Pane boa para refletir
Para muitos, o conglomerado não é apenas uma rede social. É a única forma de conexão e com familiares, trabalhos e amigos
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A pane de mais de seis horas da empresa Facebook, de Mark Zuckerberg, que ainda detém o Instagram e Whatsapp, gerou problemas para todos os usuários no mundo inteiro. Depois, gerou mais reflexões do que telefonemas ou e-mails com reclamações. E essa pane um dia antes da audiência da funcionária da empresa no Congresso americano para falar das relações nocivas dos aplicativos. Outros funcionários delatam que não existe menor investimento em segurança e que o importante eram os lucros. Quem agradeceu no final das contas, foram os outros aplicativos que propagandearam sua força diante de hackers e problemas de servidores, entre eles o Twitter, de Jack Dorsey e o TikTok, da empresa ByteDance.
Para muitos, o conglomerado não é apenas uma rede social. É a única forma de conexão e com familiares, trabalhos e amigos, hoje revolucionou a comunicação gerando uma nova forma de ver as notícias, em detrimento do velho jornal. A única maneira de falar com o mundo. Essa mudança conseguiu revolucionar a forma de trabalho da maioria das profissões. Grupos de zap de trabalho, assim como as redes pautam as notícias. A chance de blogs menores, que juntam jornalistas sérios para dar a notícia é o novo jornal impresso. A pane deixou as relações diretas com o trabalho as cegas por horas, tendo que muitos profissionais reverem sua forma de trabalho, relembrando um período onde não havia o digital nas nossas vidas. O que deixou muitos sem condições de ter uma conduta natural, principalmente muitas empresas que vivem apenas de forma digital pelo Instagram. O que era uma chance de trabalho informal que dava lucro se mostrou frágil, sem possibilidade de contornar a situação.
O impacto de seis bilhões para Zuckerberg, voltou ao normal no dia seguinte na bolsa. Mas para o encanador, influenciadores digitais, faxineira, entre outras profissões liberais que precisam diretamente do Zap foi um dia de prejuízo. Uma reflexão importante que foi levantada por outros, foi a calma com que puderam realizar suas tarefas, sem pressão externa via whatsapp. Essa clama, suscitou o pensamento do quanto somos reféns das redes sociais e o quanto trabalhamos de forma dobrada nos dias de hoje. Mesmo aqueles que não precisavam terminar algum trabalho em silêncio, sentiram uma melhor relação com o tempo e a natureza, mostrando que involuntariamente temos nosso tempo escravizado pela interne. No piro dos mundos, temos a ação de um monopólio de redes sociais que definem um padrão na sociedade. Em um mundo físico é totalmente impensado essa situação. E Ninguém responsabilizará Zuckerberg por ações do Facebook na sociedade.
Os monopólios digitais não oferecem oportunidades, precarizam as relações de trabalho como um todo, diminuição dos custos de transação e da assimetria de informação. A velha máxima dos adoradores de Adam Smith, da mão invisível do mercado, que poderia regular sem a interferência do Estado, não ocorre no meio digital, pois as próprias empresas são as mãos invisíveis bem visíveis do mercado. Além disso, a face mais cruel dessas redes que tratam cada ser humano em produto, segundo o documentário O dilema das redes, de Larissa Rhodes, que mostra justamente que essa revolução que veio para ficar, precisa muito da regulação dos países, e o passo foi dado com a ex-funcionária do Facebook, Frances Haugen, depondo no Senado americano, sendo enfática afirmando que a empresa enfraquece a democracia. Facilmente vemos o que aconteceu em nossa democracia a partir de grupos de zap. O facebook sempre facilitou o surgimento e propagação de grupos supremacistas de disseminarem o ódio. Afinal, o ódio movimenta as redes sociais e conhecemos bem essa realidade nos dias que vivemos. Hoje, até os dados de usuários do Facebook podem ser vendidos em fóruns na dark web.
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