Ou França desiste ou adeus federação
Alex Solnik analisa: o PSB é quem tem mais a perder se Alckmin desistir de entrar no partido e se não houver federação
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Por Alex Solnik
Ao propor a Haddad a ideia de Alckmin ser vice de Lula, França, que já foi vice do ex-governador, imaginou que Alckmin sairia da corrida estadual e deixaria o caminho livre para ele, depois de trocar o PSDB pelo PSB. Com isso ele herdaria seus votos e, com apoio do PT, poderia ganhar dos tucanos no segundo turno.
Por que na sua cabeça o PT deveria apoiá-lo? Porque teria Alckmin em sua chapa, agregando a Lula parcela do voto conservador que poderá levá-lo à vitória já no primeiro turno.
Em retribuição, o PT deveria, na sua concepção, sacrificar Haddad.
Mas o desenho que Haddad e Lula imaginaram era outro: Alckmin sai da disputa estadual e apoia Haddad, para quebrar as resistências do eleitorado conservador do interior do estado.
Faz muito mais sentido o vice de Lula apoiar, em São Paulo, o candidato já declarado de Lula do que aquele que foi seu vice - e que não é o candidato de Lula.
França bate o pé. E não abre mão da candidatura.
Não vai adiantar. Lula não pode mais voltar atrás, porque já declarou que escolheu Haddad. Ficaria completamente desmoralizado.
Ou França desiste ou adeus, federação.
Não é o fim do mundo se a federação não vingar.
Alckmin não entraria no PSB, como planejado, mas no PSD.
Kassab já se convenceu que Pacheco não vai abandonar a presidência do Senado e do Congresso para entrar numa campanha em que não passa de 1% nas pesquisas.
Finge, ele que é engenheiro, arriscar uma engenharia complicadíssima: filiar Eduardo Leite para ser o presidenciável.
Leite ainda não mordeu a isca. E dificilmente vai morder.
A declaração de amor a Lula no aniversário do PT não deixa dúvida: Kassab está pronto para acolher Alckmin. Não para disputar o Palácio dos Bandeirantes, como vinha dizendo, mas para ser o vice de Lula.
Kassab está pressentindo que o primeiro turno vai ser o segundo.
Para Lula é até mais vantajoso. O perfil de centro-direita do partido de Kassab atende mais ao modelo de chapa que foi vitorioso em 2002 e que ele trabalha para repetir.
Quem tem mais a perder é o PSB.
Ficará sem o posto de vice da chapa presidencial favorita, o que impedirá acesso a compartilhar o possível futuro próximo governo e terá de bater chapa com fortes candidatos do PT em estados importantes, como Pernambuco, São Paulo, Espírito Santo, Maranhão e Rio Grande do Sul.
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