Para condenar Lula, Dallagnol apela para argumento de Rosa Weber no mensalão: “não tenho provas, mas literatura me permite”

Agora que o documento completo da turma de Curitiba, contendo as alegações finais dos procuradores pedindo a condenação de Lula, já está disponível na internet, a gente pode observar que se trata da mais desonesta e ilegal peça jurídica já escrita na história mundial dos processos penais

Dallagnol PT
Dallagnol PT (Foto: Miguel do Rosário)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Agora que o documento completo da turma de Curitiba, contendo as alegações finais dos procuradores pedindo a condenação de Lula, já está disponível na internet, a gente pode observar que se trata da mais desonesta e ilegal peça jurídica já escrita na história mundial dos processos penais.

Em primeiro lugar, as alegações finais copiam totalmente a denúncia inicial. Ou seja, o MPF ignorou completamente todo o longo processo de defesa, que contou com dezenas de testemunhas e provas que inocentam cabalmente o ex-presidente de todas as acusações.

Em segundo lugar, o MPF não conseguiu reunir uma mísera prova contra Lula. Para compensar, transformou o relatório num ensaio, com perdão da expressão, sociológico vagabundo, de quinta-categoria, cheio de adjetivos e ilações de botequim.

continua após o anúncio

É tanta besteira que não sabemos nem por onde começar. Para não cansar o leitor, fiquemos somente nesse trecho:

continua após o anúncio
Loading...

Olha só! Os dallagnois de Curitiba, em seu linguajar empolado, admitem que não tem prova: é isso o que significa expressões como “crimes de difícil prova”, “dificuldade probatória”, etc.

Em seguida, eles copiam aquela decisão de Rosa Weber que chocou o mundo jurídico (que inclusive teria sido escrita pelo próprio Sergio Moro, que era assistente dela à época) e já se tornou legendária da literatura da jurisdição de exceção, na qual ela diz que “não tem provas para condenar José Dirceu, mas a literatura me permite fazê-lo”.

continua após o anúncio

A tese do último livro de Wanderley Guilherme fica, assim, comprovada: o golpe de hoje começou no julgamento do mensalão, quando a jurisdição de exceção foi instituída, sem que se notasse uma reação à altura.

O triste é saber que um documento desse, modelo de tudo que não deve ser uma denúncia, será analisado pelo juiz mais cafajeste e cretino que já pisou os tribunais do Brasil: Sergio Moro.

continua após o anúncio

Para registro histórico, eis o link da íntegra do documento do MPF, contando as alegações finais contra Lula.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247