Os ratos já abandonaram o navio
Os novos ares do novo governo vão acabar por se impor e a normalidade voltará ao país
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Lula venceu e já no dia seguinte leio que candidatos que se elegeram na esteira de Bolsonaro, como Ricardo Salles, Damares Alves e Carla Zambelli admitiram a derrota do presidente nas eleições.
Salles foi além. Disse que não adianta espernear.
Enquanto isso, pela manhã, logo cedo, o capitão convocou uma reunião no Planalto a que compareceram Ciro Nogueira (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Célio Faria (Secretaria de Governo), além do candidato a vice derrotado, general Braga Netto. Somente.
Se alguém lembra do vídeo daquela reunião ministerial de maio de 2020, certamente há que recordar do número de ministros presentes. Todos.
O poder é assim. Num dia o rei comanda todos os puxa-sacos que estão ali para galgar postos mais altos e no outro, após ser desnudado, os puxa-sacos que já pularam para outro galho mais seguro, o abandonam.
Além disso, esperançoso de que as Forças Armadas o ajudassem a dar um golpe, após convocar os três comandantes militares na semana passada para elaborar uma estratégia para evitar a vitória de Lula, foi surpreendido com a debandada deles. Nenhum deles quis entrar nessa aventura fadada ao fracasso.
Restou ao capitão ordenar ao diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal que mobilizasse seu efetivo para barrar os ônibus de eleitores que precisavam viajar para votar. Mais precisamente os do Nordeste que votam preferencialmente em Lula. Mas a estratégia, muito primária, não deu certo.
Bolsonaro deve estar sentindo a mais terrível sensação para um tirano, o abandono.
Isso se deve ao fato de que o bolsonarismo não é uma ideologia. Se fosse, os deputados, senadores e governadores eleitos não se apressariam em reconhecer a derrota de seu líder. Não é uma organização orgânica. Todos estiveram com Bolsonaro por interesses desde o começo. Agora ele não serve para muita coisa.
Mas o capitão e seus filhos não perceberam isso desde o início. Agora amargam a realidade.
A resistência de alguns caminhoneiros que estão bloqueando estradas pelo país, é precária e durará pouco. Afinal, eles têm que entregar suas cargas e frete parado, frete perdido.
Os novos ares do novo governo vão acabar por se impor e a normalidade voltará ao país.
Bolsonaro, longe de retornar a sua irrelevância, começará a enfrentar processos em profusão a partir do próximo ano.
Os sigilos de 100 anos serão levantados e muitas irregularidades virão à tona.
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