Perguntar não ofende
O que faria o senador Viana se o que ocorreu essa semana tivesse ocorrido durante o impeachment?
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Se o que ocorreu ontem tivesse ocorrido durante o impeachment, o senador Viana:
a) diria não ter condições de assumir a presidência do Senado?
b) renunciaria da primeira vice, para que Jucá assumisse?
c) assumiria e "tocaria a pauta" do impeachment?
d) apoiaria o "Volta Renan"?
e) pediria ao STF que revogasse a liminar, mesmo criando mais um casuísmo jurídico?
f) todas as anteriores?
g) nenhuma das anteriores?
h) aproveitaria a crise para fazer o que fosse possível para defender a democracia e os interesses populares?
Não saberemos nunca o que poderia ter ocorrido naquela ocasião.
Sei o que ocorreu nos últimos dias.
Comprovou-se que enquanto na esquerda tem gente preocupada em "não aprofundar a crise institucional", na direita a preocupação é outra: com crise, sem crise ou através da crise, o que importa é garantir o principal.
E o "principal" é aprovar a PEC 55, a reforma previdência, a entrega do pré-sal etc e tal.
Enquanto na esquerda tem gente preocupada em não aprofundar a crise institucional, a direita toma medidas que aprofundam a crise social.
Paradoxalmente, a atitude "responsável" demonstrada nos últimos dias por certos senadores apenas acrescentou lenha na fogueira de uma grande tragédia social e, portanto, de uma "crise institucional" ainda mais profunda.
Confirmando a máxima: em épocas de crise, nada mais perigoso do que o medo.
Certa direita tem demonstrado não ter medo de quase nada.
Já certa esquerda parece dominada pelo medo.
Não pelo medo pessoal, pela covardia individual.
O medo que paralisa certa esquerda é o medo de mudar de política, o medo de admitir que passou o tempo em que a conciliação parecia ser a melhor alternativa, o medo de escolher outro caminho que não o do meio.
Enquanto este medo prevalecer, a esquerda caminhará para o cadafalso, o país caminhará para a convulsão social e a direita caminhará para uma ditadura de novo tipo.
Os que desejam a paz, terão que preparar-se para a guerra.
ps. Voltando ao senador Viana: o Barão dizia que de onde nada se espera... Mas confesso que tinha uma pontinha de esperança. Infelizmente, a tradição falou mais alto. E o Barão confirmou, uma vez mais, sua genialidade.
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