O tremendo problema da Cracolândia em São Paulo. Qual a solução?
Nem o prefeito e nem o governador têm a menor ideia de como resolver o cenário dantesco do centro paulistano
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Em todas as grandes cidades latino-americanas, e em muitíssimas das médias e pequenas também, há moradores de rua e pontos de venda e consumo de drogas. E, claro, ocorrem roubos, furtos e violência.
Nenhuma delas, porém, vive a situação enfrentada por São Paulo, que ao ultrapassar a população da Cidade do México se tornou o maior centro urbano do continente.
Para que se tenha uma idéia, basta lembrar que dos 5.170 municípios brasileiros, apenas 680 têm mais de 50 mil habitantes.
Pois esse é o número – 50 mil – de moradores de rua da chamada Cracolândia no centro de São Paulo.
As consequências desse quadro dantesco são muitas. Comércios fechados, moradores que se trancam em casa ao cair da tarde, e roubos, muitos roubos e furtos.
Somente numa delegacia do bairro de Santa Cecília, no centro de São Paulo, foram registradas 227 queixas entre os dias 3 e 9 de abril. Trinta e dois roubos por dia. Bem mais de um por hora.
Locais históricos e antes frequentados por muita gente, como a Praça da República e as avenidas São João e Rio Branco, viraram polos de risco.
O maior alvo de roubos são telefones celulares. Mas os moradores da Cracolândia também levam carteiras, relógios, o que for.
Até o começo do ano passado a Cracolândia era um lugar fixo, perto da Estação da Luz. Então prefeitura e governo do Estado resolveram dispersar a multidão de moradores de rua, e o resultado foi que se espalharam por vários pontos do centro da cidade.
O número de comércios que fecharam as portas depois de serem invadidos ou ver a clientela desaparecer é imenso. De restaurantes e lojas que vendiam motocicletas, de farmácias a supermercados, tudo é alvo dos moradores, muitas vezes incentivados pelos traficantes que abastecem a multidão de drogas baratas e, por isso mesmo, mais perigosas.
Prefeitura e governo do Estado definitivamente não sabem como resolver o problema. Colocam policiais nas ruas para dispersar multidões e tentar impedir roubos e saques a comércio, e com isso não fazem mais que incrementar violência.
Várias ruas que até pouco tempo atrás eram endereço de classe média e, em alguns casos, de classe abastada, agora são cenários de pavor.
Quanto aos moradores de rua, consumidores de drogas fartamente abastecidas, tampouco há propostas concretas de tratamento e recuperação.
Vivem de maneira absolutamente miserável, sem qualquer tipo de amparo ou atenção, e muitos morrem ao léu.
Tenho ido muito pouco a São Paulo. Lembro que há uns três anos passei de carro, por engano, na então Cracolândia, perto do velho DOPS e da tal Estação da Luz. Assustador.
Pois de lá para cá o quadro piorou muito.
Não tenho a menor ideia de como resolver semelhante cenário. Mas duro mesmo é saber que nem prefeito nem governador estão melhores que eu: também não têm a menor ideia.
E enquanto isso, a vida miserável dos moradores da Cracolândia não faz mais que piorar, e parte importante da cidade vai desmoronando
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