Ou FHC mentiu a Moro ou Folha e Época mentiram sobre FHC
Na parte mais “interessante” do depoimento de FHC, porém, ele confirmou que convocou uma reunião com empresários quando ainda era presidente e que dela participou Emílio Odebrecht, entre outros grandes empresários metidos na Lava Jato. O tucano, porém, afirmou que não pediu doações aos empresários naquela reunião; reportagem da revista Época mostra o contrário
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O Instituto Lula envia mensagem informando que “O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso depôs nesta quinta-feira (9) para o juiz de primeira instância Sérgio Moro na ação penal que a Lava Jato move contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-primeira-dama Dona Marisa Letícia e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto”.
FHC foi testemunha da defesa de Lula. Foi por ela indicado por sua propriedade para falar sobre acervos reunidos por presidentes da República durante seus mandatos, ou seja, sobre o que Moro e sua turma chamam de “objetos pessoais de Lula”.
O ex-presidente tucano afirmou que a troca de presentes entre presidentes e líderes de outras nações são formais e acabam por gerar um acervo presidencial.
De acordo com uma lei federal cuja regulamentação foi estabelecida durante o governo FHC, o acervo pessoal dos presidentes da República é considerado de interesse público no Brasil. Assim, o acervo de cada ex-presidente acaba por se tornar um “problema” para ele, já que passa a possuir uma coleção de objetos que são de interesse público mas que geram demandas pessoais de depósito e da qual não deve se desfazer, mesmo que possa.
FHC explicou que esse acervo é “Um problema imenso” para um ex-presidente porque, como é de interesse público, qualquer ex-presidente apela a doadores para manter, porque é obrigado a preservar essa coleção de objetos sem receber recursos do Estado para tanto.
Por conta disso, o tucano afirmou que faz uso da tão demonizada Lei Roaunet (alô, coxinhas, vamos bater panelas?!!) para manter o acervo que lhe cabe, e que tal material pode até, se o ex-presidente quiser, ser vendido, após ser oferecido, antes, ao Tesouro Nacional.
E não é só: o ex-presidente disse que seu acervo é “enorme”, com milhares de documentos, muitos mantidos em locais refrigerados.
Ele contou também que, em virtude de seu histórico acadêmico, é muito preocupado com a preservação desse material. Já o acervo de Lula, hoje está arrestado pela Operação Lava Jato e manipulado por pessoas sem experiência em preservação ou catalogação de documentos históricos…
Na parte mais “interessante” do depoimento de FHC, porém, ele confirmou que convocou uma reunião com empresários quando ainda era presidente e que dela participou Emílio Odebrecht, entre outros grandes empresários metidos na Lava Jato. O tucano, porém, afirmou que não pediu doações aos empresários naquela reunião.
No entanto, a declaração de FHC a um Sergio Moro extasiado diante de tanta magnificência tucana contradiz matérias da revista Época (edição 234, de 08 de novembro 2002) e da Folha de São Paulo (edição de 7 de novembro de 2002), que afirmaram que o ex-presidente não só pediu como arrecadou muitos milhões de reais com empresários nessas duas reuniões, conforme a reprodução das matérias supracitadas logo abaixo.
Quanto a FHC supostamente ter defendido Lula, ele apenas teme que pau que bate em Luiz Inácio possa, eventualmente, vir a bater em Fernando Henrique, em que pese que o juiz de Direito que o tucano tinha diante de si estava absolutamente “de quatro” para ouvir o Príncipe da Privataria falar ao vivo e à cores.
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