaro hoje, mas não cabe a comparação com presidentes reeleitos.

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Nem tudo está perdido para Bolsonaro, que ainda tem 51% de aprovação pessoal a seu modo de governar e a confiança de 49% dos entrevistados. Mas também esses índices estão caindo. Eram 57% e 55%, respectivamente, no mês passado.

A curva da popularidade bolsonariana corre para baixo, e se não houver um freio de arrumação no governo, vai continuar despencando. Aliados do presidente já falam em demissão de ministros problemáticos - Vélez? Ernesto? Damares? - e sua substituição por gente indicada pelos partidos.

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A consequência imediata da queda da popularidade presidencial torna Bolsonaro mais dependente do Congresso, mais vulnerável a suas demandas e, sobretudo, diminui seu poder de fogo para aprovar a reforma da Previdência no formato enviado ao Congresso.

Não existe vácuo no poder. Sempre que o Executivo se fragiliza, o Congresso fica mais forte. Se não estancar sua perda de popularidade, ou se não conseguir fechar uma aliança com os partidos tradicionais que lhe dê blindagem política, a tendência é que, até o fim do ano, tenhamos mais um refém do presidencialismo à brasileira no Planalto.

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