Os olhos de ressaca de Joaquim “Batman” Levy
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Machado de Assis, ao dizer que Capitu tinha "olhos de ressaca", sabia que um olhar é mais sincero que mil palavras. Os "olhos de ressaca" exibidos ontem pelo ainda ministro da Fazenda Joaquim Levy passavam informação totalmente oposta à que tentava transmitir em voz baixa, desanimada, quase inaudível.
Enquanto verbalmente dizia acreditar que os deputados e a população iriam aceitar as medidas anunciadas por ele e por Nelson Barbosa, com quem forma a dupla Batman e Robin, seus olhos de peixe morto o desmentiam, sujeito por sujeito, verbo por verbo e tudo sem vírgula, nem ponto, como é o seu jeito de falar.
Estava na cara que aquele pacote era o que ele tinha amarrado antes da apresentação do orçamento com rombo, e que tinha sido abatido pela presidente. Ele fora derrotado naquela ocasião e seu pacote somente foi ressuscitado porque era a única resposta pronta ao rebaixamento, não para recuperar o "investment grade" perdido, mas para evitar os rebaixamentos das outras duas agências que avaliam riscos para investidores.
Os olhos de Joaquim "Batman" Levy indicavam claramente que tudo aquilo que propunha, sendo a CPMF a joia da coroa, não passará no Congresso de Gotham City, onde o governo não consegue maioria, desde, coincidentemente, a eclosão da Operação Lava Jato.
Esse é o ponto que precisa ser discutido com urgência antes talvez do impeachment. Será que o governo só obtém maioria quando jorra água das fontes que têm sido secadas pelas operações da Polícia Federal? Será que o Congresso só funciona assim? E o que precisa ser feito para deixar de ser assim? Porque, como já vimos uma vez, impeachment não é garantia de futuro melhor.
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