Parem as máquinas! Morreu um jornalista
"Eu conhecia Ricardo Boechat meio de longe. Conversamos algumas vezes. Mais por telefone. Ele sempre muito atarefado", destaca o colunista do 247 Alex Solnik sobre a morte do jornalista em uma queda de helicóptero nesta segunda-feira (11), em São Paulo; "O grande mérito dele foi ser jornalista sempre. Nunca brigou com a notícia. Nunca abriu mão da sua liberdade de expressão. Comprou brigas com poderosos. Não se vergou. Nunca ficou de quatro", observa
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Por Alex Solnik, colunista do 247 e membro do Jornalistas pela Democracia - Eu conhecia Ricardo Boechat meio de longe. Conversamos algumas vezes. Mais por telefone. Ele sempre muito atarefado.
Trabalhamos na Interview, nos anos 90, mas nunca nos encontramos. Eu o ouvia muito nas manhãs porque escutava rádio enquanto levava meus filhos ao colégio.
Nem sempre concordei com suas opiniões. Algumas eram exageradas. Mas na maioria das vezes ele foi brilhante, inteligente, incisivo, corajoso.
Era uma voz quase sempre da sensatez, embora tenha fustigado muitas vezes o PT injustamente. Graças ao programa de rádio da Band News virou um dos jornalistas mais queridos do país. Com toda a justiça. Competente sempre foi.
O grande mérito dele foi ser jornalista sempre. Nunca brigou com a notícia. Nunca abriu mão da sua liberdade de expressão. Comprou brigas com poderosos. Não se vergou. Nunca ficou de quatro.
Jornalistas são essenciais à democracia. Todos. Um jornalista a menos vai fazer falta. Ainda mais um Ricardo Boechat. Ainda mais nesse momento em que a democracia respira por aparelhos. Sempre foi destemido. Não tinha medo. Perdeu a vida na queda de um helicóptero na Via Anhanguera.
Parem as máquinas! Morreu um jornalista. Ironia do destino: os mais antigos diziam que jornalista não é notícia.
Estavam quase certos. Só é notícia quando morre.
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