Para se salvar, Cunha tem arma contra Temer

Caso Temer não cumpra o combinado para protegê-lo – não dar declarações contrárias, não interferir no processo no conselho de Ética e ajudar a evitar a cassação - após tudo ter sido cumprido para derrubar Dilma, a ameaça é apoiar pedido de afastamento do vice. E essa arma está apontada para a cabeça de Temer. Embora tenham ótima relação, no tipo de política que ambos praticam é fundamental ter uma carta na manga



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Chamado de gângster, golpista, nada disso tira o seu controle. O malvado favorito de muitos comanda mais de uma centena de deputados federais e é capaz enfrentar o STF e uma presidente da República. Mas Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não pode baixar a guarda. Ele ainda luta para sobreviver.

E da mesma forma que agiu contra Dilma e o PT quando decidiram não apoiá-lo no Conselho de Ética, agora usa o mesmo roteiro para se proteger contra Michel Temer.

Ou seja, caso Temer não cumpra o combinado para protegê-lo – não dar declarações contrárias, não interferir no processo no conselho de Ética e ajudar a evitar a cassação - após tudo ter sido cumprido para derrubar Dilma, a ameaça é apoiar pedido de afastamento do vice.

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E essa arma está apontada para a cabeça de Temer. Embora tenham ótima relação, no tipo de política que ambos praticam é fundamental ter uma carta na manga.

E ela surgiu ao acaso, exatamente quando Eduardo Cunha estava irritado com o STF que determinara a instalação de uma comissão especial para o impeachment de Temer, cujo pedido ele havia arquivado no final de 2015.

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Da mesma forma que Dilma, Michel Temer também assinou as tais pedaladas fiscais. Alertado pelos aliados, Cunha recuou, parou de reclamar do STF e agora tem uma poderosa arma contra o seu companheiro de partido que pode assumir a chefia do Executivo.

Aliás, não apenas Cunha, mas também os seus aliados têm essa arma. O que significa que Michel Temer, caso assuma o Executivo, será mais do que refém do Congresso.

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E como a maioria dos líderes partidários optou por não indicar os nomes dos participantes dessa comissão, lá está ela parada, guardada, cuidada, alisada e adorada.

Portanto, Michel Temer não pode errar com Eduardo Cunha e seu grupo. Caso entre em rota de colisão, e para isso será pressionado, o presidente da Câmara pode afastá-lo.

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Nesse caso, quem assume é o primeiro na linha sucessória: Eduardo Cunha, réu no STF por ter recebido propina na Lava Jato, e sua turma abençoada por Deus e pelo povo, como eles mesmo bradaram no último domingo (17).

No entanto, antes é preciso aguardar o desenrolar da novela no Senado federal.

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