PM atacou manifestantes sem razão. Eu vi e provo
Daqui em diante, teremos que ficar “espertos” para não cairmos mais na armação da PM, não dando aos golpistas imagens e pretextos para nos reprimir, pois estamos apenas exercendo direitos inscritos no artigo 5º da Constituição Federal
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Na última quarta-feira, 31 de agosto de 2016, minutos após o impeachment, a avenida Paulista foi tomada por fascistas que sentiram-se à vontade para pedir a volta da ditadura militar. O repórter da minha campanha a vereador, Felipe Masini, estava no local e registrou tudo.
A PM fazia a segurança dos fascistas e, com eles, mantinha estreita relação de camaradagem e cumplicidade, segundo relato de Felipe.
Os fascistas, ao longo do dia, passaram a provocar qualquer um que transitasse pela Paulista e eles considerassem “suspeito” de ser “petista”. Era previsível, portanto, que algum movimento em sentido contrário ocorreria, até por conta da destituição tão irregular de Dilma Rousseff que nem seguiu a lei, que prega que um presidente destituído fique inelegível por 8 anos.
No fim da tarde, pois, estudantes começaram a se aglutinar na avenida em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP).
Este blogueiro, que reside na extremidade sul da avenida paulista, chegou ao local bem antes de a aglomeração de pessoas contrárias ao golpe parlamentar começar a se mover em direção ao centro de São Paulo e pode testemunhar o caráter espontâneo da manifestação.
O protesto foi crescendo porque pessoas que passavam iam se juntando aos manifestantes e outras que viam das janelas dos prédios desciam para participar. Em questão de minutos, um forte aparato da polícia militar chegou e foi adotando uma postura ameaçadora.
De cara, a tropa de choque da PM nos cercou como que pretendendo impedir que tomássemos outro rumo que não o da avenida da Consolação. Cheguei a tirar uma foto diante do “cordão de isolamento” ameaçador que se formou.
Por volta das 20 horas o protesto começou, então, a se mover em direção à avenida da Consolação. A manifestação pretendia chegar à sede do jornal Folha de São Paulo, talvez pelo simbolismo, haja vista que os protestos contra a escalada fascista começaram lá, em 2007, por iniciativa deste blogueiro
Pouco antes de a marcha começar, fui conversar com o comandante da operação da PM que dizia que iria “acompanhar” os manifestantes em sua marcha com vistas a “protegê-los”. Confira, abaixo, o vídeo da minha campanha que mostra como, diabos, a PM nos protegeu.
A mídia golpista – que, até então, não divulgara nada contra a manifestação –, vendo o tamanho do protesto contra Temer no dia do golpe que ele deu, tratou de, em aparente conluio com a PM, divulgar uma versão distorcida dos fatos.
Como exemplo, matéria do portal G1 que traz vídeos e fotos para “comprovar” a narrativa de que os manifestantes teriam promovido “arruaças”, quando, na verdade, eles reagiram a ataque imotivado da PM, que começou a atirar bombas sem que nenhum de nós tivesse feito nada.
Eu estava lá e posso garantir que foi tudo uma armação.
O portal G1 divulgou matéria criminosa em que afirma que a PM teria “reagido” ao protesto, começando com vídeo que afirma isso, mas que não mostra que os manifestantes começaram o confronto, mostra justamente o contrário, mostra a PM atacando. Clique na imagem se quiser ver a matéria mentirosa do G1.
O G1 chegou ao local junto com a PM. A manifestação descia a avenida da Consolação tranquilamente, quando, do nada, começou a ser alvejada por bombas de gás lacrimogênio lançadas a grande distância contra pessoas que apenas caminhavam em direção ao centro da cidade – incluindo eu e os repórteres da campanha Eder Bruno e Felipe Masini.
Este blogueiro registrou o momento em que começou o ataque; eu e as pessoas no entorno não estávamos fazendo nada e as bombas começaram a cair sobre nós. Eu, Eder e Felipe fomos atingidos em cheio por uma bomba de gás que caiu a poucos metros de nós. Sem ter qualquer proteção, passamos muito mal.
Foi a partir desse momento – e de momentos idênticos no centro de São Paulo – que começou a reação ao ataque da PM. A revolta provocada pelo ataque imotivado da PM fez manifestantes mais jovens perderem a cabeça e começarem a quebrar vitrines e até uma viatura. Se a polícia não tivesse atacado, nada teria acontecido.
Só posso dizer o que aconteceu na avenida da Consolação, mas se a PM atacou lá sem razão, é lícito supor que fez o mesmo em outras partes da cidade. O intuito de provocar os manifestantes ficou claro para mim desde o primeiro vídeo.
Daqui em diante, teremos que ficar “espertos” para não cairmos mais na armação da PM, não dando aos golpistas imagens e pretextos para nos reprimir, pois estamos apenas exercendo direitos inscritos no artigo 5º da Constituição Federal.
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