Os que se associam ao golpe anunciado

As estratégias do despresidente, que seriam consideradas usuais em uma campanha regular, fazem água

Presidente Jair Bolsonaro participa da Cúpula das Américas em Los Angeles 10/06/2022
Presidente Jair Bolsonaro participa da Cúpula das Américas em Los Angeles 10/06/2022 (Foto: REUTERS/Lauren Justice)


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E há também os que dele fogem.

A mídia internacional alerta para o golpe sendo armado no Brasil. A ONU vai na mesma direção, seguindo o que parlamentares progressistas e parte da sociedade local denunciam há um bom tempo. Mesmo assim, a imprensa insiste em fomentar uma terceira via e botar panos quentes nos rompantes do despresidente. Dória já foi e Simone Tebet, a queridinha da vez, deixará de ser em breve. Parece que não viram esse enredo colocado em prática antes e ter dado no que deu. Ou é apenas o afã de, mais uma vez, quererem ser o protagonista do golpe em curso.

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Parte dessa mídia saiu a campo, defendendo Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. Esperava-se que houvesse clareza para diferenciar entre críticas e ameaças. Aquelas são saudáveis e importantes para aprimorar a interlocução da imprensa com a sociedade; estas, por outro lado, devem ser duramente combatidas. Os jornalões e revistas falidas querem apenas evitar a discussão.

Mas a Folha, por sua vez, faz o tragicômico editorial “O PT de sempre” e, usando suas próprias palavras, afirmo que está mais preocupada em negar acertos do que renovar ideias em relação ao partido e seu pré-candidato presidencial. Não consegue admitir o golpe branco que Dilma Rousseff sofreu, o que comprometeu a implantação de qualquer política, não apenas a econômica. Mas o clímax do texto é afirmar que a reforma trabalhista trouxe mais empregos! A Folha deveria ler mais as notícias que ela mesma tem publicado nos últimos cinco anos. Ou as recentes, como o assustador número de 33 milhões de brasileiros passando fome!

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Dentre essas notícias sobre o nebuloso xadrez político, chamou à atenção a pesquisa Datafolha sobre posicionamento dos eleitores à direita e à esquerda. Que Lula tenha uma fatia significativa do eleitorado de direita é esperado, uma vez que está ocupando o espaço abandonado pela social-democracia, especialmente a pauta econômica. Mas saber que cerca de 10% do total de eleitores (quase 15 milhões de pessoas) se dizem de esquerda e votam no despresidente é um atentado contra a lógica. Ou não sabem as diferenças políticas entre direita e esquerda ou não sabem o que representa o ogro que ocupa o Palácio do Planalto. Não foram divulgados os dados por estrato etário e sócio-econômico para avaliar o que está determinando tal paradoxo.

Por fim, podemos ter uma representante inusitada dos que poderão não se associar ao golpe. As estratégias do despresidente, que seriam consideradas usuais em uma campanha regular, fazem água, como a compra da Centrão, ineficiente pela sanha dos parlamentares, e os benefícios assistenciais, ineficientes pela inflação que voltou a comer solta. Até a recusa de ‘Micheque’ em participar da campanha do marido parece articulada com a enorme possibilidade de deixar de ser primeira-dama a partir do ano que vem. Talvez até entenda que poderá ser mais uma ex do ex-capitão. Como tudo neste governo diz respeito a interesses pessoais e familiares, não causaria espanto.

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