Oficial da Abin, subordinado a olavista, negocia vacinas
“Myron Moraes Piresserá subordinado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), cujo chefe, Hélio Angotti, é discípulo de Olavo de Carvalho”, aponta
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
Fiquei chocado com a notícia de que quem está negociando as vacinas do coronavírus é um alto oficial da Inteligência da Abin que não tem nada a ver com o peixe, matéria de Igor Mello, no UOL.
Nomeado por Bolsonaro a 10 de agosto último, Myron Moraes Pires foi transferido da Abin, pelo general Heleno, chefe do GSI, para comandar a estratégica Coordenação Geral do Complexo Industrial da Saúde do Ministério da Saúde.
E o que faz a CGCIS? Dentre outras tarefas, se envolve na produção de medicamentos, equipamentos, testes e demais insumos e ajusta a demanda de medicamentos e negocia com laboratórios e indústrias públicas e privadas.
Há, no SEI (Sistema Eletrônico de Informações) oito menções a Myron em negociações da vacina contra coronavírus.
Ele esrá subordinado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), cujo chefe, Hélio Angotti, é discípulo de Olavo de Carvalho.
O combate à pandemia está nas mãos de um general apalermado, de um araponga e de um anti-vacina.
Deve ser por isso que as coisas não andam e não sabemos quando o Brasil será vacinado.
Myron não é o único pau-mandado de Bolsonaro na pasta. Há outros agentes da Abin, encarregados, dentre outras tarefas, de atuar em assuntos de interesse de Bolsonaro, em privatizações de Unidades de Atenção Básica e Saúde Mental e em monitorar entidades da sociedade civil que integram o Conselho Nacional de Saúde.
Outros 15 agentes da Abin atuam em outros ministérios.
Infiltrar espiões em órgãos públicos para vigiar funcionários e quem se relaciona com eles é típico de governos autoritários que tentam implantar estados policiais.
Quatro anos são insuficientes para atingir a meta, mas oito podem bastar.
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