Para general conselheiro de Moro, Bolsonaro “representa liberdade, democracia” e Haddad “nazismo, fascismo, racismo …” (vídeo)
O colunista Jeferson Miola destaca que Sérgio Moro anunciou o ex-ministro Santos Cruz "como um dos conselheiros da provável candidatura presidencial". O general "se camufla como uma falsa 'dissidência' do governo militar", diz. Há uma "contaminação ideológica de extrema-direita e de um anticomunismo com cheiro de naftalina nos estamentos militares", acrescenta
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Sérgio Moro anunciou o general Santos Cruz, seu ex-colega de campanha eleitoral [2018] e de ministério bolsonarista [2019], como um dos conselheiros da provável candidatura presidencial. Não surpreenderá, inclusive, se este general vier a ocupar posto mais alto na chapa, como vice de Moro.
Santos Cruz se “vende” na imprensa e é “vendido” pelo partido dos generais à imprensa – e é “comprado” pela imprensa – como um militar equilibrado, tolerante, democrata, civilizado, respeitoso …
E, claro, com isso ele se camufla como uma falsa “dissidência” do governo militar, porque destoa como uma voz legalista e profissional das fileiras militares. Desse modo, se habilita como estepe de substituição para a continuidade do projeto de poder dos militares.
Em peça de propaganda da campanha eleitoral do Bolsonaro em 2018, da qual Santos Cruz foi um dos coordenadores ao lado do então general da ativa Luiz Eduardo Ramos e de outros integrantes [fora-da-lei] do Alto Comando do Exército, o general sacraliza Bolsonaro como democrata e libertário e demoniza o candidato petista Fernando Haddad como nazista, fascista, racista … [sic]:
“Meu voto é pro Bolsonaro. Bolsonaro representa a democracia, representa a liberdade. O Haddad representa a ditadura, representa o fascismo, representa nazismo, representa racismo, divisão do país em cores, regiões etc.
Então, é a hora da opção. O gigante acordou. O Brasil vai votar Bolsonaro que é pra reverter esta situação e tirar o atraso do tempo perdido com toda esta gente corrupta”.
Veja aqui:
Não vem ao caso esclarecer a confusão mental e os conceitos estapafúrdios que decerto sejam incutidos nas academias militares, mas é importante destacar a contaminação ideológica de extrema-direita e de um anticomunismo com cheiro de naftalina nos estamentos militares.
Rosângela Moro, esposa de Sérgio Moro, já disse em precisa síntese e retratando a mais pura verdade, que “Bolsonaro e Moro são uma coisa só”.
Ambos – Moro e Bolsonaro – representam o mesmo projeto de extrema-direita. Apesar de possuírem características pessoais distintas, são duas opções preferenciais do bloco dominante para continuar o mesmo plano que está em andamento. Eles são duas peças essenciais da estratégia anti-Lula que as oligarquias mal apelidam de 3ª via.
Nesta equação política, o general Santos Cruz funciona como uma “dobradiça” do mesmo mecanismo de poder.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247