Pesquisa não é oráculo

“Não é correto atribuir às pesquisas acertos ou erros”, diz o jornalista Alex Solnik

(Foto: Reprodução/Ipespe)


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Alex Solnik

No dia 28 de setembro de 2018, a dez dias das eleições, o resultado do Datafolha para presidente da República foi: Bolsonaro 28%; Haddad 22%; Ciro 11%; Alckmin 10%; Marina 5%. 

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Bem parecido com o Ibope de 18 de setembro: Bolsonaro 28%; Haddad 19%; Ciro 11%; Alckmin 7%; Marina 6%.

O resultado das urnas, a 7 de outubro, foi bem diferente: Bolsonaro 46%; Haddad 30%; Ciro 12%; Alckmin 4%; Marina 1%.

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No dia 23 de outubro de 2018, a cinco dias do segundo turno, o Ibope apontou Bolsonaro 50% vs. Haddad 37%.

Dois dias depois, o Datafolha registrou Bolsonaro 48% vs. Haddad 38%.

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O resultado das urnas, a 28 de outubro, foi bem diferente: Bolsonaro 39% vs. Haddad 30%.

Não quero questionar a credibilidade dos dois maiores institutos de pesquisas do país.

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Quero, isso sim, alertar para o fato de que as pesquisas não preveem o que irá acontecer no dia da eleição.

Não podem, portanto, ser levadas ao pé da letra. Nem agora nem às vésperas da disputa.

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E por que?

É muito difícil reproduzir, com modelos estatísticos, o pensamento de 140 milhões de eleitores, por mais qualificados que sejam os especialistas dos institutos, num universo de 2 mil ou 3 mil entrevistados. 

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Mas talvez o fator preponderante da distorção seja a diferença entre “intenção de voto” e “voto”.

Ao responder à pesquisa, o eleitor fala. Não assina papel. Não assume compromisso. Palavras voam. O que diz à tarde pode não valer à noite. 

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Diante da urna a situação é outra. Não tem interlocutor. Ele está solitário diante do seu destino. Tem que apertar um botão. E não pode voltar atrás. 

Não é correto atribuir às pesquisas acertos ou erros.

Elas não são oráculos.

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