Perguntar não ofende

O que faria o senador Viana se o que ocorreu essa semana tivesse ocorrido durante o impeachment?

Renan Calheiros e Jorge Viana 
Renan Calheiros e Jorge Viana  (Foto: Valter Pomar)


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Se o que ocorreu ontem tivesse ocorrido durante o impeachment, o senador Viana:

a) diria não ter condições de assumir a presidência do Senado?

b) renunciaria da primeira vice, para que Jucá assumisse?

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c) assumiria e "tocaria a pauta" do impeachment?

d) apoiaria o "Volta Renan"?

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e) pediria ao STF que revogasse a liminar, mesmo criando mais um casuísmo jurídico?

f) todas as anteriores?

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g) nenhuma das anteriores?

h) aproveitaria a crise para fazer o que fosse possível para defender a democracia e os interesses populares?

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Não saberemos nunca o que poderia ter ocorrido naquela ocasião.

Sei o que ocorreu nos últimos dias.

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Comprovou-se que enquanto na esquerda tem gente preocupada em "não aprofundar a crise institucional", na direita a preocupação é outra: com crise, sem crise ou através da crise, o que importa é garantir o principal.

E o "principal" é aprovar a PEC 55, a reforma previdência, a entrega do pré-sal etc e tal.

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Enquanto na esquerda tem gente preocupada em não aprofundar a crise institucional, a direita toma medidas que aprofundam a crise social.

Paradoxalmente, a atitude "responsável" demonstrada nos últimos dias por certos senadores apenas acrescentou lenha na fogueira de uma grande tragédia social e, portanto, de uma "crise institucional" ainda mais profunda.

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Confirmando a máxima: em épocas de crise, nada mais perigoso do que o medo.

Certa direita tem demonstrado não ter medo de quase nada.

Já certa esquerda parece dominada pelo medo.

Não pelo medo pessoal, pela covardia individual.

O medo que paralisa certa esquerda é o medo de mudar de política, o medo de admitir que passou o tempo em que a conciliação parecia ser a melhor alternativa, o medo de escolher outro caminho que não o do meio.

Enquanto este medo prevalecer, a esquerda caminhará para o cadafalso, o país caminhará para a convulsão social e a direita caminhará para uma ditadura de novo tipo.

Os que desejam a paz, terão que preparar-se para a guerra.

ps. Voltando ao senador Viana: o Barão dizia que de onde nada se espera... Mas confesso que tinha uma pontinha de esperança. Infelizmente, a tradição falou mais alto. E o Barão confirmou, uma vez mais, sua genialidade.

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