Oh Temer, por amor à pátria, renuncie já!
Salve-se, senhor Presidente, e nos salve. Ofereça sua carta de renúncia e force o Congresso a suspender o recesso para iniciar imediatamente, em sessão extraordinária, as discussões e deliberações para a saída da crise interna e internacional, junto com a eleição dos novos Presidente e Vice-Presidente da República
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Caro Presidente, seu Governo fracassou. Sua ideologia neoliberal não resistiu ao teste da realidade. Seus índices de reprovação estão perto de 100%. Dizem por aí que, reconhecendo você mesmo a profundidade do fracasso, agora acentuada pela iminência de uma onda gigantesca de crise econômica vinda de fora, sua única razão para permanecer no cargo é a de se defender dos três inquéritos movidos pela Procuradoria Geral da República e executados pela Polícia Federal contra você.
O que nos separa, pois, do início de uma solução para a crise brasileira é a existência desses inquéritos e da voracidade de alguns promotores em executá-los para ter a honra, como aconteceu com Lula, de levar para a cadeia um ex-Presidente da República. Entretanto, podemos influir de alguma forma no curso da História, ao contrário do que pensam marxistas mecanicistas e os behavioristas. Podemos fazer isso dando um nó na História. Podemos ajudá-lo de uma forma que facilitará sua renúncia.
Há um instituto na Constituição, chamado Graça, pelo qual um presidente da República, no interesse nacional, pode perdoar qualquer indivíduo por crimes cometidos ou pela hipótese de seu cometimento. Creio que seu sucessor poderá fazer isso em nome do povo. Para aqueles que, ressentidos com a prisão injusta de Lula, ficarem chocados com esse remédio adocicado aplicado a você, seria aplicado também a ele, Lula, soltando-o imediatamente da cadeia. Tudo isso poderia ocorrer a partir da soberania do Congresso e à margem do sórdido sistema judiciário servido pela má Justiça do Brasil no âmbito de um Grande Pacto nacional.
Se, na remota hipótese de que sua resistência a renunciar advenha de uma preocupação genuína com o sucessor, saiba que o povo está preparado para fazer a transição de forma constitucional. Em tempo recorde, como aconteceu na morte de Getúlio, na renúncia de Jânio e no golpe contra Jango, o Congresso tem condições de articular rapidamente a eleição de um Presidente e um Vice-Presidente da República interinos, como manda a Constituição. De fato, se o Congresso estiver funcionando, isso pode acontecer em 48 a 72 horas. Daí a necessidade de suspensão imediata do recesso.
Esse Presidente, preferivelmente um tecnocrata, para que sua eleição escape das querelas partidárias e de grupos de interesse, poderá assegurar, ainda enquanto candidato, o instituo da Graça para você e para o Presidente Lula, tão logo seja eleito. No mesmo ato, anunciaria um programa completo de Governo para atacar com todas as forças do Estado a tragédia do alto desemprego no Brasil, o qual, quando se contam também os subempregados, chega a cerca de um quarto da população, como foi nos Estados Unidos e Alemanha na Grande Depressão.
Salve-se, senhor Presidente, e nos salve. Ofereça sua carta de renúncia e force o Congresso a suspender o recesso para iniciar imediatamente, em sessão extraordinária, as discussões e deliberações para a saída da crise interna e internacional, junto com a eleição dos novos Presidente e Vice-Presidente da República. Com essa atitude voltarei a qualificá-lo como Vossa Excelência, termos que evitei usar até aqui. Será como V.Exa., e não como um corrupto – aliás, nada ficou provado contra você até agora – que poderá entrar para a História.
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