Ódio de facções da imprensa engatilhou a arma apontada para Cristina

'Clarin e Nación, grupos midiáticos contra o kirchnerismo, fazem na Argentina o que Folha, Globo e Estadão fazem aqui', escreve o colunista Moisés Mendes

Cristina Kirchner
Cristina Kirchner (Foto: Reprodução)


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Por Moisés Mendes, para o 247

Os mais contundentes textos publicados na Argentina, logo depois do atentado contra Cristina Kirchner, não atacam o agressor que empunhou o revólver.

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São dirigidos a outros agressores, muito mais poderosos, membros de facções da imprensa e articulados com a política de direita e extrema direita e o Judiciário, mesmo que todos sejam hoje a mesma coisa.

O jornalista Víctor Hugo Morales perguntou no jornal Página 12: quem segura a arma apontada para Cristina? E respondeu: Patricia Bullrich, Mauricio Macri e Elisa Carrió.

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Líderes do que já foi a direita argentina são hoje lideranças do fascismo que orienta promotores e juízes na caçada a Cristina, como fizeram aqui com o lavajatismo que caçou Lula.

O outro artigo, do jornalista Mempo Giardinelli, no mesmo Página 12, aponta os nomes dos agressores que não aparecem segurando a mão do homem que tenta matar Cristina.

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São jornalistas conhecidos no país como defensores dos interesses dos poderosos, que ele chama apenas pelo sobrenome, porque basta: Leuco, Majul, Rossi, Lanata.

Diego Leuco ficou famoso mundialmente, no auge da pandemia, em agosto de 2020. Sem perceber que estava sendo focado pela câmera, o sujeito comemorou ao vivo na TV TN, do grupo Clarín, o aumento de mortes pela Covid na Argentina. Os outros são da mesma turma.

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Giardinelli escreve sobre os colegas:

“Quero expressar meu mais profundo e sincero desprezo pelo seu miserável comportamento jornalístico nos últimos anos, semeando ódio e ressentimento, fabricando mentiras e incitando uma sociedade que só precisava – e ainda precisa – de paz, democracia e serenidade”.

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Morales e Giardinelli mostram como o poder de transformação da direita empurrou líderes conservadores para a extrema direita e para a violência que se manifesta nas ruas.

O atentado é o episódio anunciado pela fascistização da política. Jornalistas alinhados com o que era a oposição ao peronismo hoje são parte do bolsonarismo argentino.

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São reproduzidas lá e cá, com muitas semelhanças, as reacomodações da grande imprensa, com aumento da radicalização e desprezo pelo que restava de escrúpulos.

A grande imprensa argentina fomentou e ajudou a criar o fascismo, com uma diferença em relação ao Brasil, onde levaram sem querer a família Bolsonaro e os milicianos ao poder.

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Lá, as corporações de imprensa, o poder econômico e poder político de direita e de extrema direita se confundem, enquanto aqui o fascismo ainda evolui à parte da elite que o criou e que ajuda a mantê-lo com o ódio contra Lula.

A Gangue do Golpe, formada por jornalistas que ajudaram a derrubar Dilma e a encarcerar Lula, movimenta-se sem perspectivas, diante do fracasso da terceira via, da sobrevida de Bolsonaro e da proximidade de retorno de Lula ao poder.

Clarin e Nación, os grupos midiáticos da guerra contra o peronismo e o kirchnerismo fazem lá o que Folha, Globo e Estadão fazem aqui.

Aqui, os três só não são componentes orgânicos da extrema direita, como foram da ditadura e dos torturadores, porque Bolsonaro os rejeitou.

As facções que acionaram o gatilho da arma apontada para Cristina têm equivalentes no Brasil, com diferenças de detalhes.

Na essência, usam as mesmas táticas e têm e mesma índole. São praticantes de um jornalismo miserável e muitas vezes criminoso.

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