O tiro saiu pela culatra

O jornalista Alex Solnik afirma que Jair Bolsonaro "aumentou a instabilidade, a imprevisibilidade, piorou o clima político, o clima de negócios, além, é claro de não resolver o principal: a pandemia. Deu mais um motivo para impeachment"

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)


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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

O pano de fundo da crise que Bolsonaro criou com os militares é a pandemia, os governadores e a reeleição.

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A obsessão do presidente é impedir medidas de restrição do comércio nos estados, dado o risco de afundar a economia e com isso frustrar suas chances de reeleição.

Bolsonaro quis usar o Exército para enquadrar os governadores.

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Quis tomar o poder nas Forças Armadas.

Tentou levar ao pé da letra o que diz a constituição – o presidente da República é o comandante-em-chefe das Forças Armadas – sem levar em conta que o poder das Forças Armadas é limitado pela mesma constituição.

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Elas não podem, por exemplo, colocar tanques na rua para intimidar governadores.

O que conseguiu com esse ataque às Forças Armadas foi ficar mais isolado. Já tinha contra si a imprensa, a elite econômica, deputados, senadores, governadores, sociedade civil e agora amealhou novos opositores.

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Também aumentou a instabilidade, a imprevisibilidade, piorou o clima político, o clima de negócios, além, é claro de não resolver o principal: a pandemia. Deu mais um motivo para impeachment.

Uma tese interessante a esse respeito é a do articulista Marcelo Coelho, em seu texto de hoje na Folha de S. Paulo.

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Diz ele que, cansada dos desatinos do presidente, a elite econômica, que o elegeu em 2018 agora quer o impeachment para tirar Bolsonaro de 2022.

Algum outro candidato conservador, da tal “terceira via” disputaria, dessa forma, a presidência contra Lula no segundo turno.

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E eles não seriam “obrigados” a votar em Lula para evitar Bolsonaro.

A crise não acabou.

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Mas já se sabe quem foi o grande derrotado.

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