Ou Dayan ou ninguém

"Se o Brasil não aceita Dayan pelo fato de ele apoiar a política israelense de assentamentos não poderá aceitar ninguém, pois representantes diplomáticos costumam concordar com a política posta em prática pelos governos que representam", diz o colunista Alex Solnik

"Se o Brasil não aceita Dayan pelo fato de ele apoiar a política israelense de assentamentos não poderá aceitar ninguém, pois representantes diplomáticos costumam concordar com a política posta em prática pelos governos que representam", diz o colunista Alex Solnik
"Se o Brasil não aceita Dayan pelo fato de ele apoiar a política israelense de assentamentos não poderá aceitar ninguém, pois representantes diplomáticos costumam concordar com a política posta em prática pelos governos que representam", diz o colunista Alex Solnik (Foto: Alex Solnik)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Estou quebrando a cabeça, mas não consigo entender porque o governo brasileiro recusa o agrément ao novo embaixador de Israel, Dani Dayan que é, ao que tudo indica, um cidadão qualificado para o posto e sem antecedentes criminais.

A explicação, nunca oficial é que ele é ligado aos assentamentos de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia, e o Brasil condena a política de assentamentos do governo israelense.

Não vejo em que esse fato possa apoiar tal decisão. Sem entrar no mérito, concorde o Brasil ou não essa é a política posta em prática pelo atual governo Netanyahu. Se é a política do governo israelense, nada mais lógico que Dayan apoiá-la e ser indicado para representar Israel, pois não há discrepância entre o pensamento do governo Netanyahu e o dele, que, aliás, não tem parentesco com o conhecido general Moshe Dayan, da Guerra dos Seis dias, é um judeu argentino que imigrou para Israel aos 15 anos.

continua após o anúncio

Se o Brasil não aceita Dayan pelo fato de ele apoiar a política israelense de assentamentos não poderá aceitar ninguém, pois representantes diplomáticos costumam concordar com a política posta em prática pelos governos que representam.

Não consta que o Itamaraty tenha negado agrément a embaixadores de Cuba ou da Coreia do Norte por serem comunistas. Ou do Irã por representarem governos que pregam abertamente a destruição de outros países. Ninguém se preocupou com a possibilidade de um diplomata cubano trabalhar, em terras brasileiras, pela implantação do comunismo, nem de um diplomata do Irã fazer proselitismo da destruição de Israel. Logo, um embaixador israelense ligado a assentamentos não tratará desse assunto no Brasil.

continua após o anúncio

Não se trata aqui de defender essa ou aquela solução para a Palestina como a mais humanitária e sim entender que um embaixador vai sempre pensar de acordo com o seu governo, esteja ele certo ou errado.  

É evidente que a diplomacia vai encontrar a saída menos traumática para essa queda de braço, o impasse não faz bem nem ao Brasil, nem a Israel, países amigos, Oswaldo Aranha que o diga.

continua após o anúncio
continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247