PM atacou manifestantes sem razão. Eu vi e provo

Daqui em diante, teremos que ficar “espertos” para não cairmos mais na armação da PM, não dando aos golpistas imagens e pretextos para nos reprimir, pois estamos apenas exercendo direitos inscritos no artigo 5º da Constituição Federal

Daqui em diante, teremos que ficar “espertos” para não cairmos mais na armação da PM, não dando aos golpistas imagens e pretextos para nos reprimir, pois estamos apenas exercendo direitos inscritos no artigo 5º da Constituição Federal
Daqui em diante, teremos que ficar “espertos” para não cairmos mais na armação da PM, não dando aos golpistas imagens e pretextos para nos reprimir, pois estamos apenas exercendo direitos inscritos no artigo 5º da Constituição Federal (Foto: Eduardo Guimarães)


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Na última quarta-feira, 31 de agosto de 2016, minutos após o impeachment, a avenida Paulista foi tomada por fascistas que sentiram-se à vontade para pedir a volta da ditadura militar. O repórter da minha campanha a vereador, Felipe Masini, estava no local e registrou tudo.

A PM fazia a segurança dos fascistas e, com eles, mantinha estreita relação de camaradagem e cumplicidade, segundo relato de Felipe.

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Os fascistas, ao longo do dia, passaram a provocar qualquer um que transitasse pela Paulista e eles considerassem “suspeito” de ser “petista”. Era previsível, portanto, que algum movimento em sentido contrário ocorreria, até por conta da destituição tão irregular de Dilma Rousseff que nem seguiu a lei, que prega que um presidente destituído fique inelegível por 8 anos.

No fim da tarde, pois, estudantes começaram a se aglutinar na avenida em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP).

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Este blogueiro, que reside na extremidade sul da avenida paulista, chegou ao local bem antes de a aglomeração de pessoas contrárias ao golpe parlamentar começar a se mover em direção ao centro de São Paulo e pode testemunhar o caráter espontâneo da manifestação.

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O protesto foi crescendo porque pessoas que passavam iam se juntando aos manifestantes e outras que viam das janelas dos prédios desciam para participar. Em questão de minutos, um forte aparato da polícia militar chegou e foi adotando uma postura ameaçadora.

De cara, a tropa de choque da PM nos cercou como que pretendendo impedir que tomássemos outro rumo que não o da avenida da Consolação. Cheguei a tirar uma foto diante do “cordão de isolamento” ameaçador que se formou.

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Por volta das 20 horas o protesto começou, então, a se mover em direção à avenida da Consolação. A manifestação pretendia chegar à sede do jornal Folha de São Paulo, talvez pelo simbolismo, haja vista que os protestos contra a escalada fascista começaram lá, em 2007, por iniciativa deste blogueiro

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Pouco antes de a marcha começar, fui conversar com o comandante da operação da PM que dizia que iria “acompanhar” os manifestantes em sua marcha com vistas a “protegê-los”. Confira, abaixo, o vídeo da minha campanha que mostra como, diabos, a PM nos protegeu.

A mídia golpista – que, até então, não divulgara nada contra a manifestação –, vendo o tamanho do protesto contra Temer no dia do golpe que ele deu, tratou de, em aparente conluio com a PM, divulgar uma versão distorcida dos fatos.

Como exemplo, matéria do portal G1 que traz vídeos e fotos para “comprovar” a narrativa de que os manifestantes teriam promovido “arruaças”, quando, na verdade, eles reagiram a ataque imotivado da PM, que começou a atirar bombas sem que nenhum de nós tivesse feito nada.

Eu estava lá e posso garantir que foi tudo uma armação.

O portal G1 divulgou matéria criminosa em que afirma que a PM teria “reagido” ao protesto, começando com vídeo que afirma isso, mas que não mostra que os manifestantes começaram o confronto, mostra justamente o contrário, mostra a PM atacando. Clique na imagem se quiser ver a matéria mentirosa do G1.

fascistas 5O G1 chegou ao local junto com a PM. A manifestação descia a avenida da Consolação tranquilamente, quando, do nada, começou a ser alvejada por bombas de gás lacrimogênio lançadas a grande distância contra pessoas que apenas caminhavam em direção ao centro da cidade – incluindo eu e os repórteres da campanha Eder Bruno e Felipe Masini.

Este blogueiro registrou o momento em que começou o ataque; eu e as pessoas no entorno não estávamos fazendo nada e as bombas começaram a cair sobre nós. Eu, Eder e Felipe fomos atingidos em cheio por uma bomba de gás que caiu a poucos metros de nós. Sem ter qualquer proteção, passamos muito mal.

Foi a partir desse momento – e de momentos idênticos no centro de São Paulo – que começou a reação ao ataque da PM. A revolta provocada pelo ataque imotivado da PM fez manifestantes mais jovens perderem a cabeça e começarem a quebrar vitrines e até uma viatura. Se a polícia não tivesse atacado, nada teria acontecido.

Só posso dizer o que aconteceu na avenida da Consolação, mas se a PM atacou lá sem razão, é lícito supor que fez o mesmo em outras partes da cidade. O intuito de provocar os manifestantes ficou claro para mim desde o primeiro vídeo.

Daqui em diante, teremos que ficar “espertos” para não cairmos mais na armação da PM, não dando aos golpistas imagens e pretextos para nos reprimir, pois estamos apenas exercendo direitos inscritos no artigo 5º da Constituição Federal.

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