Os obstáculos de Dilma

Ela já enfrentou a crise de confiança na economia e passou no teste das contas de campanha no TSE. Falta ajeitar a política, após a denúncia dos envolvidos na Lava Jato, e sanear a Petrobras

Ela já enfrentou a crise de confiança na economia e passou no teste das contas de campanha no TSE. Falta ajeitar a política, após a denúncia dos envolvidos na Lava Jato, e sanear a Petrobras
Ela já enfrentou a crise de confiança na economia e passou no teste das contas de campanha no TSE. Falta ajeitar a política, após a denúncia dos envolvidos na Lava Jato, e sanear a Petrobras (Foto: Leonardo Attuch)


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Logo após a vitória de Dilma Rousseff, na sucessão presidencial, era possível enxergar duas nuvens escuras no horizonte: uma na economia, outra na política. A primeira era a crise de confiança, decorrente de excessos fiscais cometidos ao longo dos últimos anos. Com a nova equipe econômica, capitaneada por Joaquim Levy, ela tende a ser superada, logo que os técnicos começarem efetivamente a atuar, livres de quaisquer constrangimentos, a partir de janeiro. Até porque todos os sinais emitidos até agora – metas fiscais realistas, redução da dívida bruta e diminuição dos subsídios aos bancos públicos – foram positivos e bem recebidos.

O segundo pepino, a crise política que virá com a revelação dos parlamentares envolvidos no escândalo da Petrobras, será enfrentada assim que for apresentada a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que poderá trazer até 70 nomes. Dilma terá desafios para reunir uma nova base política, mas conta com fatores importantes, como o esforço do ex-prefeito Gilberto Kassab para aglutinar um grande partido de centro.

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A essas duas nuvens escuras, outras duas, gigantescas, se somaram, ameaçando criar a chamada tempestade perfeita. A primeira era o risco de crise institucional, que viria com uma eventual rejeição das contas de campanha da reeleição. Essa ameaça, que parecia concreta, foi pelos ares na última quarta-feira com a aprovação, ainda que com ressalvas, das contas de Dilma, por unanimidade. Com esse resultado, Dilma poderá ser diplomada com tranquilidade no dia 18, será empossada em 1º de janeiro e governará por quatro anos.

O maior problema, no entanto, vem do Oriente Médio e atinge diretamente a Petrobras, assim como várias petroleiras no mundo. A queda brutal dos preços do barril do petróleo, orquestrada pelos países árabes, reduz a rentabilidade dos projetos do pré-sal e atinge uma companhia que vem sendo alvo de um intenso bombardeio, dentro e fora do País, com denúncias internas e ações coletivas de investidores nos Estados Unidos.

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Dilma já deu sinais de que não pretende mexer na gestão da companhia e irá manter Graça Foster no comando. Graça, por sua vez, já divulgou a criação de novos mecanismos de controle e a empresa, possivelmente, voltará a se submeter à lei de licitações. O problema, agora, no entanto, é muito maior: saber dosar a necessidade de investimentos de longo prazo com a nova realidade de mercado, sem paralisar uma longa cadeia de fornecedores, que já sofre os efeitos da Operação Lava Jato. São empresas que empregam milhões de pessoas, estão em praticamente todas as obras do País, mas já começam a parar.

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