Orloff, Cunha e a dor de cabeça do dia seguinte

O efeito Orloff tende a fazer muitas vítimas. Cunha não tem mais o que perder e por isso já age como batedor de carteira à luz do dia. Suas chantagens deixaram os gabinetes. Agora voam em palavras claras pelo plenário

Bras�lia - Presidente da C�mara, Eduardo Cunha, fala da decis�o do ministro STF, Marco Aur�lio Mello, de obrigar a instalar comiss�o para impeachment de Michel Temer (Valter Campanato/Ag�ncia Brasil)
Bras�lia - Presidente da C�mara, Eduardo Cunha, fala da decis�o do ministro STF, Marco Aur�lio Mello, de obrigar a instalar comiss�o para impeachment de Michel Temer (Valter Campanato/Ag�ncia Brasil) (Foto: Renato Rovai)


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O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, não poderia ser mais claro do que foi na sessão de hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Letra por letra, disse: “eu sou vocês amanhã”.

O slogan da “poderosa e potente” vodca Orloff reinou nas décadas de 80 e 90 principalmente para explicar a relação Argentina e Brasil nos planos da economia e da política.

Os hermanos saíram da ditadura com Alfonsin e nós com Sarney. Ambos fizeram governos fracos e mal avaliados ao seu final. Mas também fizeram sucesso por um tempo com dois planos econômicos. O Austral na Argentina foi a base que gerou o Plano Cruzado.

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Depois veio Menen que privatizou até banco de praça por lá. E o mesmo fez FHC por aqui. O eleitor para isso tinha sido Collor, mas seu governo derrapou logo de cara.

O fato é que o que acontecia antes na Argentina, depois se repetia no Brasil. O tal efeito Orllof. Efeito de uma vodca que podia pecar em tudo, menos na dor de cabeça do dia seguinte.

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E assim, hoje, o nosso homem público mais acusado do momento, o sr Eduardo Cunha, deixou claro para seus amigos (?) de mandato que a ressaca que está lhe tirando o sono também os irá incomodar no futuro.

E mais do que isso. Deixou ainda mais claro que aqueles que se colocarem contra ele na Comissão terão o seu ódio eterno. E sua vingança fria.

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Cunha, até as esquinas de Brasília já sabem, vai fazer um acordo de delação premiada.

Como todos os outros que delataram, ele será seletivo. Dará o nome de alguns e salvará outros.

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Cunha sabe que mesmo assim terá sua pele exposta em praça pública e vai pagar uns anos de cadeia, mas tenta agora, com este lance, livrar suas filha e esposa do confinamento.

O efeito Orloff tende a fazer muitas vítimas. Cunha não tem mais o que perder e por isso já age como batedor de carteira à luz do dia. Suas chantagens deixaram os gabinetes. Agora voam em palavras claras pelo plenário.

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