Outros ares?
Os pequenos passos de um tresloucado presidente estão se transformando em um salto para o abismo da censura e da ignorância
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A recente pesquisa mostrando uma consolidação do apoio ao impeachment de Trump nos EUA era um sopro de esperança para que poudesse ser revertida a guinada à direita que o mundo seguiu baseada em fake news. Quiçá tais ventos também chegassem aqui, apesar de toda a revelação de organização criminosa familiar no governo não ter gerado nada, além de alguma indignação. Sim, pois as ações dos Bolsonaros e seus asseclas são bem claras quanto a testar os limites da aceitação de sua ignorância, truculência, despotismo e outras atitudes nefastas. Até aqui tiveram sucesso e a anestesia geral da imprensa, legislativo e judiciário colabora para que sigam nesse projeto de destruição de um país.
Os ataques a essa imprensa são paradoxais, uma vez que foi um dos sustentáculos da instabilidade política que levou à ascensão da extrema direita ao poder. De qualquer forma, continua pertinente a defesa a um dos pilares da democracia que é o jornalismo. O silêncio dos veículos da imprensa – jornais, revistas e televisão – que não foram ainda diretamente atacados se transforma em confissão de culpa e de conivência. Os pequenos passos de um tresloucado presidente estão se transformando em um salto para o abismo da censura e da ignorância. A cereja desse bolo estragado é a ida da Secretaria da Cultura para o Ministério do Turismo!
Confesso que fiquei emocionado ao ver Lula saindo da prisão. Tal como há quase 17 anos, esse homem une pessoas e esperanças. Que seja o sinal de um novo rumo para o país! Como disse para um bolsominion, “Lula livre” seria até benéfico para o ocupante do Planalto. E o efeito já se faria presente, uma vez que o “presidente” até apareceu fora de seus lives nas redes sociais para pegar criança no colo. Mas sabemos que não é isso que fará com que ele comece a governar o país, mais interessado que está na vingança pessoal contra o presidente de seu ex-partido. Nessa toada e abusando da escatologia, no que pese a suficiente influência do guru Olavo de Carvalho para nomear o futuro partido de Bolsonaro, seguem duas sugestões pertinentes: Brasil Onipresente Sobre Todos, Amém; ou Marchando Especialmente Rumo à Direita Antológica.
Por fim, a revista CartaCapital pergunta “Quem quer ser presidente?”, com matéria de capa sobre a candidatura de Luciano Huck. Longe de ser algum ar respirável na seara política, ela está mais para um mosaico disforme ou um pout pourri disfônico. Tal possibilidade recende o inusitado Silvio Santos de 1989 ou a natimorta Roseana Sarney de 2002. O apresentador global procura artificialmente construir uma candidatura baseada em três pilares: projeto de governo, novidade e populismo. Pode ter alguma chance, pois a centro-direita até aqui está em dificuldades para se desvincular de João Doria e a extrema-direita deve insistir com o capitão, de novo partido agora, caso sobreviva até lá.
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