Onde está a nossa dignidade?

Para quem governa Temer? Ao assumir, em 2016, ele solapou a necessária capacidade de o Estado cumprir com sua função para o desenvolvimento da nação. A EC95 congela investimentos, por 20 anos, em educação, saúde, indústria, desenvolvimento tecnológico, distribuição de renda e de riqueza, minimamente justa entre as classes que disputam os espaços

CUT, ato 1º de Maio, avenida , São Paulo,protesto, manifestação
CUT, ato 1º de Maio, avenida , São Paulo,protesto, manifestação (Foto: Enio Verri)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

O mês de outubro marcou o início da sabotagem que, a partir de 2015, redundou no golpe de 2016, “com o Supremo, com tudo”. É desesperante observar no que os mais de 500 anos de formação nos transformou. Num povo para quem, na expressão “temor servil”, o primeiro termo o desgoverno Temer aplica contra as minorias periféricas locais e mundiais. Já para as elites, a camarilha golpista é a mais sabuja e servil, a troco de qualquer espelhinho. 

Para quem governa Temer? Ao assumir, em 2016, ele solapou a necessária capacidade de o Estado cumprir com sua função para o desenvolvimento da nação. A EC95 congela investimentos, por 20 anos, em educação, saúde, indústria, desenvolvimento tecnológico, distribuição de renda e de riqueza, minimamente justa entre as classes que disputam os espaços. A informação de que o Estado será asfixiado, sucateado e passado à iniciativa privada, não é devidamente esclarecida ao cidadão médio, fazendo-o acreditar, sempre, na iniciativa privada, em detrimento do serviço público.

Os grandes veículos de comunicação, instrumentos da elite, escondem interesses inconfessáveis por trás da detratação da coisa pública, em favor da lucratividade de uma minoria. A luta de classes também é escamoteada nas escolas, quando esta não leva em conta o capital social de cada discente, e também pelos finais felizes das novelas, quando tudo se resolve segundo um senso comum de justiça, em geral, vingativo e cruel, dentro do qual o vilão morre de forma trágica e dolorosa.

continua após o anúncio

Ciente do baixíssimo nível de politização do brasileiro, o ministério de notáveis senhores de engenho impõe a trabalhadores recém-saídos de 400 anos de senzala, a maior desregulamentação nas relações entre capital e força de trabalho. Em um ano de camarilha Temer, foram demolidos 76 anos de construção, ao longo de 129 anos de República, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que garantiam condições minimamente dignas de trabalho.

A partir de agora, mais de 70% da/os trabalhadora/es de todo o Brasil, principalmente a/os mais vulneráveis, cujos rendimentos não passam de dois salários mínimos, estão totalmente à mercê da maior lucratividade do capital, por meio da maior exploração da mão de obra, a custo baixíssimo. Onde estão as organizações que ainda não mobilizaram os trabalhadores? Onde estão os trabalhadores que ainda não provocaram seus sindicatos e suas centrais sindicais?

continua após o anúncio

Faz-se necessário à classe trabalhadora se associar, entre si, por meio das entidades que lhes representam. Somente a organização programática pode fazer o enfrentamento a essa guerra fratricida, em que brasileira/os legislam e julgam a favor de uma lógica elitista e escravocrata. O golpe será efetivamente enfrentado quando a indignação das famílias ganhar ruas, escolas, restaurantes, academias, igrejas, locais de trabalho e lazer, até serem convocadas eleições diretas e a instalação de uma Constituinte cidadã e soberana.

No plano internacional, o comportamento de Temer confirma a histórica relação da elite brasileira com o Brasil. Vocifera com Bolívia e Venezuela, enquanto rasteja e lambe os sapatos da elite internacional, para quem entrega o patrimônio e a soberania nacionais. O modus operandi da quadrilha reflete como a elite enxerga o Brasil, um abundante celeiro para o seu proveito e um quintal onde os estrangeiros podem despejar o que já não mais querem.

continua após o anúncio

À parte disso, está uma população bombardeada diuturnamente pelos maiores veículos de comunicação, controlados por apenas seis, dentre as mais de 40 milhões de famílias que jamais terão tanto acesso para se expressar e dizer o que pensam. Desde 2005, a imprensa da elite inocula na população ódio contra a política, especialmente contra o Partido dos Trabalhadores (PT). Trabalhadora/es, cidadãs e cidadãos, é necessário desconstruir esse o ódio e debater política. Quando nos desinteressamos da política, outros se interessam e a praticarão conforme os seus interesses.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247