Organizações (?) Globo atiram pedras na Beija-Flor porque odeiam ditaduras
Nos idos de 1964 até 1985, ou seja, o tempo de 21 anos, as Organizações(?) Globo pertencentes à família Marinho não tinham quaisquer problemas com as ditaduras
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O título de O Globo relativo à escola de samba Beija-Flor: "A ditadura de Nilópolis". Isto mesmo. O Globo, como todo o planeta sabe, tem horror a ditaduras. Esta rejeição começou esta semana de fevereiro de 2015, porque nos idos de 1964 até 1985, ou seja, o tempo de 21 anos, as Organizações(?) Globo pertencentes à família Marinho não tinham quaisquer problemas com as ditaduras, principalmente a brasileira, que contou com o apoio incondicional de tais organizações(?).
Talvez o Globo tenha problemas com as ditaduras africanas, que tem a ousadia e o atrevimento de financiar escolas de samba do Rio de Janeiro, as maiores e as mais famosas do Brasil e do mundo, que cooperam para que a Rede Globo dos Marinho abarrotem seus cofres de dinheiro, por intermédio das transmissões exclusivas dos desfiles de escolas de samba do carnaval carioca.
Por seu turno, no que concerne às ditaduras argentinas, chilenas, paraguaias, peruanas, uruguaias, hondurenhas, panamenhas, colombianas, nicaraguenses e brasileiras, o jornal O Globo não tem nada a comentar ou criticar, quiçá, se for necessário, cantar loas e boas aos ditadores de seu passado, que tanto ajudaram economicamente tais organizações(?) midiáticas, que se transformaram no principal partido de direita do Brasil, ao ponto de tentar influenciar nas eleições presidenciais, bem como fazer oposição feroz e sistemática aos governos trabalhistas de Getúlio Vargas, João Goulart, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, a fomentar, inclusive e inacreditavelmente, o impeachment da presidenta recém-eleita.
E as manchetes contra a Beija-Flor continuaram. "A folia de um ditador no carnaval carioca" e "Com enredo apoiado por governo autoritário da África, Beija-Flor chega ao 13º título". Agora vamos à pergunta que se recusa a calar: "Não é emocionante o desprezo que o jornal O Globo sente pelas ditaduras infames e violentas?" Eu, por exemplo, estou deveras impressionado, estupefato, para não dizer surpreso. E, se não controlar meu ímpeto e regozijo, vou escrever um texto de admiração pelo O Globo e seus escribas, pois comovido com tal desprezo, nojo e repulsa que sentem os irmãos Marinho pelas ditaduras.
Evidentemente que a ditadura de 35 anos de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo é cruel, abissal e tem de ser combatida pela comunidade internacional, inclusive com a participação efetiva do Brasil. Entretanto, sabemos que a Casa Grande brasileira e seus porta-vozes midiáticos, a exemplo de O Globo, não são sinceros quanto aos seus ódios às ditaduras. A verdade é que esses conglomerados cartelizados de comunicação estão pouco a se importar com o destino da Guiné Equatorial, pequeno país de 700 mil habitantes localizado na África Ocidental.
Ditaduras duríssimas como a da Arábia Saudita, aliada de "carne e unha" dos Estados Unidos, além de outros emirados riquíssimos também nunca foram objetos de críticas de O Globo, empresa que integra as Organizações(?) Globo, que sempre apoiaram as ditaduras sanguinárias sul-americanas, principalmente as do Cone Sul, além de há anos sonegar informações do que está a ser realizado no Brasil em termos de infraestrutura, bem como pratica um jornalismo que dispensa o contraditório, escolhe lado e partido, tem ideologia e se recusa a ouvir aqueles que são considerados pela máquina midiática privada seus inimigos políticos e empresariais.
É emocionante verificar que em tão pouco tempo o jornal O Globo passou a sentir uma verdadeira repugnância ou ojeriza às ditaduras, especificamente no que diz respeito à Guiné Equatorial. Esta, então, O Globo e seus empregados odeiam. Talvez seja por isto que a os membros da Beija-Flor não participam mais de apresentações nos programas de auditório da TV Globo, do Fantástico, dos programas matinais e do Big Brother. Até porque a atual menina dos olhos das Organizações(?) Cara de Pau é a Unidos da Tijuca, que se tornou assídua frequentadora dos programas da Globo quando necessário.
Por causa de seu envolvimento com um ditador africano, a Beija-Flor, que ganhou o título, foi punida pelo O Globo. Por causa disso, não venceu em qualquer quesito, e, consequentemente, quem levou o Estandarte de Ouro global foi a Imperatriz Leopoldinense, que para o jornal dos Marinho e seus jurados é a vencedora do Carnaval do Rio 2015, a despeito da vitória oficial da Beija-Flor.
Contudo, lembro novamente, é que a escola de samba de Nilópolis não venceu em quaisquer quesitos, como ala das baianas, revelação, melhor ala, enredo, ala de passistas, passista feminino, passista masculino, bateria, intérprete, samba-enredo, mestre-sala, porta-bandeira, comissão de frente e melhor escola. Realmente, mais do que um ditadorzinho de um minúsculo país africano, o que chama a atenção é que a Beija-Flor venceu uma disputa duríssima, que é a competição das escolas de samba do Rio, sem, no entanto, de acordo com os jurados dos Marinho, ganhar em qualquer quesito.
Como pode os jurados globais errar tanto? Afinal, parte-se da premissa que eles entendem de desfile de escolas de samba. Vale salientar que são muitos os quesitos e, com efeito, não é possível que a campeã oficial não vença em qualquer um desses critérios. Alguma coisa aconteceu entre a Beija-Flor e as Organizações(?) Globo, e esse processo acontece há algum tempo. Os motivos podem ser variados, mas, certamente e absolutamente, não é por causa do ditador da Guiné Equatorial.
Todavia, estou realmente impressionado por perceber o quanto este oligopólio de comunicação passou a odiar os ditadores. Talvez eu esteja equivocado, e, por não perceber como os tempos mudaram, deva acreditar que O Globo e seus editorialistas, colunistas e chefes de confiança sinceramente odeiem profundamente os ditadores, ainda mais quando eles são africanos e ousam financiar a escola campeã de 2015.
É isto mesmo. A família Marinho e seus empregados de confiança detestam ditadores, e, só de pensar que um deles está a pisar com seus pés assassinos e imundos o solo brasileiro, nossos compatriotas globais tomam a frente e defendem a nossa vocação democrática, o nosso ardor pelo estado democrático de direito, a nossa paixão pela igualdade de oportunidades e inclusão social, bem como o nosso amor por um País justo, livre e independente, com um povo totalmente emancipado.
Creio que é exatamente que O Globo e as Organizações(?) Globo querem para o Brasil e seu povo. Por isto e por causa disto é que os irmãos Marinho e seus porta-vozes e porta-bandeiras estão tão revoltados com a presença de um ditador africano no sambódromo do Rio de Janeiro. Afinal, caras pálidas, O Globo sente ódio pelas ditaduras e atira pedras na Beija-Flor. Que o diga o Roberto Marinho. É isso aí.
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