PDT desistiu de ir a Paris em 2022 – e isso pode ser decisivo
"Como o adulto na sala, Carlos Lupi avisou que independente de Ciro e sua postura, o PDT não repetirá o erro de 2018 e estará ao lado da democracia, apoiando Lula. Isso se houver segundo turno. A conferir", escreve o jornalista Aquiles Lins
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Por Aquiles Lins
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, fez nesta sexta-feira (12) uma importante sinalização política ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista ao UOL, Lupi afirmou que o PDT apoiará Lula no segundo turno das eleições presidenciais de 2022 em um confronto contra Jair Bolsonaro.
“No primeiro turno não vejo possibilidade. Agora, no segundo turno é outra eleição. Vamos ver quem é o adversário. Se for Bolsonaro ou seus representantes, com certeza, não estaremos com Bolsonaro, estaremos com Lula”, disse Lupi.
Embora reforce que o PDT rumará com Ciro Gomes no primeiro turno, a declaração de Lupi é um gesto de que o partido é refratário ao discurso agressivo de Ciro contra Lula e o PT. Como se sabe, nas eleições de 2018, o então candidato do PDT a presidente não apoiou o candidato do PT, Fernando Haddad, preferindo viajar para Paris e contribuindo indiretamente para a eleição de Jair Bolsonaro. Desde então, Ciro trata o PT e os ex-presidentes Lula e Dilma com hostilidade.
Ao PDT também interessa uma aliança com Lula. Esta preferência é demonstrada por alguns de seus pré-candidatos, como o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves no Rio de Janeiro e o senador Weverton Rocha no Maranhão, pedetistas que pretendem disputar o governo de seus estados. Sem falar nas candidaturas a deputados e a senador. Com a estagnação de Ciro e a possibilidade de Lula vencer o pleito em primeiro turno, cada vez mais demonstrada pelas pesquisas, como a Vox Populi divulgada nessa quinta-feira (11), parte dos proporcionais pedetistas vai correr para onde o povo está indo.
Declaração de Lupi ocorre também depois de uma crise política no PDT, provocada pela posição do partido favorável à PEC do calote nos precatórios na votação do primeiro turno. A bancada pedetista deu 15 votos a favor da PEC, contribuição decisiva para a aprovação da matéria em primeiro turno. Em reação, Ciro Gomes anunciou a “suspensão” de sua candidatura, até que os deputados mudassem e fossem contra a PEC no segundo turno. A pressão não mudou todos os votos e o PDT ainda entregou 5 votos sim.
Pelo lado do PT, a sinalização de Lupi é fundamental e abre espaço para um diálogo programático, por que não? Como o adulto na sala, o dirigente partidário avisou que, independente de Ciro e sua postura, o PDT não repetirá o erro de 2018 e estará ao lado da democracia, apoiando Lula. Isso se a disputa for para a segunda volta. A conferir.
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