Os inimigos públicos número 1 e número 2

"O emissário do vilão-mor transmite àquele que ora ocupa a cadeira do primeiro mandatário da nação um recado em forma de fábula de La Fontaine: 'era uma vez cinco amigos que viajavam e faziam negócios juntos; um deles virou presidente da República, três viraram ministros e o quinto foi abandonado e isso não vai ficar assim'. A resposta que leva de volta ao autor da ameaça não é menos escabrosa: 'ele sabe que eu estou ajudando no que posso'”, diz o colunista Alex Solnik; "Quem são os inimigos públicos números 1 e 2 todo mundo já sabe. Falta apenas identificar quem são os 'três ministros' da fábula"

Brazil's Vice President Michel Temer (L) is seen near President of the Chamber of Deputies Eduardo Cunha during the Brazilian Democratic Movement Party (PMDB) national convention in Brasilia, Brazil, March 12, 2016. REUTERS/Ueslei Marcelino
Brazil's Vice President Michel Temer (L) is seen near President of the Chamber of Deputies Eduardo Cunha during the Brazilian Democratic Movement Party (PMDB) national convention in Brasilia, Brazil, March 12, 2016. REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: Alex Solnik)


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A prova mais eloquente da fragilidade das instituições brasileiras e da ineficácia do Poder Judiciário é o fato de ter permitido que um político mal-intencionado, para quem a política é um balcão de negócios amealhasse poder e fortuna ao longo de décadas sem ser incomodado, desde, ao menos o governo Fernando Collor e, mesmo tendo sido desmascarado no ano passado e perdido parte do poder formal continue dando as cartas na política de Brasília e ameaçando fazer e acontecer.

   Não há outro momento histórico do Brasil em que apenas uma pessoa tenha conseguido a proeza de desestabilizar um governo (Dilma), ameaçar desestabilizar outro (Temer) e ajudar decisivamente, com essas e outras atitudes delituosas a jogar a economia brasileira no fundo do poço graças à instabilidade política que provocou e segue provocando.

   O Poder Judiciário revela-se incapaz de proteger os brasileiros do inimigo público número 1 do país. Seu afastamento da presidência da Câmara dos Deputados é apenas para inglês ver. Ao renunciar, ele entregou os anéis, como a residência oficial do presidente da Câmara e suas respectivas e inaceitáveis mordomias, mas ficou com os dedos, com os quais continua apontando os rumos dos dois presidentes-tampões, o da República e o da Câmara dos Deputados.

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   As notícias de hoje, reveladas pelo insuspeito “O Globo” são de estarrecer qualquer cidadão.

   O emissário do vilão-mor transmite àquele que ora ocupa a cadeira do primeiro mandatário da nação um recado em forma de fábula de La Fontaine: “era uma vez cinco amigos que viajavam e faziam negócios juntos; um deles virou presidente da República, três viraram ministros e o quinto foi abandonado e isso não vai ficar assim”. A resposta que leva de volta ao autor da ameaça não é menos escabrosa: “ele sabe que eu estou ajudando no que posso”.

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   Um grande país, o eterno país do futuro, aquele que amamos e no qual criamos nossos filhos está entregue a pessoas desse naipe, umas que ameaçam, dando a entender que detêm segredos de crimes que podem revelar a qualquer momento e outras que as protegem para que os crimes e seus autores permaneçam ocultos! Não se trata de corrupção apenas, mas de um cipoal de chantagens que fazem lembrar os tempos em que PC Farias foi executado numa cama, sem que a Justiça até hoje tenha elucidado a autoria.

   Nada disso, no entanto, estarrece as autoridades máximas do Poder Judiciário, que lavam as mãos, tapam os ouvidos e se calam, enquanto os cidadãos de bem tapam os narizes!

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   Quem vai nos proteger dessas ameaças que tendem a contaminar com seu aroma fétido o nosso céu de anil nos próximos dois anos?

   Quem são os inimigos públicos números 1 e 2 todo mundo já sabe. Falta apenas identificar quem são os “três ministros” da fábula.  

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