Onda de ameaças digitais de ataques a escolas está a serviço de guerra híbrida

O país testemunha a caminhada da extrema-direita, fora do poder, em direção a ações mais radicais e que só lhe renderão ainda mais isolamento político

(Foto: Fernando Frazão/Ag. Brasil)


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 Desde a intentona de 8 de janeiro, incentivada pelo ex-presidente da República e pelo Alto Comando das Forças Armadas, o núcleo da base militante bolsonarista entrou em depressão.

 Para o estado do ex-presidente, a melhor definição é pânico.

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 Quanto à base, são tantas as alternâncias de reações e os estados de fraqueza num grupo populacional volumoso, que o observador tem dificuldade de encontrar uma só palavra para defini-lo.

 Seja como for, a onda de ameaças (a maioria falsas, mas como saber?) contra escolas assumiu a marca de escalões celerados do  bolsonarismo, parte do qual metamorfoseou-se numa mutação anarquista.

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 O combustível é o sentimento, generalizado nos grupos de bolsonaristas, de profunda frustração com a sociedade pela derrota de seu líder, que julgam injustiçado em sua "bondade e amor pelo país".

 Dentre esses grupos, descentralizados e alheios a hierarquias, despontam neonazistas concentrados especialmente, mas não só, na região sul do país.

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 Só em Santa Catarina, investigações dão conta da existência de mais de 500 grupo de neonazistas.

 Por cima desse caldo de frustração, estruturas mais sofisticadas, interessadas e conscientes, inclusive militares e de inteligência, põem em marcha expedientes de guerra híbrida, para semear o medo e o pânico.

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 Não é por acaso que esse recrudescimento das ameaças contra escolas coincide com o anúncio da investigação,  por tribunais civis, do envolvimento de millitares, inclusive generais, no 8 de janeiro.

 O fato é que está  em marcha uma espécie de "Salve" de índole bolsonarista, à maneira da tática das facções.

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 Não há a menor chance de esses procedimentos prosperarem. A imagem de Bolsonaro, porém, está associada a um tal estímulo violento.

 Essa fama nao será alegada, mas certamente não vai ajudá-lo no julgamento iminente de sua inelegibilidade no Tribunal Superior Eleitoral.

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 Bolsonaro já foi rifado pelas elites econômicas, que não perdoaram sua  incompetência,  principalmente quando ela acabou permitindo a volta de Lula e do PT.

 O país testemunha a caminhada da extrema-direita, fora do poder, em direção a ações mais radicais e que só lhe renderão ainda mais isolamento político.

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  Como no 8 de janeiro, vai depender do governo providenciar a resposta adequada nas instâncias necessárias para atender as expectativas da sociedade. Neste caso, o destino do bolsonarismo será perda de respaldo e penas ainda mais duras em direção a um ostracismo, que pode ser até mais rápido.

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