Ombudsman alerta Folha e mídia tradicional: Moro escancara parcialidade

"A mídia tradicional brasileira terá de rever posturas: ou pratica o equilíbrio ou se posiciona claramente", diz Luís Costa Pinto, diretor editorial do 247

(Foto: Reprodução | ABr)


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O ombudsman da Folha de S Paulo, José Henrique Mariante, em sua coluna dominical publicada hoje, torna oficial para a própria publicação a percepção que é franca e corrente: a mídia tradicional brasileira, Folha incluída, torce pelo sucesso da candidatura presidencial de Sérgio Moro e, com isso, distorce notícias e análises que publica. Veículos da mídia digital independente têm publicado reiteradas notícias e opiniões sobre o tema. Na última sexta-feira o Brasil 247 e a TV 247, em editorial (leia no link), posicionaram-se a favor de uma cobertura jornalística democrática e isenta que denuncie candidaturas do campo fascista de negação da política – Bolsonaro e Moro – e declarou que o petista Luiz Inácio Lula da Silva é o pré-candidato à Presidência mais preparado para reconciliar o País e liderar a reconstrução do Brasil. Mariante, ombudsman da Folha, cobra do jornal da família Frias (e, por extensão, do restante da mídia tradicional), ou isenção ou posições abertas e transparentes. O Brasil 247 e a TV 247 saíram na frente na ousadia de praticar a transparência.

           No texto, uma crítica aguda ao desequilíbrio da cobertura da Folha de S Paulo em favor do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, considerado parcial e suspeito em suas sentenças pelo Supremo Tribunal Federal, o ombudsman do jornal paulista diz que no domingo anterior a colunista Catarina Rochamonte (que escreve na página 2 às 2ªs feiras) “rasgou a fantasia” (sic) da imparcialidade ao publicar resenha acrítica sobre o livro em que Moro tenta se defender das acusações de parcialidade e justificar a entrada na política. Segundo Mariante, não se pode “escrever um artigo em formato de análise, entrevista ou reportagem, em que não deveriam caber apologias. Com a devida vênia à autora, era um resultado previsível”. Ainda segundo ele, “sua linha de pensamento (de Rochamonte) exposta na coluna semanal na página A2 é bem demarcada” (ou seja, a favor de Moro). Segundo o ombudsman, “o equívoco, sublinhe-se, é do jornal, que cria problema para si mesmo e alimenta teorias conspiratórias”. De acordo com ele, as teorias conspiratórias seriam as de que “a mídia nacional aderiu à pré-candidatura de Sérgio Moro à Presidência” e que essa seria “a última certeza das redes sociais e de parte do público que persevera na leitura desta Folha”.

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Um veículo de comunicação deixar claro de que lado está em meio a uma cobertura jornalística como a que ora se desenrola no Brasil – uma campanha eleitoral em que está em jogo o resgate da Democracia ou a sequência do arriscado flerte com o fascismo iniciado já em 2016 com o impeachment sem crime de responsabilidade – não arquiva os princípios basilares do jornalismo: equilíbrio, isonomia, transparência e busca incessante da verdade. Foi em razão desta certeza que o Brasil 247 e a TV 247 deram o passo à frente do editorial “Por que Lula”. A mídia tradicional brasileira terá de rever posturas passadas. Afinal, é o que cobra o ombudsman da Folha: ou pratica o equilíbrio como mantra religioso e imparcial, ou se posiciona claramente.

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