Os 365 dias de Lula e os 100 de Bolsonaro
"Estranho país o nosso, que deixa presa uma pessoa que melhorou a vida dos brasileiros e que pode ajudar o país a voltar a crescer e deixa solto aquele que o apequena, achincalha, rebaixa, desumaniza, corrompe e conduz a um destino desconhecido e assustador", escreve Alex Solnik, sobre a dignidade de Lula e a falta de compostura de Jair Bolsonaro
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Por uma dessas coincidências da vida, completam-se quase simultaneamente os 365 dias de Lula preso e os 100 dias de Bolsonaro livre, leve e solto. Na campanha presidencial do ano passado, Lula sempre ocupou o primeiro lugar em todas as pesquisas, até ser impedido de concorrer; Bolsonaro, que foi autorizado a concorrer apesar de 300 processos na Justiça Eleitoral, o segundo. As credenciais de Lula eram oito anos de governo do qual saiu com mais de 80% de aprovação e as de Bolsonaro, 30 anos de vida improdutiva na Câmara dos Deputados, onde colecionou cenas deploráveis e incendiou conflitos.
Em 365 dias de prisão – fato inédito na história do Brasil, jamais um presidente ou ex ficou preso tanto tempo – Lula se comportou de forma a orgulhar os brasileiros. Manteve a serenidade, a altivez, a coragem, a lucidez, a disposição por lutar por seus direitos e convocou os brasileiros à união. Jamais ultrapassou os limites da decência, do comportamento civilizado, jamais deu lições de violência, intolerância, pusilanimidade.
Foi o mesmo Lula que comandou a maior greve da história do país aos 30 anos e aos 60 mostrou que um trabalhador é tão capaz de ser um bom presidente da República – ou melhor - quanto um empresário ou um intelectual.
Em nenhum momento de seus 365 dias recluso fez uma declaração inadequada, arrogante, incendiária, atentatória aos interesses do Brasil. Aguentou injustiças sem esmorecer. Comportou-se como um verdadeiro patriota, na acepção da palavra: aquele que ama e defende os cidadãos de seu país.
Em contraste com Lula, aquele que ganhou as eleições em seu lugar colocou o país, em 100 dias, no túnel do Trem Fantasma. A cada curva seguramos a respiração, temendo um novo desastre. Dos dois lados da linha, fantasmas e monstros nos assombram.
Formou um governo de amadores, exóticos e incompetentes. Em todos os seus dias de governo agiu de forma a dividir o país, com mensagens ofensivas, infames, inconstitucionais e chulas. Envergonhou os brasileiros moral e politicamente. Liberou armas em vez de oferecer livros. Sujou a grande festa que tínhamos para mostrar ao mundo. Colocou o país de cócoras na Casa Branca. Ameaça engajar o Brasil numa guerra com um vizinho que nunca nos agrediu. Não oferece nenhum projeto de crescimento econômico. Cortou o salário mínimo e quer sacrificar os aposentados. Comemora assassinatos. Tem ligações estreitas com ex-PM que é amigo de milicianos envolvidos na execução de Marielle Franco. Manda comemorar o início de uma ditadura. Falsifica a história mundial e a brasileira. Ameaça a todo momento a democracia que tanto sangue, suor e lágrimas custou aos brasileiros.
Estranho país o nosso, que deixa presa uma pessoa que melhorou a vida dos brasileiros e que pode ajudar o país a voltar a crescer e deixa solto aquele que o apequena, achincalha, rebaixa, desumaniza, corrompe e conduz a um destino desconhecido e assustador.
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