Os três Rasputin de Bolsonaro
Colunista Alex Solnik afirma que, "jamais, em toda a história do Brasil, os filhos de um presidente eleito ganharam tanto destaque como atualmente. Embora não tenham cargos na estrutura do futuro governo, ostentam mais poder que ministros e até do que o próprio pai. Indicaram ao menos um ministro, o das Relações Exteriores, e que ministro! Vai marcar época"; "O papel de Rasputin – o monge russo que virou praticamente sinônimo de eminência parda - lhes cai bem porque não atuam como vereador, deputado e senador, cargos para os quais foram eleitos, mas como cães de guarda do pai"
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"Filhos, melhor não tê-los" diz um dos poemas mais conhecidos de Vinicius de Moraes, "mas, se não tê-los, como sabê-los"?.
Jamais, em toda a história do Brasil, os filhos de um presidente eleito ganharam tanto destaque como atualmente. Embora não tenham cargos na estrutura do futuro governo, ostentam mais poder que ministros e até do que o próprio pai. Indicaram ao menos um ministro, o das Relações Exteriores, e que ministro! Vai marcar época.
Ninguém sabe que tarefas vão cumprir a partir de janeiro de 2019, mas o fato é que serão três eminências pardas, justamente porque terão muita influência sobre o presidente em ambientes fora do alcance de holofotes. E jamais serão demitidos ou exonerados.
O papel de Rasputin – o monge russo que virou praticamente sinônimo de eminência parda - lhes cai bem porque não atuam como vereador, deputado e senador, cargos para os quais foram eleitos, mas como cães de guarda do pai.
Tal como Rasputin, que se dizia monge e curandeiro, mas metia o bedelho nas decisões do tzar Nicolau II e virou alvo de inveja da realeza, que o executou, eles podem parecer muito fortes agora – a campanha não terminou – mas na hora de governar poderão atrapalhar bastante porque aí estarão em jogo os interesses de todos os brasileiros, não da família Bolsonaro.
Eles foram os artífices da campanha suja que elegeu o pai e, ao que tudo indica, vão continuar ditando os rumos da "comunicação" do governo, que consiste em denegrir e difamar os adversários políticos e a imprensa, em especial a Folha, eleita o alvo preferencial da família, com palavreado chulo e agressivo. Quanto mais chulo e agressivo, melhor.
O eleitor do Bolsonaro não foi informado que votaria num "combo", ele mais os filhos. Negócio de família no poder lembra mais as famiglias retratadas em livros como The Godfather.
O império russo caiu com apenas um Rasputin na corte.
Imagine o estrago que três Rasputin podem provocar.
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