Outubro ou Nada

"Precisamos dar fim a este capítulo teneboroso da nossa história que certamente será lembrado com horror e vergonha pelas gerações futuras", diz Carla Araújo

Luiz Inácio Lula da Silva (à esq.) e Jair Bolsonaro
Luiz Inácio Lula da Silva (à esq.) e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/TV Globo)


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Por Carla Teixeira

Chegou Outubro. O primeiro mês pleno de primavera para nós do sul global é também marco comemorativo em diversos países. Dia 1 é o aniversário da Revolução Chinesa. Em 1917, outubro foi marcado pela grande Revolução Russa. No Brasil, a Revolução de 1930 também aconteceu no final deste mês. Em 1945, a ditadura do Estado Novo chegou ao fim em outubro, dois dias após o nascimento do ex e futuro presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva. Em 1955, Juscelino Kubitschek venceu as eleições presidenciais no mesmo mês, dando início aos Anos Dourados da República e da democracia no Brasil.

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Em 1988, no dia 5 de outubro, foi promulgada a Constituição Cidadã que superou a Ditadura Militar violadora dos direitos humanos e firmou um pacto na sociedade brasileira pela inclusão social com ampliação da cidadania. Este acordo foi quebrado em 2016, quando o golpe jurídico-parlamentar-midiático-militar retirou Dilma Rousseff do poder e tornou presidente ilegítimo Michel Temer. A partir da rompimento democrático, a implantação da agenda econômica neoliberal resultou no aumento do desemprego, da informalidade, da pobreza, da miséria e da fome em nosso país.

A prisão ilegal de Lula, em 2018, abriu caminho para a vitória também ilegítima de Jair Bolsonaro. Por azar anunciado, a chegada da Covid-19 foi devastadora para o Brasil que se viu tendo de lidar ao mesmo tempo com o vírus, provocando a crise sanitária, e o verme que atacava as instituições para se alimentar da crise política.

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As 700 mil mortes e as milhões de pessoas sequeladas pela gestão desumana de Jair Bolsonaro no trato da pandemia não podem ser esquecidas. Há uma gente fedorenta falando em anistiar o genocida, mas não podemos repetir o que foi a anistia concedida aos torturadores e corruptos da Ditadura Militar, sob pena do passado sempre voltar para assombrar o presente. Pelas gerações futuras, não temos o direito de cometer os erros do passado. Para Jair Bolsonaro e seus cúmplices, a lei e o devido processo legal. O remédio ideal para anistia ilegítima é a verdade histórica.

Por coincidência, 2 de outubro é o dia internacional da não-violência e do respeito aos direitos humanos, em homenagem ao grande líder revolucionário Mahatma Gandhi. No Brasil, este dia 2 de outubro de 2022 não será apenas o primeiro turno das eleições gerais, mas a possibilidade do país se reconciliar consigo mesmo, das diferenças reaprenderem a conviver com respeito e dignidade num território que sabe como acolher a todos.

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A aliança que apoia a chapa Lula-Alckmin significa a repactuação das forças políticas que se uniram para construir a Nova República durante a década de 1980 (com todos os seus méritos e deméritos). A vitória de Lula no primeiro turno poderá significar o arrefecimento da violência política que ninguém aguenta mais e a reafirmação, para o bem ou para o mal, da acomodação/conciliação como marca das nossas culturas políticas.

O mais importante, neste momento, é resgatar os valores civilizatórios e democráticos estabelecidos pela Constituição de 1988, deixados de lado a partir do golpe de 2016 e do avanço bolsonarista sobre o poder político. É preciso esmagar Jair Bolsonaro eleitoralmente, feito um verme.

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As contradições impostas ao momento - como a aliança com setores da oposição - é parte do desafio histórico da geração atual que terá a responsabilidade de reconstruir o Brasil. É nosso dever defender o processo democrático, apoiar a vitória de Lula ainda no primeiro turno, garantir sua posse em 2023 e trabalhar para que seu governo avance na radicalização da democracia e no efetivo rompimento com o neoliberalismo. Que possamos florescer nesta primavera (re)construindo um Brasil para todos, que respeite a vida, a natureza, a ciência e o bom convívio entre os povos.

Converse com seus familiares e amigos. Considere a situação devastadora do país na hora de escolher os próximos representantes, não alimente a draga do centrão no parlamento. Se não quer votar em Lula, anula o voto. Precisamos dar fim a este capítulo teneboroso da nossa história que certamente será lembrado com horror e vergonha pelas gerações futuras. O Brasil e o mundo não suportam mais conviver com o bolsonarismo. Queremos paz, comida na mesa e dignidade para todos. Chegou o tempo de superar o mal e o atraso. Outubro ou Nada. Com a primavera nos dentes, venceremos: Lula presidente para o Brasil ser feliz de novo!

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