Os xerifes precisam dizer que estão prontos para enfrentar o cangaço bolsonarista

'Transformar cidades em vilarejos tomados pelo cangaço bolsonarista é o projeto maior do sujeito, sua única chance de evitar Lula', diz Moisés Mendes

(Foto: Reprodução | Pixabay)


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Os brasileiros estão com medo do que pode acontecer no dia da eleição porque sabem do poder de disseminação de ações violentas, não só pela extrema direita, mas pela direita que se misturou às gangues bolsonaristas, sem precisar usar máscara.

Há medo pela certeza de que a ameaça é real. E porque a a maioria convive com dúvidas em torno da capacidade de prevenção, contenção e punição das instituições.

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O TSE pode assegurar a integridade das urnas e adotar medidas contra os que já tentaram e mais adiante voltarão a tentar desqualificá-las.

Mas TSE, Supremo, Ministério Público, órgãos de segurança e instituições que ainda se esforçam para expressar a força da democracia e do que restou do Estado são incapazes de convencer que podem assegurar a integridade dos cidadãos.

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Chegamos ao estágio em que a população acredita mais na certeza de Bolsonaro de que pode esculhambar com a eleição do que nas convicções de que o setor público pode conter as turbas que o sujeito pretende mobilizar.

Transformar as cidades em vilarejos tomados pelo cangaço bolsonarista, em que tudo se tornará possível, é o projeto maior do sujeito.

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É sua única chance de evitar a vitória de Lula, no primeiro ou no segundo turno. Bolsonaro precisa transformar a eleição, na campanha, na votação e na apuração, em alguma coisa disforme e irreconhecível.

O sentimento de insegurança dos eleitores, e principalmente de mesários, aparece em pesquisas desde a metade do ano e agora apenas se acentuou.

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O retrato mais recente do medo, do Datafolha, revela que 40% dos brasileiros temem atos violentos no dia 2 de outubro.

Há nesse sentimento uma revelação constrangedora. Ao temerem que o fascismo espalhe o terror no dia da votação, as pessoas estão falando também da descrença nos suportes institucionais de proteção.

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Até porque a sabotagem à eleição é articulada no núcleo podre do governo federal. Há mais do que um ambiente propício a ações agressivas no mundo virtual.

Bolsonaro e o filho Eduardo já fizeram chamamentos a quem tem arma, para que se sintam autorizados a usá-las.

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Nem o mais ingênuo e otimista dos brasileiros deve acreditar que só os lobos solitários possam levar adiante episódios criminosos durante a votação.

Bolsonaro tenta transformar o desespero em atitudes violentas. E a resposta das instituições até agora, no tom protocolar de que atos antidemocráticos não serão permitidos, não basta.

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A semana que começa pode trazer para o cenário da campanha a penúltima etapa do roteiro do bolsonarismo, radicalizando a estratégia da mentira e da difamação.

A última parte do plano é a que trata da votação e da apuração. Bolsonaro conta com os que irão responder aos seus apelos. Nas ruas, com atitudes violentas. E no que possa vir a ser a apuração paralela dos militares, com dados confusos que irão inspirar as fake news dos tios do zap e seus desdobramentos. E poderemos ter mais violência.

Todas as instituições, e não só as envolvidas diretamente com a eleição, precisam passar confiança ao eleitor, mesmo que não possam prometer tudo.

Os xerifes precisam dizer o básico, o elementar, no sentido de alertar o cangaço. Bandoleiros serão contidos e não ficarão impunes.

Talvez não baste, mas é preciso dizer, de forma articulada entre todas as autoridades e em voz alta, que os eleitores podem ir votar porque as instituições estarão vigilantes.

É possível até que não sejam levadas muito a sério. Mas o pior é se não disserem nada.

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