Parabéns e vida longa, presidente Lula
Hoje, vítima de uma campanha sórdida movida a ódio e intolerância por uma elite que não se conforma com a ascensão dos mais pobres, e reverberada dia e noite por um jornalismo mentiroso, partidarizado, manipulador e canalha, Lula tira o sono dos reacionários com sua possível volta ao governo em 2018
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Ainda muito jovem, as notícias sobre as greves nas montadoras do ABC que sacudiam o país me despertavam enorme curiosidade quanto a um certo Luiz Inácio da Silva, o Lula ( nesta época ele ainda não havia incorporado o apelido ao nome), que liderava um movimento que ousava desafiar a ditadura e os patrões.
A mídia tentou seduzi-lo com capas de revista, manchetes de jornal e entrevistas quase diárias no rádio e na TV. Os conservadores, embora preocupados com o ponto fora da curva que ele representava na transição feita por cima rumo à democracia, mantinham a esperança de cooptá-lo com afagos e benesses.
Os partidos tradicionais do campo de esquerda, e até os de centro, ansiavam por estender-lhe o tapete vermelho. Quem não queria ter em suas fileiras um líder operário com tamanho potencial político e eleitoral ?
Lula tratou de contrariar todas as previsões, frustrando uma burguesia acostumada a fazer valer a força do dinheiro no tabuleiro da política. Combinando talento político raro e coragem, ele sustentou greves e mobilizações que ajudaram a mudar a história do Brasil, ferindo de morte o regime militar.
Na cadeia, perdeu seu grande parâmetro de caráter e honradez, sua mãe, Dona Lindu, que um dia embarcou num pau de arara com toda a prole para fugir da seca e da miséria do sertão nordestino. Mas Lula é um predestinado, um gênio da raça, como se referia e ele a saudosa Heloneida Studart.
Poucas coisas na política me emocionaram tanto como a frase proferida por Lula no dia de sua diplomação como presidente da República, em dezembro de 2002. Chorando copiosamente, ele disse : "Eu só tenho o diploma de torneiro mecânico. Imagina a minha felicidade por receber o diploma de presidente da República do meu país."
A trajetória desse sobrevivente é absolutamente extraordinária: fundou o PT, maior partido de esquerda do hemisfério ocidental, a CUT, maior central sindical da América Latina e se elegeu presidente da República por duas vezes consecutivas. Desde que deixou o governo, coleciona títulos honoris causa das principais universidades do mundo, além de ser um estadista respeitado e admirado em todo o planeta.
Seus governos tiraram da miséria e da pobreza mais de 40 milhões de brasileiros, criaram um número recorde de escolas técnicas e universidades, valorizaram como nunca o salário mínimo, colocaram os pobres e negros nas universidades e nos aeroportos, retiraram o Brasil do vergonhoso mapa da fome, fizeram do Brasil um país respeitado no jogo diplomático internacional, abriram 15 milhões de postos de trabalho, aumentaram a renda, o consumo e a massa salarial.
Hoje, vítima de uma campanha sórdida movida a ódio e intolerância por uma elite que não se conforma com a ascensão dos mais pobres, e reverberada dia e noite por um jornalismo mentiroso, partidarizado, manipulador e canalha, Lula tira o sono dos reacionários com sua possível volta ao governo em 2018.
Entram em cena nesse jogo sujo de cerco a Lula até mesmo partes consideráveis de instituições do Estado como o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal. Os inimigos de Lula, porém, podem criar quantos bonecos ridículos quiserem, podem xingar e vociferar nas ruas e nas redes sociais, mas jamais conseguirão tirá-lo do coração do povo brasileiro e muito menos de um lugar de honra na história do Brasil.
De minha parte, agradeço às tramas do destino por ser contemporâneo de Lula. Estou de pleno acordo com o professor Emir Sader quando ele diz que a posição em relação a Lula diz muito sobre o lugar das pessoas no Brasil dos nossos tempos.
Meus parabéns, presidente, pelos 70 anos completados neste 27 de outubro. Muita força e saúde. O Brasil ainda precisa muito de você.
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