Passaralho voa baixo no jornalismo acrítico inútil

Vista do parque gráfico de O Globo, em Duque de Caxias, estado do Rio de Janeiro, Brasil.
Vista do parque gráfico de O Globo, em Duque de Caxias, estado do Rio de Janeiro, Brasil. (Foto: Divulgação/Wikimedia)


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Pânico na mídia conservadora

Os jornalistas, como os trabalhadores em geral, já começam a perder seus empregos por conta da crise que se aprofunda, sinalizando bancarrota econômica com o fim do auxílio emergencial, no embalo do colapso neoliberal em meio à pandemia do novo coronavírus; experimentam, na carne, o fracasso das teorias neoliberais que divulgam, acriticamente, na grande mídia, vocalizando, apenas, ponto de vista do capital, enquanto sufocam o ponto de vista oposto, o do trabalho, que gera valor que se valoriza.

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Os capitalistas da produção – comércio, indústria, serviços – estão em pânico, pois, com o fim do auxílio emergencial, o subconsumismo arrasa quarteirão, promovendo um Deus nos acuda.

Aprofundará o que Marx não cansa de dizer nO Capital: o capitalismo padece de crônica insuficiência de consumo, desde seu nascimento, mal que lhe perseguirá até à morte.

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O sistema, que tem por lei a sobreacumulação de riqueza, numa ponta, e pobreza, na outra, marcha,  inexoravelmente, para a deflação e o subconsumo, somente, evitáveis com crescimento e melhor distribuição da renda, o que deixou de acontecer, no Brasil, faz tempo, onde se registra maior desigualdade social no planeta.

Sem o auxílio emergencial, que deu alento inflacionário ao comércio, a partir de maio, puxando a demanda global, paralisada pelas reformas neoliberais deflacionárias, até o FMI e o Banco Mundial se alarmam; alertam que pode pintar colapso geral.

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Cai o pano; deu em nada as reformas liberais, em matéria de recuperação econômica e geração de empregos, como mentiram os jornais e seus comentaristas, repetindo os economistas.

Depois das reformas trabalhista e previdenciária, defendidas, com estardalhaço, no poder midiático conservador acrítico, como indispensáveis, para equilibrar relação dívida/PIB, de modo a permitir economia voltar a crescer, sustentavelmente, como proclama os neoliberais, o que se vê é terra arrasada.

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Arrocho salarial e desemprego

O poder de compra dos salários despencou, o desemprego aumentou e os capitalistas, sem consumidores, correm para o governo em busca de subsídios, para sustentarem sua taxa de lucro cadente; são quase R$ 400 bilhões de subvenções – a chamada bolsa empresário –, enquanto a economia afunda no subconsumismo ultraneoliberal de Paulo Guedes; só o mercado financeiro o aplaude, pois, só ele fatura.

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Antes, mesmo, de pintar a pandemia, o PIB, que embicara para baixo, depois do golpe de 2016, com o teto de gastos, também, considerado essencial pelos equilibristas monetaristas esquizofrênicos, a economia já marchava para o brejo.

Com a chegada da pandemia, então, tudo piorou.

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Apesar disso, continuou, na grande mídia, o discurso de uma nota só: o equilibrismo orçamentário é indispensável para assegurar relação dívida/PIB, sem a qual a economia não reage.

Mentira repetida à exaustão até adquirir foros de verdade, na linha de Goelbs.

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Quanto mais esse equilibrismo era buscado, embora as reformas proclamadas não produzissem efeito desejado, mais desequilíbrio fiscal se apresentava aos olhos de todos.

Ainda, assim, a cantinela neoliberal não pára; depois da reforma trabalhista, previdenciária e a aceleração da venda dos ativos da Petrobras, no desmonte do maior agente desenvolvimentista nacional, há mais de 50 anos, a pregação passou a ser em favor da reforma administrativa.

Só ela, ou seja, só demitindo servidores, consumidores improdutivos, sem os quais o subconsumismo avança, será possível combater desajuste fiscal.

Agora, o que é, realmente, fundamental, isto é, reforma tributária distributiva de renda, taxação de grandes fortunas – assunto que toma conta da América Latina –, cobrança de imposto sobre lucros e dividendos, etc, para combater desigualdade social, causa principal da fuga de capital e consequente desajuste cambial, desindustrialização etc, necas de pitibiribas.

Assunto proibido na grande mídia: distribuir renda; trata-se de papo subversivo para os jornais Valor, Estadão, Folha de São Paulo, Globo, Correio Braziliense, tevês e rádios, todos agindo na base do oligopólio informativo, para desviar atenção.

A mídia vira vítima do utilitarismo cínico inglês: “Tudo que é útil é verdadeiro. Se deixa de ser útil, deixa de ser verdade.”(Keynes).

Vozes isoladas, mas incômodas

No campo conservador, quem, ainda, tem ousado falar a verdade, mesmo sofrendo críticas dos seus pares, são os economistas André Lara Resende e Bresser Pereira, para quem as políticas macroeconômicas do PSDB, desde o Plano Real, são principais causas da concentração de renda no País e do avanço da desigualdade social.

A sustentação da taxa de juro, fixada pelo Banco Central, serviçal da banca privada, bem acima do crescimento do PIB, desde a Era FHC e governos seguintes, representa, segundo Lara Resende, a causa toda a desgraça.

Resende, na linha dos economistas do partido democrata, que vão dar as cartas, no governo Joe Biden, contraria pregação de Guedes e dos financistas de juro alto é fundamental para combater inflação.

Para os democratas americanos, adeptos, agora da teoria das finanças funcionais, o governo, ao emitir sua própria moeda, não provoca inflação, verdade repetida por aqui, à exaustão; o mundo já deixou de lado essa ficção neoliberal, depois que os BCs, para combater o crash de 2008, aumentaram oferta monetária para juros caírem e não implodirem dívidas públicas; resultado: não pintou inflação com queda dos juros, como se temia via mentira neoliberal.

A escravidão financeira continua; mas não foi o Brasil o último país a acabar com a escravidão negra?

Já Bresser Pereira, ex-ministro da economia, outro tucano arrependido, prega, na linha de Lara Resende, que o BC precisa irrigar a produção, em vez de só focar no combate à inflação, já que, assim agindo, apenas, acelera especulação para fazer felicidade de, apenas, 1% do mais ricos da população às custas do restante, que se arrasta na instabilidade econômica absoluta.

Qual a reação às pregações e advertências de Bresser?

Destacam que sua proposta é esdrúxula, para atender a demanda dos banqueiros que querem o BC na linha da especulação, gerando resultados satisfatórios, apenas, para os aplicadores em bolsa.

Demissões em massa

É nesse cenário de pandemia, a afundar a economia e desmoralizar a cobertura jornalística, no Brasil, que voa baixo o passaralho nas redações, demitindo, a torto e a direito, jornalistas, atrasando salários  e suspendendo pagamento de 13ºs nesse final de ano; também, pudera,  com a economia, no caos, embora os jornais passem pano na situação, invertendo a realidade, os meios de comunicação, dependentes dos anunciantes, em bancarrota, vão, igualmente, entrando em colapso.

A Globo, ainda, a maior audiência nacional, perdendo corrida para CNN, não cai na real de que está, com seu noticiário alienado, descolada da realidade.

Assim, é melhor se ligar na matriz do que na filial.

O leitor, aos poucos, vai percebendo que somente lê mentiras escritas por quem repete o blá, blá, blá neoliberal que nada explica, apenas, promove a desinformação.

Onde está o dinheiro para garantir o auxílio emergencial?

Claro, no bolso dos banqueiros, roubado pela falsa verdade de que é preciso cortar gastos orçamentários para fazer ajuste fiscal, necessário para sustentar relação fantasiosa dívida/PIB, para enganar trouxas de que seguindo essa receita furada algum dia se chegue a algum lugar.

Pura quimera.

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