Pazuello põe pescoço na guilhotina para salvar Bolsonaro

"O ex-ministro não se recusou a responder, como lhe garante o habeas corpus obtido no STF, mas abusou do direito de faltar com a verdade para proteger o presidente da República", escreve Alex Solnik

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello em depoimento na CPI da Covid no Senado nesta quarta-feira (19)
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello em depoimento na CPI da Covid no Senado nesta quarta-feira (19) (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)


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Se fosse levada ao pé da letra a regra de que mentir numa CPI é motivo para ordem de prisão, Pazuello já estaria preso, embora a sua oitiva esteja apenas no começo, tendo havido até agora perguntas somente do relator Renan Calheiros.

O ex-ministro não se recusou a responder, como lhe garante o habeas corpus obtido no STF, mas abusou do direito de faltar com a verdade para proteger o presidente da República.

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As mentiras começaram ao afirmar que jamais foi pressionado por Bolsonaro a permitir o uso de cloroquina pelo SUS, pois é público e notório que seu antecessor, Nelson Teich, demitiu-se por se recusar a adotá-la, o que era desejo expresso de Bolsonaro que, em maio, afirmou que só nomearia um ministro aliado com suas ideias.

Caso houvesse um “mentirômetro”, ele bateria no teto quando Pazuello desmentiu que Bolsonaro o desautorizou a efetivar a intenção de compra da Coronavac, registrada no famoso vídeo em que ele afirmou que “um manda e outro obedece”.

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Por algum motivo nebuloso, embora não seja mais ministro, ele continua não só obedecendo ordens do Planalto, como colocou seu pescoço na guilhotina para salvar seu ex-chefe.

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