O tiro na cabeça de Tiago Leifert
Leifert afirmou preferir levar um "tiro na cabeça" do que votar em Lula ou Bolsonaro. "É algo bem mimado e típico das celebridades", diz D'Incao
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
É bem provável que a próxima eleição tenha um carácter plebiscitário: Lula x Bolsonaro.
Diante dessa realidade Tiago Leifert, apresentador famoso de TV, disse que preferia levar um “tiro na cabeça” do que escolher entre ambos.
Não tenho qualquer problema com um cidadão que vota nulo. A democracia dá essa opção em qualquer nação civilizada. O problema não foi declarar o “voto nulo”, foi dizer que preferia a morte do que a escolha entre ambos.
Falar nesse tom é mais que declarar um voto nulo, é dizer que a opção entre ambos os possíveis postulantes à presidência é a existência de uma nação na qual viver não é mais uma opção. Isso não é o que a esmagadora maioria pensa.
No caso, sua manifestação foi política e forte - nada mais democrático. Como em qualquer democracia, posições políticas e fortes são objeto de críticas, em geral, políticas e fortes. Foi o que ocorreu.
Deve-se lembrar que Tiago Leifert não é um “cidadão comum” na acepção real do termo. É uma celebridade que vive como tal, cobra como tal e ganha como tal.
Tem o lado bom de ser celebridade, mas tem também seu lado “chato” que é ver reverberar seu ponto de vista e vê-lo ser criticado. Mas de cada 100 ex-celebridades, 99 preferiam voltar a ser novamente parte desse seleto clube.
Mas eis que o apresentador se indignou contra as críticas à sua crítica política forte e incisiva… Ora, celebridade e qualquer mortal que fala o que quer está sujeito a ouvir o que não quer… faz parte da vida democrática.
Caso ele imaginasse que todo mundo se calaria diante de sua declaração política forte e - para uma boa parte do eleitorado - até ofensiva, se enganou, porque vivemos em uma democracia…
Talvez esse seja o problema de Tiago Leifert: ele gostaria que outro candidato fosse para o segundo turno ou liderasse nas pesquisas… só que o dito(a) não vingou e essa é a sua indignação…
Nessa hipótese, que é muito mais realista e politicamente estratégica, o certo seria ele dizer “caso o meu candidato não vingue eu prefiro morrer…” o que equivale dizer “caso a democracia não me agrade, prefiro a morte.”
É sem dúvidas algo bem mimado e típico das celebridades… abominam ser contrariadas, abominam não serem seguidas e o passo lógico disso é abominar a democracia.
Tiago Leifert não vai se matar… quem o conhece sabe… se seu candidato não for para o segundo turno ele não visitará o mundo de Hades, talvez visitará Paris, quem sabe…
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247