Oh, opróbrio!
A imagem de Cabral - gradissíssimo escroque, gatuno e rato do rabo fino - cercado por policiais armados e disfarçados em toucas ninjas, atenta contra a dignidade da pessoa. é um espetáculo gratuito, cruel, midiático, justiceiro e vingativo; ignomínia!
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tudo em nome do espetáculo.
o escárnio, o opróbrio, a execração pública... às feras.
a imagem de Cabral - gradissíssimo escroque, gatuno e rato do rabo fino - cercado por policiais armados e disfarçados em toucas ninjas, atenta contra a dignidade da pessoa. é um espetáculo gratuito, cruel, midiático, justiceiro e vingativo.
ignomínia!
faltou-lhe uma bola de ferro nos calcanhares.
por que diabos fizeram aquilo, o que justificava todo aquele aparato medieval?
temiam que Cabral saísse correndo, com as mãos algemadas, e desaparecesse em meio à multidão?
talvez temessem que Cabral, qual um Tarzan - e ainda com as mãos algemadas - surpreendesse a todos e passasse a distribuir pernadas, cabeçadas e rabos de arraia na guarda que o guardava.
perpetrando, com isso, uma fuga espetaculosa e cinematográfica!
ou que - oh, cena terrível! - o escoltado, enfurecido e brutalizado, arrancasse a orelha de um daqueles policiais mauricinhos com uma mordida, qual um Tyson?
por que diabos não o amordaçaram, então, faltou-lhes mordaça?
lembrei-me da cena em que a senadora Ruth Martin é apresentada ao terrível Hannibal Lecter, filho legítimo de satanás.
ele, amarrado a um catre, completamente imobilizado, amordaçado por uma engenhoca que era um misto da máscara do Jason com aquela que usava a escrava Anastácia, e ainda assim oferecendo perigo.
seria o caso de Cabral, aquele idiota do guardanapo na cabeça?
já pensou, Cabral, com aquela cara de bebê chorão dele, arrancando a língua de Sérgio Moro com uma dentada feroz durante o depoimento!
as câmeras mostrando o monstro algemado, com as mãos pra trás, bufando de ódio e a boca gotejando o sangue sanguinário do capa-preta.
sem chance, né?
hoje é dia de São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro, cidade que Cabral desonrou.
reza a lenda que o tal santo foi morto a flechadas a mando do imperador Diocleciano. mas o sacana sobreviveu, e o chefe supremo, buscando o espetáculo e a desonra, mandou que o matasse a pancadas e jogasse o corpo na privada pública.
é desse tipo de justiça que estamos a falar?
ora, compare essa imagem de Cabral com aquela do Cunha indo prestar um depoimento, em junho do ano passado.
Eduardo vestia um terno, sapato bem lustrado, gravata flanando ao vento e era escoltado por uma trinca de policiais; um deles, à paisana, com coque de samurai, calça jeans e barba de lenhador, parecia um hipster amistoso.
havia, também, os dois policias que o levariam no jatinho.
ambos estavam metidos num macacão verde, quais frentistas de posto de gasolina; um deles observava Cunha com as mãos para trás, como quem reverencia discretamente a passagem do papa.
porque as duas cenas são tão diferentes?
onde chegaremos com uma justiça cruelmente seletiva, personalista, vingativa e midiática?
atentai bem.
estão agora a julgar um homem sem uma única prova contundente de prática criminosa, somente para tirá-lo do pleito de 2018.
e os seus julgadores, sem a menor cerimônia, vão aos joranalões, às revistonas e às redes sociais achincalhar o investigado. mesmo cercados de corruptos, usurpadores e ratos do rabo fino por todos os lados.
hipocrisia pura.
os corruptores estão livres e com os bolsos cheios.
de bolso cheio também estão alguns corruptos amigos dos justiceiros e dos barões da mídia, e igualmente livres.
nada do que tá acontecendo tem a ver com lei e justiça.
trata-se de uma trama político-midiática, com fins ideológicos e financeiros, encabeçada por uma turma que está aí há mais de 500 anos.
tem até um que é bisneto do coronel que mandou invadir Canudos e matar Antônio Conselheiro, veja você.
você sabe, os policiais não põem a touca ninja deliberadamente, eles cumprem ordens.
quem mandou?
voltamos à terra dos jagunços e capangas, onde os coronéis e seus descendentes continuam mandando e desmandando, matando e desmatando.
e, como o show não pode parar, torturando em praça pública, ao vivo.
eles fazem o que querem; não têm freios, nem pudores.
só o povo, com a sua força e a sua fúria, pode estrangular esse monstro.
palavra da salvação.
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