O xis da conspiração
A política iniciada neste 2016 visa a 2018, isto está claro, com ou sem conspirações visíveis. Se está mais para obra televisiva ficcional ou se economicamente suportaremos até lá são fatos a que teremos, literalmente, pagar para ver
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O canal pago AXN programou o filme Triplo-X para a mesma semana em que foi deflagrada pela Polícia Federal a fase da operação Lava Jato de mesmo nome. Vem-me à mente a figura de Mel Gibson no filme Teoria da conspiração e passo a ler nas entrelinhas de jornais outros sinais de que podem não ser apenas obra de ficção essas coincidências. Confesso que também vem à lembrança a adorável Julia Roberts, protagonista do mesmo filme. Haveria correlação com a forte diminuição de assinantes desses canais pagos? A diminuição do tempo de intervalos comerciais em alguns horários nobres é marcante. Não nos esqueçamos também que a letra que se repete no nome da operação policial é a mesma que marcou um empresário empreendedor. A única nota desarmônica é que o referido canal de TV mostra séries de investigação criminal cujo foco é a realidade científica dos fatos, não infundadas especulações.
Ficando no mundo televisivo, em outros tempos, a Globo chegou a exibir O Náufrago, com Tom Hanks, no domingo da derrota em segundo turno de Alckmin para Lula. Já não era premonição, mas sim, constatação.
O mesmo candidato de outrora, hoje é governador de São Paulo e novamente aspira ao cargo de administrador-mor do País. Recentemente, Alckmin fez declarações mostrando um jogo de cena com João Dória, pré-candidato à sucessão de Haddad na prefeitura paulistana, mas longe de ser unânime dentro do partido. Essa suposta divisão do PSDB na disputa à Prefeitura de São Paulo é cortina de fumaça para esconder as reais pretensões de Alckmin. A cisão, independente de resultado – e os tucanos caminham para perder mais uma vez – sustentará os argumentos de uma saída alquímica para o governador se lançar candidato a presidente em 2018 por outro partido, já que será difícil Aécio Neves reconhecer que não tem chances. Assistiremos a um novo Lula x Alckmin?
O governador paulista é, pois, o preterido preferido: mesmo com seu suposto cacife eleitoral não foi aceito como candidato a prefeito pelo próprio partido, que optou por fazer corpo mole. Com a bênção de José Serra, o PSDB apoiou a reeleição de Gilberto Kassab, seu ungido, mesmo com Alckmin oficialmente também candidato.
A política iniciada neste 2016 visa a 2018, isto está claro, com ou sem conspirações visíveis. Se está mais para obra televisiva ficcional ou se economicamente suportaremos até lá são fatos a que teremos, literalmente, pagar para ver.
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