Os alvos

A imprensa não pode se prostrar diante das forças golpistas, ou mesmo apoiar o clima de ódio e intolerância contra a política e o governo, colocando todos num mesmo balaio

A imprensa não pode se prostrar diante das forças golpistas, ou mesmo apoiar o clima de ódio e intolerância contra a política e o governo, colocando todos num mesmo balaio
A imprensa não pode se prostrar diante das forças golpistas, ou mesmo apoiar o clima de ódio e intolerância contra a política e o governo, colocando todos num mesmo balaio (Foto: Jandira Feghali)


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Nosso país encara consternado o longo e duro noticiário sobre a lista de investigados na Operação Lava-Jato. Mais de 30 horas de notícias inundaram televisões e jornais. Esquemas de enriquecimento ilícito e doações formais de campanha se misturam no enredo amplamente difundido, de tal forma que a sociedade não mais os diferencia. A confusão atende a imagem há tempos construída de que todos políticos são corruptos. Tiro certeiro número 1: a boa política como instrumento de transformação.

Defendo uma investigação livre de interesses políticos. Que se atenha ao correto rito, com apuração e punição rigorosas, se comprovadas as irregularidades. No entanto, o ambiente de pré-condenação restringe tal rito e põe em xeque o amplo direito á defesa e ao contraditório. Tiro certeiro número 2: Estado democrático de direito.

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A imprensa não pode se prostrar diante das forças golpistas, ou mesmo apoiar o clima de ódio e intolerância contra a política e o Governo, colocando todos num mesmo balaio. Aquecer o caldeirão da despolitização é atentar de forma irresponsável contra nossa História em seus valores mais importantes, como as instituições democráticas e o voto popular. Tiro certeiro número 3: soberania popular e democracia.

A operação Lava-Jato, que decorre da possibilidade real de investigar e punir, é uma conquista da sociedade e garantida pelo atual Governo. A mesma deve servir ao Brasil como mais uma etapa de mudanças profundas no sistema eleitoral, eliminando o financiamento de empresas em campanhas eleitorais. Este deve ser o mote de uma reforma política democrática, a qual defendemos seja aprovada no Parlamento junto a outros partidos e entidades civis.

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As estatais devem aprimorar o combate à corrupção, estabelecendo mecanismos internos de auditoria e controle rígidos, tornando mais difícil a profusão de corruptores e corruptos, livrando cada vez mais nossas empresas públicas deste mal.

Cabe ao país se unir neste enfrentamento mobilizando por mudanças concretas através da reforma política, que pode não resolver tudo, mas corta estruturalmente a possibilidade de corromper. Neste momento, o povo não deve ceder ao canto das sereias ou aos grupos histéricos a favor de um golpe antidemocrático. Não basta o panelaço da elite em algumas janelas, mas uma comunhão de toda a sociedade pelo futuro do país. Juntos por uma democracia forte e ética. Juntos, nos desviando dos tiros certeiros que tem como alvo ferir de morte a governabilidade, a democracia e o respeito à vontade da maioria dos brasileiros.

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¹Médica, deputada federal (RJ) e líder do PCdoB na Câmara

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