Os semelhantes se atraem

A obsessão pelo poder desses oposicionistas de ocasião, que querem conquistar o Palácio do Planalto a qualquer preço, parece tê-los deixado transtornados. Perderam a ética, os escrúpulos, a dignidade, o rumo, a vergonha...



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Apesar da descoberta das contas secretas na Suíça com meio  bilhão de reais, do inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal e do processo pela cassação do seu mandato por quebra de decoro, o deputado Eduardo Cunha mantém a pose de presidente da Câmara Federal e continua se comportando como se fosse o mortal mais honesto do  mundo, fingindo ignorar  todas as provas da sua fortuna não declarada, apresentadas pelo governo suíço e publicadas pela imprensa, e as acusações na Operação Lava-Jato de recebimento de propinas. Para isso conta com o valioso apoio de um grupo de oposicionistas de conveniência que, convencido  da importância dele na execução do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, defende a sua manutenção no cargo, enquanto parte da mídia e parlamentares sérios pedem o seu afastamento. São esses mesmos homens que querem derrubar Dilma, contra quem não pesa nenhuma acusação.

O cinismo desses oportunistas não tem paralelo na história do Brasil. Ao mesmo tempo em que distribuem nota declarando "gravíssimas" as acusações contra Cunha, numa tentativa para enganar a opinião  pública, manifestam apoio a ele, considerando "legítima" a  sua permanência na presidência da Câmara, no momento em que lhe entregam um novo pedido de impeachment, com direito a pose para fotos em que todos, de modo ridículo,  esticam os braços para segurar o papel.  Uma palhaçada que está custando caro ao  país. As pessoas perguntam: que moral tem esses parlamentares para pedir a cabeça de quem quer que seja? Qual a diferença deles para Cunha? "Quem se mistura com porcos farelo come", diz um velho adagio popular. Mas o cinismo é tamanho que eles vivem posando de vestais.

A obsessão pelo poder desses oposicionistas de ocasião, que querem conquistar o Palácio do Planalto a qualquer preço, parece tê-los deixado transtornados. Perderam a ética, os escrúpulos, a dignidade, o rumo, a vergonha, enfim, em seu esforço permanente para derrubar uma Presidenta legitimamente  eleita e cuja honestidade ninguém contesta. Enlouqueceram ao ponto de tentarem burlar uma decisão do Supremo Tribunal Federal para, escondendo interesses inconfessáveis, satisfazer o ego ferido de quem perdeu as eleições presidenciais do ano passado. Para eles, desde que alcancem os seus objetivos, pouco importa os prejuízos causados ao Brasil e ao seu povo, cujos avanços sociais dos últimos 12 anos, reconhecidos mundialmente, estão correndo grandes riscos. O país que  tem parlamentares como esses, inteiramente descomprometidos com os interesses maiores da nação,  não precisa de inimigos.

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Em matéria de cinismo eles bateram todos os recordes. O senador Aécio Neves, por exemplo, utiliza a internet para condenar o corte dos recursos do programa Bolsa Família, proposto pelo deputado Ricardo Barros, do PP do Paraná, que é relator do Orçamento Geral da União para 2016, e diz que isso representa "a falência do governo do PT". Quem não sabe pensa que foi o governo quem propôs o corte, depois de tê-lo mantido no orçamento. Todo mundo sabe, porém,  que o governo e o PT reagiram imediatamente com veemência contra  qualquer tentativa de corte  nos recursos do Bolsa Família, mas o presidente nacional do PSDB, doutor em demagogia, mais uma vez tenta enganar o povo com declaração que não faz o menor sentido. E, cinicamente, afirma: "Não permitiremos que o corte seja aprovado". Ora, quem não permite é a presidenta Dilma Rousseff.

O senador mineiro,  que ainda não desceu do palanque inconformado com a derrota nas últimas eleições, não perde oportunidade para agredir a Presidenta com a sua língua afiada. E, aparentemente  convencido de que o povo não tem discernimento, continua acusando o governo de comandar a corrupção no país. Ele finge que não sabe que, ao contrário do que afirma, foi exatamente o governo de Dilma que promoveu a maior investigação contra a corrupção na história do Brasil, o que permitiu a descoberta e prisão de ladrões dos cofres da Petrobrás. Deveria, portanto, envergonhar-se de fazer acusações ao governo de Dilma, sobretudo agora, quando o ex-presidente Fernando Henrique, seu guru e integrante do seu partido, confessou, no seu livro de memórias,  que, quando Presidente, sabia do esquema de corrupção na Petrobrás mas não mandou investigar nada, tornando-se assim conivente, por omissão, com a roubalheira na estatal. Será que Aécio pensa que ainda engana alguém com esse discurso demagógico raivoso?

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Paralelamente às manobras para apear Dilma do Planalto, num vergonhoso atentado à democracia – um processo irresponsável e impatriótico que fragilizou o país com enormes prejuízos para todos – prossegue  o esforço conjunto oposição-direita-mídia para impedir Lula de concorrer à Presidência da República em 2018. Como até hoje não encontraram absolutamente nada que possa incriminar o ex-presidente tentam atingi-lo através da sua família, com acusações sem nenhuma prova contra o seu filho e suas noras. E o caminho que encontraram, à falta sequer de indícios, foi a delação premiada, por meio da qual réus confessos presos acusam levianamente qualquer um para ganhar a liberdade. O dedurismo legalizado, largamente utilizado nos regimes de exceção para eliminar adversários, tornou-se agora a chave que abre as portas das cadeias. E se a moda se generaliza,  outros presos que se encontram recolhidos aos mais diversos presídios poderão, também, obter a liberdade. A diferença é que  na lei dos bandidos a delação não é premiada, mas  punida com a morte.

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