Pediram aeroportos melhores, foram atendidos e não reconhecem
Como se vê, a Copa de 2014 deixou, sim, legados. Aeroportos adequados a um país deste tamanho e desta importância não são o único, mas são um dos mais importantes
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Março de 2007. Reportagem da revista Veja, entre outras da grande mídia, continua introduzindo no (imaginário do) público uma “marca” com a qual esse “Poder da República” e partidos de oposição ao governo Lula armariam uma celeuma imensa, protagonizada por uma classe média que, por mais conforto em aeroportos, tornar-se-ia literalmente histérica e passaria a odiar com fervor aquele governo e seu partido.
A crise no setor aéreo brasileiro deveu-se a uma série de colapsos que ganharam visibilidade com o acidente do voo Gol 1907, em 29 de setembro de 2006. Aquele voo chocou-se com um jato Legacy, provocando dezenas de mortes.
O cavalo-de-batalha da direita contra o governo Lula seria usado para fustigar impiedosamente aquele governo, até seu fim, em 2010. A partir do governo Dilma Rousseff (2011), por conta da trégua que a nova presidente estabeleceu – ou pensou que estabeleceu – com a mídia, a picuinha midiática praticamente sumiu. Também porque as obras da Copa, nos aeroportos, começaram a fazer efeito.
Nos últimos dois anos, porém, apesar de não haver mais grandes problemas nos aeroportos, a mídia literalmente inventou uma volta do “caos aéreo” a partir do início da Copa do Mundo de 2014. Os aeroportos não ficariam prontos e mesmo os que ficassem mergulhariam no caos, com passageiros desorientados, bagagens se extraviando, voos atrasando ou sendo cancelados.
Começa a Copa e nada acontece. Ou melhor, acontece: os aeroportos são extasiantes pela beleza arquitetônica e altamente eficientes em todas as suas novas funcionalidades. O serviço de atendimento aos passageiros melhora a olhos vistos. A classe média, que em 2006 / 2007 subia nos balcões de check-in dos aeroportos para agredir funcionários das companhias aéreas, agora desfruta de aeroportos de primeiro mundo.
Porém, apesar de tantas obras que ficarão para o Brasil após a Copa, ainda há gente que não enxerga. Uma pessoa no Twitter que padece dessa falta de visão inspirou-me a escrever uma série de artigos sobre o legado da Copa de 2014 para o país.
Qual o legado da Copa? Comecemos pelos aeroportos. Abaixo, vídeo da NBR, a tevê do governo federal, sobre os novos aeroportos. Preste muita atenção a esse vídeo porque, depois dele, virá outro. Surpreendente.
É obvio que as pessoas que se recusam a enxergar um palmo diante do nariz, quando não gostam dos fatos, dirão que é só propaganda do governo. Mas, nesse caso, há uma fórmula para aferir se o que o governo Dilma prometeu, no vídeo acima, foi cumprido.
Quem poderia imaginar que o grupo de midiático que mais bateu bumbo sobre o “caos aéreo” acabaria reconhecendo que as reclamações da classe média e da mídia por melhores aeroportos seria atendida.
E, sim, refiro-me à Globo. Não à tevê aberta, mas a um canal a cabo, o SporTV. A matéria, além de mostrar que o que o vídeo institucional do governo Dilma diz sobre os aeroportos é verdade, ainda deixa ver quanto o país já está lucrando com a Copa de 2014.
Estranhamente, porém, a página do SporTV em que essa matéria é veiculada parece quase não ter sido visitada. No momento em que escrevo, teve zero curtidas no Facebook e zero envios pelo Twitter.
A Globo não parece ter tido muito interesse em divulgar. Por conta disso, o Blog tratou de filmar o vídeo e salvá-lo em seu canal no You Tube. O resultado você confere abaixo.
Como se vê, a Copa de 2014 deixou, sim, legados. Aeroportos adequados a um país deste tamanho e desta importância não são o único, mas são um dos mais importantes. A grande ironia, porém, é a de que esse legado tão importante da Copa foi feito para atender justamente a um setor da sociedade que construiu seu ódio aos governos do PT em cima de queixas sobre aeroportos.
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