Política Nacional de Participação Social resgata o PT, democratiza o Brasil e enquadra os golpistas
O histerismo em forma de "protesto" calculado e oportunista da direita midiática é resultado do total desprezo que a burguesia sente pela opinião do povo brasileiro
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A alta burguesia brasileira e seu tentáculo mais feroz e reacionário, representado pela imprensa empresarial, mostraram-se, no dia 23 de maio, inconformados, pois furiosas, deveras, com a assinatura do Decreto Presidencial nº 8.243, por parte da presidenta trabalhista, Dilma Rousseff, política que recentemente derrotou o candidato conservador, o tucano Aécio Neves, e, com efeito, vai governar o Brasil até janeiro de 2019.
O histerismo em forma de "protesto" calculado e oportunista da direita midiática, logo repercutido no Congresso Nacional pelos seus cúmplices ideológicos manipuladores de suas notícias facciosas quando, não, mentirosas, é resultado do total desprezo que a burguesia sente pela opinião do povo brasileiro, porque historicamente sempre lutou contra o desenvolvimento do Brasil, porque compartilha, há séculos, dos interesses dos países que controlam o sistema de capitais em termos mundiais.
O documento assinado pela mandatária petista institui o Sistema Nacional de Participação Social (SNPS) e a Política Nacional de Participação Social (PNPS). A efetivação do decreto vai permitir um grande avanço para a civilização brasileira, pois democratiza ainda mais a sociedade, além de resgatar a história do Partido dos Trabalhadores que, no primeiro Governo Dilma, afastou-se dos movimentos sociais, dos sindicatos e do próprio PT, realidade esta que não ocorreu no Governo popular e democrático de Lula.
Dilma se dedicou, com maior ênfase, em tocar as obras de infraestrutura, manter e expandir os programas de inclusão social e principalmente tratar de questões econômicas e fiscais, a exemplo de superávit primário, controle de inflação e câmbio flutuante, o famoso tripé tão a afeição dos interesses dos governantes, que pode também se tornar um tiro no pé, se tal trio for efetivado somente para atender às demandas do grande empresariado e dos banqueiros, que têm como porta-vozes os oligopólios privados de comunicação, absurdamente controlados no Brasil por meia dúzia de famílias bilionárias e integrantes da plutocracia.
A classe abastada que se incomoda com os impostos e cria o "impostômetro" em São Paulo (só poderia ser lá), mas não se importa em também criar o "sonegômetro", a fim de mostrar e denunciar a sonegação — a sangria, e, posteriormente, repercuti-la para o povo desta Nação altaneira, conforme os nossos hinos, saber o quanto as "elites" brasileiras, tão cônscias das "boas intenções" e mascaradas em suas honras roubam do Brasil, por intermédio de remessas de lucros maquiadas, da sonegação de impostos e do confisco ilegal do patrimônio estatal, a começar pela utilização patrimonialista das instituições, órgãos e autarquias do Estado nacional e da grilagem de terras públicas.
Realidades essas inerentes ou peculiares às ações daqueles que controlam os inúmeros mercados e atividades financeiras e querem o Estado subjugado aos seus interesses. De acordo com a Receita Federal, os brasileiros ricos têm depositado em paraísos fiscais, além de patrimônios móveis e imóveis, a quantia estratosférica de R$ 1 trilhão. Ou seja, um terço do PIB brasileiro, e essa gente ainda têm a desfaçatez de reclamar da vida, além de sempre estar disposta a desestabilizar os governantes que não conjugam com suas ideias, pensamentos e propósitos. Os magnatas brasileiros são a quarta maior fortuna do planeta criminosamente escondida em paraísos fiscais.
Depois reclamam, por intermédio da imprensa familiar e sonegadora, do crescimento econômico do Brasil e caem de pau no Governo petista. Um berreiro calculado, hipócrita e de fundo arrivista, porque reage com cólera à redução dos gastos com os juros da dívida pública, fatos estes que deixam nus o mercado financeiro e os magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas, pois, irrefragavelmente, a decisão de Dilma Rousseff recalcula o superávit primário e revela, indelevelmente, que a imprensa alienígena e de negócios privados não tem quaisquer compromissos com o Brasil e seu povo, mas, evidentemente, com os rentistas e o sistema financeiro.
Em contraponto aos desejos e interesses do País, a mídia radical e de direita se mostra endiabrada e barulhenta quando se trata de defender medidas que prejudicam a maioria da população, a exemplo de pregar, sistematicamente, preceitos econômicos impopulares e socialmente perversos, que, sem sombra de dúvida, levam à diminuição dos investimentos em infraestrutura e programas sociais, bem como chancelam o desemprego, o arrocho salarial e os cortes, no que concerne às aplicações orçamentárias em educação, segurança, saúde e moradia, pilares de qualquer sociedade que deseje ser humana, democrática e civilizada.
Eis o retrato 3 x 4 da Casa Grande, cujos inquilinos são adeptos do patrimonialismo e fazem da corrupção seus autos de fé, a exemplo dos bilionários e de seus executivos, que ora se encontram presos na Polícia Federal por terem roubado a Petrobras, ou seja, o contribuinte brasileiro. Por causa disto, a burguesia e os controladores de suas mídias cruzadas e monopolizadas distorcem os fatos, as verdades, os acontecimentos e passam a denominar de corrupto um Governo que investiga e manda prender, porque, na verdade, as castas elitizadas querem a União em suas mãos e, por seu turno, dar sequência à sua história de espoliação e exploração sobre as camadas sociais mais simples e com menos poder de barganha para defender e negociar seus interesses.
São essas as causas do desespero e do ódio dos ricos e dos muito ricos, que têm o apoio de coxinhas de classe média, instruídos e formados em universidades, mas incrivelmente conservadores e rancorosos, porque muitos deles deixam evidentes seus inconformismos e revoltas com a ascensão social e econômica dos negros, dos índios, dos pobres, dos nordestinos e dos nortistas, conforme se verifica, inquestionavelmente, nas redes sociais.
Esse povo pequeno burguês, empregado dos donos dos meios de produção, transformou-se no lúmpen das camadas sociais mais altas, e, ignorante sobre seu próprio papel na sociedade, até porque a pequena burguesia não é considerada classe, alia-se ao que existe de pior em todas as sociedades e civilizações: a exploração simples e pura do homem sobre o homem, com a permissividade dos governos, que se tornam cúmplices da Casa Grande, bem como luta, diuturnamente, para eleger o mandatário que vai atender seus negócios e manter, a ferro e fogo, os muros visíveis e invisíveis do apartheid social e racial, que acontece em todos os países, sejam eles desenvolvidos ou não.
O coxinhas são cúmplices da miséria humana e da violência nas cidades, e a maioria tem consciência política e razão social sobre essas questões. Eles não são ingênuos e nem ignoram os fatos, mas abraçam, voluntariamente, os valores e os princípios da Casa Grande, a maior culpada pelos conflitos sociais e guerras entre os países.
Repercutem e defendem os interesses do establishment e, consequentemente, compram gato por lebre, porque a alta sociedade — o high society — nunca vai franquear seus salões, porque jamais vai abrir as portas a quem lhe serve como subalterno. No máximo a classe média tradicional vai ser sua empregada um pouco melhor remunerada e consumidora dos produtos e serviços vendidos pelo empresariado. Ponto.
Como fazer o povo brasileiro sair da condição de apenas eleitor de uma democracia representativa, burguesa e tão subalterna aos interesses de grupos econômicos que se aboletaram no Congresso Nacional? Porque se trata de representantes eleitos pelo capital, em suas diferentes faces, sendo que grande parte dos parlamentares atuam e agem para defender os interesses de seus trustes diversificados em categorias empresariais urbanas e rurais.
Como dar voz e poder de decisão ao povo? Respondo: por intermédio de plebiscitos e referendos, sendo que o plebiscito é mais abrangente, porque o povo vota diretamente sobre determinado assunto, a exemplo da reforma política, que a burguesia e a imprensa corporativa não querem que seja aprovada, pois são contrárias ao fim do financiamento privado aos partidos, que precisam de dinheiro para arcar com as despesas provenientes das eleições, o que os levam a criar os caixas dois e, por conseguinte, à corrupção. Sem dinheiro, não há eleição; e, sem eleição, não se elege candidato algum. É como a história do ovo e da galinha...
Pois é, meus camaradas, mas rapidamente repercuto esta pergunta: "O leitor compreendeu o porquê de o capital financeiro, os capitães da indústria, os empresários do agronegócio, os políticos conservadores do consórcio PSDB-DEM-PPS-PSB e, principalmente, os magnatas bilionários de imprensa se mostrarem, furiosamente, contra a instituição do Sistema Nacional de Participação Social (SNPS) e a Política Nacional de Participação Social (PNPS), bem como contrários aos referendos e plebiscitos?
É que essa gente preconceituosa, elitista, sectária e inquilina da Casa Grande, que trata o Brasil como um clube prive, não quer, nunca quis e, se puder, jamais ouvirá a opinião do povo. Por isso que os afortunados criam situações que propiciam a manipulação, a distorção das notícias e das informações, de maneira seletiva, e, geralmente, retiradas de um contexto mais amplo e, portanto, explicativo a quem não participa dos bastidores da luta política, como é o caso da maioria do povo brasileiro.
A imprensa de histórico politicamente golpista e aliada dos trustes internacionais desinforma propositalmente e, se possível, mente. Não interessa a ela elaborar o verdadeiro jornalismo, que tem regras, como, por exemplo, ouvir os dois lados para se chegar a alguma verdade sobre os fatos, que se baseiam em versões. Não; de forma alguma. Os magnatas bilionários de imprensa e seus coiotes de confiança aboletados nas redações se dedicam a fazer política, uma política rasteira, convenhamos, pois não oficial, mas oficiosa. Essa gente simplesmente não quer o desenvolvimento do Brasil e a emancipação do povo brasileiro.
A imprensa burguesa odeia a democracia e quando verifica a ascensão social das camadas populares, trata logo de combater aqueles que propiciaram tal processo, no caso, obviamente, os governos populares e trabalhistas de Lula e Dilma, alvos de suas cóleras e de seus preconceitos e intolerâncias raciais, de classe, de origem, de sexo e, até mesmo, religião. "A burguesia fede; a burguesia quer ficar rica; enquanto houver burguesia, não haverá alegria", já dizia Cazuza, nascido em "berço esplêndido", mas, com efeito e por isto mesmo, sabia o que estava a falar.
O PT tem a obrigação de resgatar suas lutas históricas e a presidenta Dilma Rousseff tem de voltar seus olhos para a militância, os movimentos sociais, os sindicatos e a todos aqueles que votaram em sua pessoa e a reconduziram à cadeira da Presidência da República. O PT tem de enfrentar a oposição de direita e contrária aos interesses do Brasil em todos os terrenos, seja aonde for, pois o povo brasileiro elegeu a mandatária para governar e, consequentemente, determinar e definir o que deve ser feito em benefício de todos os brasileiros, inclusive os que não votaram na candidatura petista.
Urge a aprovação de um plebiscito para a reforma política, bem como deve haver mais celeridade para se efetivar, com a aprovação do Congresso Nacional, o marco regulatório para as mídias — a Lei dos Meios. A presidenta trabalhista também deveria, sobretudo, exigir da Secretaria de Comunicação (Secom), da Presidência da República, que dissemine nos veículos de comunicação, inclusive os privados, as obras do governo, as prontas e as que estão em andamento, bem como repercuta os avanços conquistados por meio de programas sociais e educacionais, além dos que propiciam as pessoas se transformarem em pequenas empreendedoras.
A Secom tem de entender que a imprensa familiar e politicamente golpista não pode jamais falar sozinha, porque ela sabota a realidade e boicota a verdade. Do contrário, os mandatários trabalhistas apenas terão a oportunidade de se reportar ao povo de quatro em quatro anos, quando tem acesso aos meios de comunicação por força da propaganda eleitoral.
Além disso, torna-se necessário ao Governo Federal fortalecer seu sistema midiático, e, para isso, tem de aumentar seu orçamento, realizar concurso e fazer com que a mídia governamental seja disseminada em todo o País, com a ampliação de canais em estados da Federação e regiões que não têm acesso às informações e notícias do que é realizado pelo Governo.
Cadê a Secom? Qual é seu papel? Pelo que vejo é o de apenas empregar pessoas e se ocupar com seu status. A Secom é inoperante. A Política Nacional de Participação Social resgata a história do PT, democratiza o Brasil e enquadra os golpistas, porque dá voz ao povo e o poder de determinar seu destino. É isso aí.
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