Para Aécio e Temer, política é credencial para o crime

"É preciso assinalar a dimensão dos graves crimes praticados por Aécio Neves e Michel Temer. Com as práticas descobertas, fica patente que os principais sócios do golpe usavam a política como credencial para o cometimento continuado de crimes contra o patrimônio público e a sociedade", diz o colunista Jeferson Miola; "É vergonhoso o que a oligarquia brasileira fez. Derrubaram a Presidente Dilma com uma fraude, tomaram de assalto o poder e entregaram o governo a bandos criminosos. Em menos de 12 meses, destroçaram o Brasil e comprometeram o futuro do país pelas próximas décadas. Este crime das classes dominantes ficará gravado para sempre como uma das páginas mais deploráveis da história do Brasil"

Michel Temer Aécio Neves
Michel Temer Aécio Neves (Foto: Jeferson Miola)


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É preciso assinalar a dimensão dos graves crimes praticados por Aécio Neves e Michel Temer. Com as práticas descobertas, fica patente que os principais sócios do golpe usavam a política como credencial para o cometimento continuado de crimes contra o patrimônio público e a sociedade.

Os ilícitos do Temer abrangem o período eleitoral de 2014, quando a conspiração já estava concebida e ele coordenou com Eduardo Cunha o recolhimento de quase R$ 28 milhões em propinas da JBS para comprar 140 deputados que elegeriam Cunha à presidência da Câmara para armar a fraude do impeachment. Neste caso, está claramente tipificado o crime de conspiração contra a ordem política e o Estado de Direito.

Mesmo no exercício da presidência do país, Temer manteve-se pessoalmente ocupado com o esquema de corrupção e continuou arrecadando – pessoalmente – propinas para financiar a organização criminosa, inclusive pagamentos para acalmar Cunha na prisão.

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Como vice-presidente, negociava propinas em jantares com empreiteiros no Palácio Jaburu, a residência oficial. Como presidente, acertou uma mesada semanal de R$ 500 mil [R$ 2 milhões mensais por 20 anos] que seria dividida entre ele e o deputado Rodrigo Rocha Loures [PMDB/PR].
Sendo formalmente a maior autoridade do país, foi cúmplice e prevaricou ante os crimes relatados a ele pelo empresário Joesley Batista.

A ficha corrida do Aécio Neves, presidente do PSDB, não fica atrás. Comparado com Aécio, muito criminoso profissional deve se sentir aprendiz do crime. Mesmo descontando os crimes dele que Moro e os procuradores de Curitiba sempre esconderam e nunca investigaram, o que foi revelado na delação dos donos da JBS é, em si mesmo, estarrecedor.

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O senador tucano, além de cometer o crime de conspiração para derrubar a Presidente Dilma, é investigado por uma cesta de outros crimes: aparelhamento da PF para melar investigações, legalização do caixa 2, sabotagem da Lava Jato, corrupção, improbidade administrativa, fraude em licitações, lavagem de dinheiro, formação de cartel, evasão de divisas e formação de quadrilha.

O monitoramento da propina da JBS a Aécio, transportada pelo seu primo Frederico Pacheco de Medeiros, é instigante: o destinatário foi o secretário do senador Zezé Perrela, proprietário do helicóptero apreendido com 450 kg de pasta base de cocaína cuja investigação foi abafada e retirada do noticiário.

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É fundamental, em vista disso, que as investigações afastem a possibilidade de que o dinheiro de corrupção do senador do PSDB possa ter conexão com o narcotráfico e com o crime organizado. A este respeito, há tempos o noticiário especula se o aeroporto reformado com dinheiro público em terreno de propriedade da família de Aécio na cidade mineira de Cláudio é parte da logística do tráfico internacional de drogas.

Infelizmente é lugar comum pessoas programarem o ingresso na política para fazer negócio ou para enriquecerem. Apesar desta conhecida realidade, é impossível não se escandalizar com os esquemas mafiosos revelados nos pormenores.

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É vergonhoso o que a oligarquia brasileira fez. Derrubaram a Presidente Dilma com uma fraude, tomaram de assalto o poder e entregaram o governo a bandos criminosos.

Em menos de 12 meses, destroçaram o Brasil e comprometeram o futuro do país pelas próximas décadas. Este crime das classes dominantes ficará gravado para sempre como uma das páginas mais deploráveis da história do Brasil.

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