Passaralho voa baixo no jornalismo acrítico inútil

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Pânico na mídia conservadora
Os jornalistas, como os trabalhadores em geral, já começam a perder seus empregos por conta da crise que se aprofunda, sinalizando bancarrota econômica com o fim do auxílio emergencial, no embalo do colapso neoliberal em meio à pandemia do novo coronavírus; experimentam, na carne, o fracasso das teorias neoliberais que divulgam, acriticamente, na grande mídia, vocalizando, apenas, ponto de vista do capital, enquanto sufocam o ponto de vista oposto, o do trabalho, que gera valor que se valoriza.
Os capitalistas da produção – comércio, indústria, serviços – estão em pânico, pois, com o fim do auxílio emergencial, o subconsumismo arrasa quarteirão, promovendo um Deus nos acuda.
Aprofundará o que Marx não cansa de dizer nO Capital: o capitalismo padece de crônica insuficiência de consumo, desde seu nascimento, mal que lhe perseguirá até à morte.
O sistema, que tem por lei a sobreacumulação de riqueza, numa ponta, e pobreza, na outra, marcha, inexoravelmente, para a deflação e o subconsumo, somente, evitáveis com crescimento e melhor distribuição da renda, o que deixou de acontecer, no Brasil, faz tempo, onde se registra maior desigualdade social no planeta.
Sem o auxílio emergencial, que deu alento inflacionário ao comércio, a partir de maio, puxando a demanda global, paralisada pelas reformas neoliberais deflacionárias, até o FMI e o Banco Mundial se alarmam; alertam que pode pintar colapso geral.
Cai o pano; deu em nada as reformas liberais, em matéria de recuperação econômica e geração de empregos, como mentiram os jornais e seus comentaristas, repetindo os economistas.
Depois das reformas trabalhista e previdenciária, defendidas, com estardalhaço, no poder midiático conservador acrítico, como indispensáveis, para equilibrar relação dívida/PIB, de modo a permitir economia voltar a crescer, sustentavelmente, como proclama os neoliberais, o que se vê é terra arrasada.
Arrocho salarial e desemprego
O poder de compra dos salários despencou, o desemprego aumentou e os capitalistas, sem consumidores, correm para o governo em busca de subsídios, para sustentarem sua taxa de lucro cadente; são quase R$ 400 bilhões de subvenções – a chamada bolsa empresário –, enquanto a economia afunda no subconsumismo ultraneoliberal de Paulo Guedes; só o mercado financeiro o aplaude, pois, só ele fatura.
Antes, mesmo, de pintar a pandemia, o PIB, que embicara para baixo, depois do golpe de 2016, com o teto de gastos, também, considerado essencial pelos equilibristas monetaristas esquizofrênicos, a economia já marchava para o brejo.
Com a chegada da pandemia, então, tudo piorou.
Apesar disso, continuou, na grande mídia, o discurso de uma nota só: o equilibrismo orçamentário é indispensável para assegurar relação dívida/PIB, sem a qual a economia não reage.
Mentira repetida à exaustão até adquirir foros de verdade, na linha de Goelbs.
Quanto mais esse equilibrismo era buscado, embora as reformas proclamadas não produzissem efeito desejado, mais desequilíbrio fiscal se apresentava aos olhos de todos.
Ainda, assim, a cantinela neoliberal não pára; depois da reforma trabalhista, previdenciária e a aceleração da venda dos ativos da Petrobras, no desmonte do maior agente desenvolvimentista nacional, há mais de 50 anos, a pregação passou a ser em favor da reforma administrativa.
Só ela, ou seja, só demitindo servidores, consumidores improdutivos, sem os quais o subconsumismo avança, será possível combater desajuste fiscal.
Agora, o que é, realmente, fundamental, isto é, reforma tributária distributiva de renda, taxação de grandes fortunas – assunto que toma conta da América Latina –, cobrança de imposto sobre lucros e dividendos, etc, para combater desigualdade social, causa principal da fuga de capital e consequente desajuste cambial, desindustrialização etc, necas de pitibiribas.
Assunto proibido na grande mídia: distribuir renda; trata-se de papo subversivo para os jornais Valor, Estadão, Folha de São Paulo, Globo, Correio Braziliense, tevês e rádios, todos agindo na base do oligopólio informativo, para desviar atenção.
A mídia vira vítima do utilitarismo cínico inglês: “Tudo que é útil é verdadeiro. Se deixa de ser útil, deixa de ser verdade.”(Keynes).
Vozes isoladas, mas incômodas
No campo conservador, quem, ainda, tem ousado falar a verdade, mesmo sofrendo críticas dos seus pares, são os economistas André Lara Resende e Bresser Pereira, para quem as políticas macroeconômicas do PSDB, desde o Plano Real, são principais causas da concentração de renda no País e do avanço da desigualdade social.
A sustentação da taxa de juro, fixada pelo Banco Central, serviçal da banca privada, bem acima do crescimento do PIB, desde a Era FHC e governos seguintes, representa, segundo Lara Resende, a causa toda a desgraça.
Resende, na linha dos economistas do partido democrata, que vão dar as cartas, no governo Joe Biden, contraria pregação de Guedes e dos financistas de juro alto é fundamental para combater inflação.
Para os democratas americanos, adeptos, agora da teoria das finanças funcionais, o governo, ao emitir sua própria moeda, não provoca inflação, verdade repetida por aqui, à exaustão; o mundo já deixou de lado essa ficção neoliberal, depois que os BCs, para combater o crash de 2008, aumentaram oferta monetária para juros caírem e não implodirem dívidas públicas; resultado: não pintou inflação com queda dos juros, como se temia via mentira neoliberal.
A escravidão financeira continua; mas não foi o Brasil o último país a acabar com a escravidão negra?
Já Bresser Pereira, ex-ministro da economia, outro tucano arrependido, prega, na linha de Lara Resende, que o BC precisa irrigar a produção, em vez de só focar no combate à inflação, já que, assim agindo, apenas, acelera especulação para fazer felicidade de, apenas, 1% do mais ricos da população às custas do restante, que se arrasta na instabilidade econômica absoluta.
Qual a reação às pregações e advertências de Bresser?
Destacam que sua proposta é esdrúxula, para atender a demanda dos banqueiros que querem o BC na linha da especulação, gerando resultados satisfatórios, apenas, para os aplicadores em bolsa.
Demissões em massa
É nesse cenário de pandemia, a afundar a economia e desmoralizar a cobertura jornalística, no Brasil, que voa baixo o passaralho nas redações, demitindo, a torto e a direito, jornalistas, atrasando salários e suspendendo pagamento de 13ºs nesse final de ano; também, pudera, com a economia, no caos, embora os jornais passem pano na situação, invertendo a realidade, os meios de comunicação, dependentes dos anunciantes, em bancarrota, vão, igualmente, entrando em colapso.
A Globo, ainda, a maior audiência nacional, perdendo corrida para CNN, não cai na real de que está, com seu noticiário alienado, descolada da realidade.
Assim, é melhor se ligar na matriz do que na filial.
O leitor, aos poucos, vai percebendo que somente lê mentiras escritas por quem repete o blá, blá, blá neoliberal que nada explica, apenas, promove a desinformação.
Onde está o dinheiro para garantir o auxílio emergencial?
Claro, no bolso dos banqueiros, roubado pela falsa verdade de que é preciso cortar gastos orçamentários para fazer ajuste fiscal, necessário para sustentar relação fantasiosa dívida/PIB, para enganar trouxas de que seguindo essa receita furada algum dia se chegue a algum lugar.
Pura quimera.
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